Cap. 8 - Meu Macho

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"Eu gosto da sua cara quando fica bom
Eu te faço gostar, baby, esse é meu dom
Não me deixa esperando, baby, volta já pra cá
Vem pra cá..."

Te esquecer (Diego Martins)

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*Cenas +18

Kelvin olhou com cuidado o celular sobre o criado-mudo e espantou-se, passava do meio dia, eles tinham se amado a madrugada inteira e ido dormir com o galo cantando.

Ramiro dormia apoiado no meio do peito de Kelvin, em algum momento durante a manhã, ele tinha ido parar ali e se aninhado como um gatinho, assim como as pernas também encontravam-se entrelaçadas, o que chegava a ser uma cena quase cômica devido ao tamanho dele, mas na verdade era lindo, ressonava tranquilo, o braço direito agarrando fortemente a cintura do menor, mesmo adormecido ele lhe dava apertões ocasionais o que fazia Kelvin rir, eles estavam apenas cobertos pelo lençol dos quadris para baixo, porque era uma típica manhã quente em Campo Grande.

Kelvin não tinha conseguido dormir, passou o tempo todo olhando Ramiro, fazendo carinho em seus braços, lhe dando beijinhos nos cabelos e na testa, acarinhando seu rosto e sua barba rala com as unhas curtas, estava em estado de êxtase, não podia perder esse tempo dormindo, ele queria era contemplar o seu homem completamente enrolado em si, seu coração não conseguia normalizar as batidas, seguia acelerado demais, um amor tão grande que mesmo o tempo não foi capaz de amenizar, pelo contrário, só fez fortalecer.

De qualquer maneira, há anos Kelvin não dormia sem estar sob o efeito de remédios, ele tem enfrentado dificuldades para adormecer sem o auxílio de medicamentos há no mínimo 3 anos.

Inicialmente, ele começou a usar pílulas para lidar com a dificuldade em desacelerar após dias extenuantes e a agitação constante de sua vida. No entanto, a necessidade de descansar tornou-se um vício; ele não consegue dormir sem esses remédios e a dose está aumentando gradualmente. A dependência está começando a afetar sua saúde física e mental, tornando-o cada vez mais irritável durante o dia, mas ele não percebe isso de maneira consciente.

Ramiro resmungou que ia tirar a manhã de folga pelo seu pequetito e Kelvin não se opôs, enfiou o nariz nos cachinhos bagunçados de Ramiro e sorriu bobo, seu corpo estava dolorido, gostosamente dolorido.

Os dois tinham levado um ao outro à exaustão total, a ponto de realmente não conseguirem levantar da cama.

Verdade seja dita, nunca um homem tinha metido tão bem dentro dele, Kelvin teve essa sensação de ter saído do corpo, Ramiro era tudo e muito mais do que tinha fantasiado.

Sempre seria o amor da vida de Kelvin e agora não existia nenhum tipo de dúvida que ele tinha, sim, cometido um grande erro ao deixá-lo da maneira como fizera, e agora ele tinha se prometido que nunca mais o largaria ou sairia de perto de Ramiro.

Kelvin se recusava terminantemente a viver sem o amor de sua vida, já viveu num mundo sem Ramiro e não se adaptou a isso nem um mísero dia.

O nível de entrega que eles tinham atingido naquela madrugada não é possível ser descrito em palavras que possuem muitos significados e que não abarcam a extensão do sentimento, mas podemos chegar próximo de uma descrição ao dizer que...

O reencontro foi uma sinfonia barulhenta e caótica, onde o mundo exterior se desfez em um borrão distante. Cada toque como se fosse um poema não escrito, cada beijo, uma estrofe de um romance atemporal. O calor dos corpos entrelaçados foi uma promessa de eternidade resumida em momentos fugazes que eles tentavam prolongar, mas os corpos saudosos um do outro, da metade que faltava, não conseguiam segurar o êxtase e explodiram de prazer, sem controle.

Nó(s)Onde histórias criam vida. Descubra agora