| ᴠᴇɴᴅɪᴅᴀ ᴀᴏ ᴛʀᴀғɪᴄᴀɴᴛᴇ |
• I S A B E L L Y •
Acordei sentindo beijos molhados pelo meu pescoço e a voz rouca de um certo alguém chamando meu nome.
--- Vem todo carinhoso depois do que fez ontem né?--- perguntei quase que inaudível coçando os olhos.
--- Eu não tenho culpa.--- deu de ombros rindo e deu a volta na cama com uma bandeja em mãos.
Depois que a Giovana foi embora ontem o Ariel ficou todo manhoso dizendo que eu deixei ele igual um cachorro de rua solitário enquanto eu me divertia fofocando com minha amiga.
~flashback on~
--- Você me largou aqui.--- murmurou com uma voz manhosa sentando na cama.
--- Eu não te larguei meu amor.--- sentei ao lado dele.--- Eu só fui ver o que de tão sério ela queria comigo.
--- E me deixou sozinho.--- abaixou a cabeça fazendo bico.
--- Oh meu deus, você é minha criança favorita sabia?--- levantei o rosto dele fazendo o mesmo olhar pra mim.--- Como eu posso te recompensar?
Ele semicerrou os olhos com um sorriso malicioso no rosto. Em questão de segundos ele me deitou na cama ficando por cima.
--- Quero você a noite toda.
~flashback off~
E como isso acabou? Simples, com marcas roxas por todo o meu corpo e sem sentir minhas pernas.
--- Como é bom poder voltar a andar.--- falei depois de conseguir ficar em pé.
Ariel apenas deu uma leve risada e eu fui para o banheiro fazer minha devida higiene matinal e voltei para o quarto sentando na beira da cama.
--- Você quer me contar o que tanto conversaram?--- perguntou me puxando para o meio das suas pernas.
--- Nada demais.
--- Você vai me deixar curioso?--- perguntou e eu assenti com a cabeça.--- Que malvada você.
--- Engraçado que você ama a malvada né.--- afirmei.--- Eu posso te fazer uma pergunta?
--- Pode.
--- Porque você nunca fala sobre seus pais?--- perguntei meio hesitante.
O silêncio se fez presente e isso me fez questionar seu eu estava sendo muito intrometida com tal pergunta.
--- São lembranças que eu demorei para lidar e não queria desenterra-las.--- falou por fim.
--- Desculpa....
Ariel levantou e foi até a mesa que tinha do outro lado do quarto abrindo uma gaveta que mais parecia um cofre e tirou de lá um porta retrato.
Ele voltou para a cama e me entregou o porta retrato que obtinha a foto de quatro pessoas, uma delas ali eu tinha certeza que era ele.
--- É meu pai, minha mãe e meu irmão.--- deu um leve sorriso sem ânimo.--- Nem parece que essa foto tem uma história tão traumatizante.
--- Como assim?
--- Todos acham que meus pais morreram por conta de um acidente, até eu conto essa história na verdade, a Cindy é a única que conhece toda a história mas mesmo assim ela respeita meu espaço e não conta nada para ninguém.--- ele me olhou de relance e encostou na cabeceira da cama.--- O dia que essa foto foi tirada foi o dia que meu irmão morreu torturado. Era aniversário da minha mãe e a gente tinha ido para essa praia apenas para comemorar e esquecer um pouco dos problemas profissionais.
--- O trabalho do seu pai?--- perguntei e ele assentiu.
--- Eu e minha mãe fomos buscar mais bebidas enquanto meu pai e meu irmão ficaram conversando, quando eu e ela voltamos eles já não estavam mais no mesmo lugar. Nós rodamos a praia inteira atrás deles até que escutamos gritos de socorro do meu irmão, e quando chegamos no local meu pai tava com uma arma apontada na cabeça do meu irmão e com vários instrumentos de tortura espalhados no chão.--- uma lágrima solitária desceu pelo seu rosto, essa qual ele fez questão de limpar na hora.--- Ninguém nunca entendeu ao certo porque meu pai tinha feito aquilo mas desde que o ocorrido aconteceu minha vida se tornou um verdadeiro inferno.
--- Ei tá tudo bem chorar.--- falei percebendo que ele segurava as lágrimas o máximo que podia.
--- Meu pai maltratava minha mãe todos os dias até que ela não aguentou e tirou a própria vida.--- me olhos com os olhos vermelhos.--- Foi aí que eu comecei a treinar para me tornar mais forte que meu pai e conseguir vingar minha mãe e meu irmão, eu só aguentei todo esse tempo por conta da ajuda da Cindy. Quando eu fiz dezesseis anos eu já tinha todo um plano planejado pra matar aquele desgraçado e como eu já esperava esse plano deu certo. Mas junto com a morte dele eu herdei tudo isso que hoje em dia eu comando.
--- Lembra quando você me disse que se meu pai me maltratava quem perdia é ele?--- perguntei e ele assentiu.--- O mesmo vale pra você, seu pai é um idiota que não deu valor para o filho incrível que teve.
Dei um abraço apertado nele deixando com que ele chorasse a vontade e tirasse todo aquele peso das costas. Dava para ver o quanto ele precisava desabafar.
--- Eu te amo muito.--- sussurrei perto ao ouvido dele.
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Vcs conseguiram entender a história?
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Vendida ao Traficante
Fanfiction"𝑨́𝒈𝒖𝒂 𝒏𝒂̃𝒐 𝒔𝒆 𝒎𝒊𝒔𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒐́𝒍𝒆𝒐, 𝒆 𝒏𝒆𝒎 𝒆𝒖 𝒄𝒐𝒎 𝒄𝒐𝒎𝒆́𝒅𝒊𝒂." [Concluída]