Nó(s)

Cap.14 - Juntos

"I can see the future as we're passing by
And we're never stopping at no red, red light
Whatever you decide, just know you're not alone
If you break, then I break, we're not made of stone...                                                                                 I can't breathe, breathe, breathe, breathe, baby, on my own..."

(Breathe - Omar Rudberg)

Aviso: Ceninha +18!

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A equipe de buscas da Guarda Costeira reportou naquela tarde o resgate de mais dois passageiros do jato particular do cantor Kelvin Star, a notícia dava conta de que eles tinham sido resgatados durante a madrugada por um navio cargueiro e que prontamente tinham acionado a Guarda Costeira.

Daniela olhava para a notícia em seu tablet com a boca aberta, não desejaria a morte de ninguém, não era esse tipo de pessoa, mas ver que ele tinha sido resgatado a deixou em choque por vários minutos.

Ela entrou no quarto de Kelvin que tomava o lanche da tarde, suco de laranja e bolacha de água e sal, estava sentado, usava agora apenas a camisola de hospital, sem o colete, tinha uma medicação intravenosa e soro, a indicação dos médicos era evitar deitar de lado ou de bruços e repousar, por enquanto, já no dia seguinte uma fisioterapeuta começaria a fazer alguns exercícios com ele, estava sozinho no quarto porque Ramiro estava fora fazendo ligações profissionais.

Daniela, ajeitou melhor o tablet na mão que tinha um dedo enfaixado, resultado de uma fratura no acidente, respirando fundo, estendeu o aparelho para Kelvin ler e comunicou.

— Vou direto ao ponto, Kelvin... Acharam o Frank e o Bob, um navio cargueiro os achou à deriva. Bob teve alguns ferimentos e será liberado em breve... O Frank teve múltiplas fraturas, e um impacto forte na coluna cervical e pelo que eu entendi agora ao ligar para o hospital, isso o deixa nesse momento paraplégico...

Kelvin ficou boquiaberto, levando a mão à testa, estendendo de volta o tablet para a secretária, encarando-a pasmo.

— É... Ele ficará um bom tempo ainda internado pelo que sabemos... Ele passou por uma cirurgia assim que chegou ao hospital e parece que tem no mínimo mais duas pela frente. Está num hospital próximo daqui. E, já pediu pra falar com você por videochamada.

Kelvin, bufou... Se desejou a morte dele em algum momento?

Sim.

No mar, desejou isso por alguns momentos, pensando na paz que seria livrar-se dos tormentos a que ele o submeteu durante todos aqueles anos, mas, Kelvin tinha um coração bom, nem sempre Frank tinha sido mal com ele, sabia que senão fosse pela mediação dele muito provavelmente ele nunca teria chegado ao status de um artista internacional.

— Não sei o que pensar, Dani...

— Ele já está consciente e fazendo ligações, me mandou mensagem a pouco querendo falar com você.

— Falarei com ele, se Frank quiser cobrar a multa do contrato, expor tudo o que ele tiver acesso na mídia, que o faça, eu não vou mais viver uma vida sob o controle dele, se eu perder tudo, eu recomeço, eu não posso mais deixá-lo ditar a maneira como eu vivo. E eu espero que você esteja comigo nisso.

— Sempre, Kel, sempre. — Daniela, se aproximou e segurou a mão dele nas suas.

— O Ramiro foi resolver algumas coisas do trabalho dele, então, vou aproveitar para ligar de vez pro Frank. — Kelvin pegou o novo celular que Daniela lhe arranjou e que estava ao lado de seu travesseiro.