Flores, risos e carinhos

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Rodolffo olhava para o closet indeciso, qual camisa usar para ir até a casa de Juliette? Ele tinha vários estilos, mas qual ficaria mais bonita, afinal beleza importa e muito para ele.

- Rodolffo, a máquina já centrifugou a sua roupa. - dona Elza avisou e sorriu ao mesmo tempo que o viu parado e observador.

- Mãe eu coloco na secadora daqui a pouco. Um instante. - ele disse se virando para ela.

- Me perdoe por ser intrometida, mas eu já fiz isso, pensei que só tinha roupas suas.

Rodolffo olhou para a mãe e ela continuou.

- O biquíni é da moça que você vai ver mais tarde?

- É mãe. É dela. Mas não tem problema. Eu trouxe nas minhas coisas por engano.

Ele fez um resumo do ocorrido no mar e Elza ficou preocupada.

- E como ela está?

- Ela está bem dentro das possibilidades. Mas não pode forçar o pé.

Dona Elza foi se aproximando do filho e ele sabia que ela queria saber mais.

- Não vai me dizer o nome dela?

- Mãe vamos devagar. Eu estou vendo que a senhora está ansiosa.

- E você não? Eu te conheço tão bem e nunca te vi assim.

- É... Isso é verdade. Mas o futuro é instável. Eu não posso afirmar se amanhã será como hoje.

- Você não é mais um adolescente Rodolffo. Tem que se decidir. Pedir em namoro é o primeiro passo. - Elza sugeriu e ele sorriu.

- A senhora não brinca dona Elza.

- Já pediu alguém em namoro antes? Eu acho que não. Então ela pode ser asua primeira e a sua última também.

- Ela é linda mãe. Ela é leve. Mas ao mesmo tempo ela é confusa e medrosa.

- Medrosa?

- Sim. Com ela tudo é diferente e isso me dá um pouco de receio também. - ele fez uma pausa e continuou. - Ela é filha de um casal de pastores. E eu acho que ...

- Continua Rodolffo, o quê você acha?

- Besteira... Não vou falar disso com a senhora.

- Por que não? Eu sou sua mãe.

- Eu tenho que ir com calma, é só isso que acho.

- Entendo.

Dona Elza sabia o quanto o filho era reservado na sua vida pessoal. Das poucas tentativas de conversas que teve com ele no início da adolescência, sempre recebeu a resposta: eu sei mãe. Como ele conseguiu saber tanto, ela só imaginava que era na escola por que ele não teve uma figura masculina para lhe dá um conselho sequer. Do jeito dele, deu muito certo por que ela nunca o viu envolvido em polêmicas, nenhuma moça honrada bateu a sua porta, nenhum neto lhe apareceu de surpresa e bem que ela gostaria que isso tivesse acontecido.

Trinta minutos depois ele estava pronto e passou na sala, lhe dando um beijo na testa.

- Você está muito bonito meu filho.

- Mãe talvez eu durma com ela hoje. Acha que devo levar flores?

Dona Elza sorriu.

- A senhora gosta de flores... Será que a Juliette também gosta?

- Acho que a Juliette vai amar ganhar flores.

Ele sorriu e saiu de casa.

No caminho da casa de Juliette ele comprou muitas coisas. As flores, uma sobremesa de chocolate branco e preto por que não sabia de qual ela gostava. Comprou pizza e também uma outra massa, mas tudo era novo para ele e teve medo de errar nas escolhas.

- Eu não sei do que ela gosta, mas se errar em tudo jogo fora e compro alguma coisa diferente.

- Essa pizza é deliciosa. - a atendente disse sorridente para Rodolffo.

- Eu concordo. Moça também quero levar um suco de uva, por que já percebi que ela não gosta de beber álcool e nem de refrigerante.

- Aqui o senhor pode levar tudo, inclusive eu. - ela o cantou e Rodolffo ficou sem graça.

Pagou o quê devia e foi embora. Chegou cheio de sacolas e o rapaz da portaria o ajudou a subir com tudo isso.

- Eu nunca vi o senhor aqui antes, mas a Juliette deu seu nome mais cedo para que sua entrada fosse liberada.

- Nós somos amigos.

- Ah é... Sei. - o porteiro sabia que amigos não dão flores vermelhas as amigas, mas só sorriu e o ajudou.

- O senhor pode ir. Muito obrigado.

Rodolffo ficou sozinho e tocou a campainha. Logo uma Juliette sorridente estava a sua frente.

- São para você. - ele entregou as flores e Juliette fez claramente cara de surpresa.

- Muito obrigada. São lindas.

- Não me convida para entrar? - ele disse sorridente.

- Ah meu Deus que cabeça... Vem entra.

Rodolffo entrou com suas sacolas e Juliette lhe indicou onde colocar.

- Por um momento eu achei que você não vinha... - ela disse isso e Rodolffo tirou o buquê de flores dos seus braços.

- Eu prometo e cumpro. Não perderia a oportunidade de estar com você.

Juliette segurou as mãos dele e logo ele percebeu que ela estava sem a bota.

- Por que você não está usando?

- Eu estou me sentindo bem. - ela aproximou-se dele. - Só falta uma coisa para ficar melhor.

- O quê? - ele disse sorridente e fazendo carinho na bochecha dela.

- Um beijo seu...

Rodolffo logo a beijou e depois dele veio o riso sincero.

...

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