The Broken Ring : This Marriage Will Fail Anyway(volume 2) - Pt Br

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"Por que você perdeu tanto peso?"

Inés evitou o olhar de Raúl. Ela mal conseguia dizer o que — ou quem — a fez se esforçar demais nas últimas semanas. "Não se preocupe, eu como e descanso bastante."

Raúl perguntou novamente, a preocupação franzindo sua testa, "Você está dormindo bem?"

"Eu durmo bem."

Ele suspirou, claramente ainda preocupado. "É por isso que você precisa de mim ou de Juana para cuidar de você."

Inés tentou mudar de assunto. "Como estão todos em Esposa?"

Raúl tirou uma carta do bolso do colete. "Aqui está. Isso vai responder à sua pergunta."

Ela deu uma olhada no selo e suspirou. "Você também passou por Perez no caminho?"

Raúl assentiu. "Imaginei que você não iria querer todos os seus pertences em Esposa, então deixei o resto em Perez. Juana já separou tudo para você."

"Isso é bom. Estou feliz que Juana tenha cuidado da bagagem, mas..." Inés pegou a carta, selada com o brasão da Casa Valeztena e a letra da mãe dançando na frente do envelope.

"Você quer que eu queime?", perguntou Raúl.

Inés balançou a cabeça. Dez anos se passaram desde que ela estava ativamente em desacordo com a mãe. Já se foram os dias em que ela até recorria à automutilação para desafiar a mãe. Naquela época, Inés não conseguia controlar sua raiva pelas palavras abusivas da mãe. Tudo o que sua mãe dizia era: "Fique bonita porque você será nojenta de outra forma", "Perca a gordura porque você parece uma porca" ou algum outro comentário degradante que exigisse que seu cabelo, seu vestido ou sua expressão fossem mudados para atender aos padrões rígidos da mãe. Este não era seu primeiro rodeio, e Inés tinha pouca paciência para esse tipo de absurdo em sua terceira vida. Ela arrancava o cabelo quando as empregadas tentavam escová-lo ou rasgava os vestidos coloridos que sua mãe tentava forçá-la a usar.

Ela até comia demais para se rebelar contra quaisquer comentários sobre seu peso. Quando sua mãe ameaçou deixá-la nua e amarrá-la a um poste, ela se despiu de bom grado e tentou sair pela porta. Foi quando a duquesa Valeztena finalmente aceitou que não conseguia controlar Inés.

Mesmo em sua primeira vida, sua mãe estava deprimida, ansiosa e paranoica. Quando Inés se tornou a princesa herdeira, sua mãe se juntou à imperatriz Cayetana e à corte imperial para culpá-la pelos repetidos abortos espontâneos. Embora Inés tenha parado de amar sua mãe no início de sua infância, as maldições e palavras dolorosas ainda a feriam na idade adulta. A ironia era que a duquesa Valeztena ainda esperava que seus filhos a amassem de volta, apesar de seu abuso. Quando Luciano e Inés se distanciaram dela na idade adulta, ela frequentemente enviava cartas ameaçadoras para seus filhos. Quando Inés tinha vinte e quatro anos, a duquesa enviou uma carta a Luciano alegando que "tudo isso é culpa sua e da sua irmã" e tentou se matar. De todas as coisas cruéis que a duquesa já disse a Inés, ela odiou mais a carta mencionada. Como uma mãe poderia fazer uma coisa dessas com o único propósito de fazer seus filhos se sentirem culpados? Inés nunca entenderia sua mãe por fazer tal escolha e queimou qualquer carta que sua mãe lhe enviasse depois disso. Ela nunca mais viu sua mãe até o dia em que morreu.

Depois dos horrores de sua primeira e segunda vidas, Inés não tinha paciência para as palhaçadas ou explosões de sua mãe.

Quando Inés regrediu para seu eu de seis anos, ela conseguiu assustar sua mãe o suficiente para que a duquesa parasse de importuná-la pessoalmente. Em vez disso, a duquesa escreveu suas cartas enquanto morava na mesma casa. Mesmo quando Inés queimou todas as cartas, sua mãe não parou. Ao contrário de Luciano ou do duque Valeztena, a duquesa Valeztena não desistia facilmente. Quando Inés fez dez anos, ela aprendeu o quão tenaz sua mãe podia ser. Infelizmente, naquela época, a duquesa Valeztena amava sua filha de uma forma distorcida e egoísta. A duquesa amava sua filha demais para desistir dela, mesmo que desistir significasse mais felicidade para ambas.