CAPÍTULO 12

1.9K 221 214
                                    

Em Harrisburg...

Prédio da Armstrong investments -  Centro de Harrisburg/Pensilvânia.

Sala da presidência - cobertura.

Alberto Armstrong descansou as costas na sua cadeira mais que sofisticada e suspirou, desviando seu olhar da tela do computador logo a sua frente.

Não tinha nenhum tipo de preocupação grave em relação a empresa, os negócios iam mais do que bem como de costume. Desde que assumiu a presidência da Armstrong investments, quando ainda tinha 23 anos, logo após a morte de seu pai, sempre liderou com quase perfeição as empresas e ações de sua família, resultado da excelente educação que Edmund Armstrong fez questão que recebesse desde o berço.

Ele tinha recursos para oferecer o mesmo privilégio aos filhos, por isso quando Mon quis seguir um caminho totalmente contrário e quase insignificante em sua visão, se decepcionou um pouco. Mas não iria obrigá-la a isso, Mon sempre teve um temperamento forte e ao lembrar de onde isso vinha, Alberto se frustrava ainda mais.

Kornkamon era quase uma cópia perfeita de Débora e às vezes se perguntava onde estavam os seus traços nela.

Richie por outro lado, quis seguir seus passos e apesar de um pouco desengonçado às vezes, se formou e parecia mais que empolgado em assumir a cadeira que hoje ele estava sentado.

Alberto não tinha certeza, sempre a preparou para Mon, para a sua filha mais velha, assim como ele foi o mais velho dos filhos a ocupar.

Não sabia o que fazer para Mon despertar o desejo em liderar os negócios de seus antepassados, e aparentemente não ia... então ele não tinha escolha, deixaria Richie tentar.

Porém, não era isso que o causava enxaquecas semanais a um longo período de tempo.

Todo mundo esconde algo que o perturba mesmo nos dias mais tranquilos.

Que não o deixa dormir a noite..

Algo que passe o tempo que for, estará lá no cantinho do seu inconsciente para te lembrar o quão desprezível você pode ser e o quanto talvez você não mereça todas as coisas boas momentâneas que está vivendo.

E nem toda riqueza do mundo te livrará desse peso.

Ele suspirou mais uma vez antes de retirar seus óculos, pousá-los sobre a mesa e pegar o telefone sem fio.

Ele discou o número já muito registrado nesse mesmo telefone. Esperou pacientemente até que no quinto toque, foi atendido:

-Como ela está? (A voz do patriarca Armstrong saiu suave, quase que falha)

Alguns segundos de silêncio antes da resposta vir.

-Mon está bem... estou cuidando dela. (A voz do outro lado da linha era igualmente suave)

-Eu sei que está. (Disse Alberto e deixou seus ombros descansarem ainda mais sob sua cadeira)

Respirações, apenas respirações impediam o silêncio absoluto.

-Eu.. (Alberto começou)

-Se era só isso.. (A pessoa do outro lado da linha interrompeu)

-Eu só queria saber, se.. se todos estão bem?.(A pergunta carregava consigo nas entrelinhas um sentido que talvez só a pessoa do outro lado pudesse entender)

-Sim, todos sempre estiveram bem… (Um suspiro foi identificado ao final da frase) Agora eu preciso..

Foi a vez do homem interromper.

Green Valley Onde histórias criam vida. Descubra agora