"E a emoção do nosso amor
Não dá pra ser contida
A força desse amor
Não dá pra ser medida
Amar como eu te amo
Só uma vez na vida..."(O amor é mais - Roberto Carlos)
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O avião, agora em um mergulho, parecia um pássaro ferido, lutando para se manter no ar.
Embicou, ficando completamente na vertical, como se fosse um pêndulo.
Kelvin agarrou-se à poltrona, sentindo o coração disparar. O mundo exterior estava um borrão de escuridão enquanto a água ia se aproximando a uma velocidade aterrorizante, abaixaram conforme instruído, ficando todos na posição de "brace", que consiste em colocar a cabeça entre os joelhos e abraçar as pernas.
Um estalo ensurdecedor cortou o ar, seguido por um forte impacto.
O jato se chocou contra a água a cerca de duzentos quilômetros por hora.
O choque foi brutal.
A fuselagem se partiu ao meio, dividindo a aeronave em duas, a proa se estilhaçando e sumindo nas águas, as poltronas em suas maioria se soltaram imediatamente, como um brinquedo quebrado, e a cabine foi inundada instantaneamente.
Fragmentos do avião se espalhavam pelo mar, flutuando.
O choque da água gelada com as pessoas arrancou o ar dos pulmões imediatamente, fazendo com que fosse difícil respirar, dando início ao estado hipotérmico inevitável numa situação como essa.
A água, que parecia ter saído diretamente de um iceberg, envolveu Kelvin em um abraço de gelo inesperado. O choque térmico era tão intenso que sua pele parecia gritar, assemelhava-se a pequenas agulhas penetrando sua pele ao mesmo tempo
Kelvin lutava contra uma dor aguda nas costelas, agravada pela força do impacto, o cinto de segurança, que deveria ser seu protetor, agora era um traidor que se soltara e o tinha machucado quando ricocheteou na queda, na hora do desespero Kelvin tinha afivelado errado e o cinto facilmente abriu.
Desorientado, Kelvin se viu quase submerso quando uma onda o engoliu, cuspindo água pra todo lado, as águas do Atlântico o puxando para o fundo como se uma população de sereias lá embaixo tentasse sequestrá-lo para as profundezas, ele só não afundou devido ao colete salva-vidas e ao assento flutuante, ele estava com as pernas dentro da água, e apoiava o tronco em cima da poltrona parcialmente quebrada, que funcionava como uma boia.
Ele lutou para voltar à superfície, sua respiração ofegante misturada com a adrenalina.
Um fio de sangue escorria de seu supercílio que tinha um corte mediano, e a sensação de pânico o envolvia como um manto escuro.
Chovia a cântaros e não se enxergava nada.
O silêncio após o impacto pareceu durar horas, ninguém conseguia respirar o suficiente para falar ou gritar, sobrepondo-se a isso o choque de um acidente repentino como aquele.
Havia estilhaços por toda parte que batiam em Kelvin, empurrando-o para longe e um chiado constante que ele não sabia determinar de onde vinha, começou depois de alguns minutos a escutar gritos já um pouco distantes.
Não via um palmo na frente do nariz.
— Kelvin! — a voz de Daniela cortou o som da água, ela lutava contra uma onda, apenas com o colete e tentando nadar às cegas.
A luz fraca de uma lanterna foi acesa por um dos seguranças de Kelvin que tinha treinamento militar, ele iluminou parcialmente a água agitada, coberta por restos de avião, era semelhante a quando você quebra uma lâmpada e os cacos se espalham por todos os lados.
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Nó(s)
FanfictionKelvin disse não a tentativa de Ramiro fazê-lo ficar e priorizou sua carreira, tornando-se famoso a nível global, sendo contratado por uma das maiores gravadoras do mundo, 7 anos depois daquela despedida dolorida, ele está no ápice do sucesso, inace...