Da calçada, encarei o letreiro iluminado da La Lune, sentindo meu coração apertado. Eu trabalhei na boate apenas durante alguns meses, mas parecia ser muito mais tempo.
É verdade que eu não gostava da ideia de dançar no palco para conseguir o dinheiro de que precisava para pagar a dívida de meu pai, todas as experiências que tive neste ambiente não foram agradáveis, ainda mais tendo Freddy.
Só que na La Lune era diferente. Não era fácil, claro, ter que aguentar desconhecidos passando a mão em seu corpo enquanto gritavam coisas absurdas que queriam fazer contigo, mas ali eu não era obrigada a nada.
Havia, sim, garotas que fazem outras coisas, mas por vontade própria.
Além do mais, esse dinheiro apareceu em um momento que eu precisava muito, e me ajudou de igual maneira. Consegui abater uma boa quantia do que era devido.
Eu era absolutamente grata por Natasha e toda a sua ajuda. Mas eu havia feito um acordo, estava caminhando para finalmente estar livre de tudo isso.
Não significava, porém, que eu não me sentia um tanto triste por deixar Natasha e as garotas com quem fiz uma amizade muito boa. Eu sentiria falta delas.
Quando disse a Nat que queria deixar a vaga, ela insistiu para que eu não o fizesse, pedindo para que eu esperasse um pouco mais. Também me perguntou se era por algum homem, e eu neguei.
Mais do que ninguém, era por mim.
A mulher concordou, sem outra opção, e disse que a Feiticeira poderia voltar quando quisesse; eu agradeci, mas, no fundo, torci para que nunca mais precisasse voltar.
Dei uma última olhada para a construção cheia de luzes e me despedi baixinho, começando a percorrer a calçada.
Ergui minha mão para conseguir um táxi, o que demorou um pouco mais do que eu esperava, mas deu certo. Enquanto observava as ilhas que meus olhos alcançavam, senti meu celular vibrar no bolso de meu casaco.
Era um número desconhecido.
Meu coração disparou. Não que eu estivesse ansiosa por ligação de alguém, mas porque me lembrei de passar meu número a William Santi há poucos dias, e eu precisava que ele me mandasse mensagem ou fizesse uma ligação. Eu apostava que faria a primeira opção, no entanto, estaria satisfeita de qualquer maneira.
Contudo, ao atender, tive uma surpresa ainda maior.
— O que você foi fazer naquela boate, Robyn? — era a voz de Christopher. — Por que demorou?
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FAMÍLIA WAYNE | FINALIZADA
RomanceNa vida de Christopher Wayne, a morte de seu pai não é apenas uma tragédia pessoal, mas uma oportunidade cuidadosamente planejada. Criado desde a infância para suceder seu pai, Christopher retorna a Toronto determinado a não apenas assumir o legado...