Vinte e Três

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Meu coração batia forte enquanto eu caminhava pela calçada vendo toda a movimentação das ruas da cidade na sexta-feira à noite

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Meu coração batia forte enquanto eu caminhava pela calçada vendo toda a movimentação das ruas da cidade na sexta-feira à noite. E, apesar de usar apenas um vestido marrom justo, de alças finas que ia até meu tornozelo, e o tempo agradável, eu sentia minha pele transpirar, assim como as palmas de minhas mãos.

Eu estava a poucos metros de onde, conforme os papéis que Christopher me passou, William Santi costumava frequentar no início de seu fim de semana. Era o primeiro passo para eu finalmente me ver livre de tudo isso.

Por um momento, apenas me concentrei no barulho dos saltos de minha sandália contra o concreto e repeti, mentalmente, que seria como era no palco. Ali, quem deveria estar presente não era Robyn West, mas a Feiticeira.

Era apenas mais uma apresentação, só isso. Eu precisava da confiança que aquele alterego me dava, não esta mistura de ansiedade e tensão que estava sentindo.

Não sei ao certo quando Feiticeira apareceu — bom, acredito que ela sempre tenha existido, só estava escondida — mas ainda bem que o fez.

Então, prestes a entrar naquele bar sofisticado com luzes baixas e jazz tocando ao fundo, obriguei-me a regular as batidas de meu coração e controlei minha respiração, determinada a fazer aquilo dar certo.

Lá dentro, fiz uma breve varredura do ambiente. As mesas estavam quase todas ocupadas, e a música suave contribuía para uma atmosfera elegante e descontraída. Meus olhos logo encontraram William Santi, sentado em uma mesa no canto, conversando ao celular.

Ele era exatamente como nas fotos: alto, com ombros largos e uma presença imponente. Sua pele escura contrastava perfeitamente com a camisa branca que usava, e os olhos penetrantes e observadores, quase sempre em alerta, faziam dele alguém difícil de ignorar. O corte de cabelo curto e a barba bem aparada apenas aumentavam seu charme.

Fiz meu caminho diretamente para o bar, escolhendo uma posição estratégica onde ele pudesse me ver. Sentei-me, cruzei as pernas e comecei a fingir que estava pensando sobre o que pedir para beber, enquanto o barman atendia outros clientes.

De canto de olho, vi William terminar sua ligação e levantar o olhar, passando-o no ambiente ao seu redor, suave e disfarçado, encontrando o meu por um breve segundo antes de deixar o aparelho sobre a mesa.

Desviei meus olhos para a entrada, fingindo apreciar o ambiente, mas ainda sentia a tensão reverberante em meu sangue. Quando o barman se aproximou, pedi apenas uma água com gás, gelo e uma dose de suco de limão.

Demorou mais ou menos uns quinze minutos para meu alvo se aproximar, e quando aconteceu, meu coração disparou, mas mantive a compostura, os olhos fixos em qualquer lugar que não ele.

Ouvi a cadeira ao lado da minha ser arrastada.

— Uma dose de uísque puro, por favor. — disse ele, sua voz grave e educada. — Eles têm ótimos drinks sem álcool.

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