No dia seguinte, Juliette despediu-se de Rodolffo nas primeiras horas úteis do dia, chegando na clínica mais cedo e já iniciando seus atendimentos. Haviam menos pacientes que no dia anterior e mesmo almoçando ali no local de trabalho, ela só tinha um paciente a partir das 14 horas.
Aproveitou para estudar sobre os exames que tinha que fazer e sobre a implantação do DIU. Alguns relatos não lhe agradou tanto, principalmente os que as mulheres engravidaram com o dispositivo e houve problemas no feto. Isso lhe causou medo.
Ao mesmo tempo que tinha medo de engravidar, ao ver as fotos dos recém nascidos seu coração se enchia de ternura. Ela já tinha percebido que Rodolffo tinha mudado completamente de ideia e desejava um bebê. Mas não seria cedo demais para um passo tão grande?
Juliette encostou a cabeça na cadeira e fechou os olhos.
- Estamos indo rápido e se toda essa intensidade tiver fim? Não é justo ter uma terceira pessoa para sofrer.
De alguma forma seu coração tinha alguma insegurança. Mesmo estando completamente apaixonada e sentindo que era correspondida sentia algum pessimismo. O DIU era mais que uma forma de contraceptivo, sua inserção era alguma garantia que se tudo tivesse fim, ela não estaria sozinha com uma criança nos braços.
Juliette foi retirada de suas reflexões quando bateram a sua porta.
- Juli... - Lavínia entrou em seguida. - Tem um minuto?
- Oi Lavínia. Entra.
Entrou e sentou frente a Juliette.
- Desculpa pelo sumiço. Desculpa pelo incidente na nossa viagem.
- Está desculpada. Como está você? Não nos falamos a dias.
- De verdade estou péssima. Venho trabalhar para esquecer os problemas. Estou com ódio do Otávio.
- Não diga isso. Vocês precisam se acertar se quiserem fazer dá certo.
- Olha aqui... - ela entregou um envelope na mão de Juliette. - Abre e lê por favor. Não tenho coragem.
Juliette pegou o envelope e viu que se tratava de um teste de gravidez. Lavínia já estava péssima e quando ela disse um sonoro "positivo", se pôs a se maldizer.
- Não faça Lavínia.
- Eu não quero... Não quero Juli, é simples.
- Não diga isso. Esse bebê pode ser uma salvação para o seu relacionamento.
- Não é... O Otávio vai me bater. Ele já fez isso ontem.
Juliette ouviu isso alarmada.
- E eu estou sabendo que você está com o Rodolffo. Não se ilude não, ele é muito pior que o Otávio. Homem não é futuro para ninguém.
- Lavínia se você quiser se separar do Otávio faz isso, mas fica com o seu bebê. Com certeza ele é o amor da sua vida.
- Eu não vou largar o Otávio, mas vou me livrar desse feto.
- Lavínia, pelo o amor de Deus. Não pense nisso. Você não vai abortar.
- Não é a primeira vez que eu faço isso. Talvez não seja a última e se um dia você precisar eu posso te dá a recomendação.
Juliette estava em choque com Lavínia. Mas nem conseguiu lhe responder e seu celular tocou. Era Rodolffo na chamada.
- Oi amô... - ele disse com a voz rouca. - Você está ocupada?
- Oi amor. Estou esperando um paciente, mas logo ele chega e eu fico livre. Está tudo bem?
- Eu tô no hospital. Minha mãe passou mal em casa e eu vim correndo. Amô... Eu não quero perder ela. - ele disse chorando.
- Ah meu Deus. Ela já foi atendida?
- Está sendo e eu não sei notícias. Vem assim que puder, por favor. - ele disse o endereço.
- Eu vou. Calma meu amor. Chego já!
Lavínia já tinha saído dali e por sorte o paciente já havia chegado, sendo atendido prontamente.
Juliette pegou um táxi e foi até o hospital que dona Elza estava e encontrou um Rodolffo super aflito.
- Foi um infarto. A minha mãe está fazendo uns exames agora.
- Ôh meu Deus. Dona Elza parecia tão bem.
- Não quero que ela se vá... Eu não vou aguentar. - ele chorava muito e Juliette lhe fazia carinhos nas costas. - A minha mãe não...
- Vai ficar tudo bem amor. Calma. Eu estou aqui, você só precisa se acalmar.
Eles sentaram-se e Juliette buscou um chá para Rodolffo, enquanto ela ficou na água. Ambos estavam aflitos em busca de notícias de dona Elza.
...
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A dança da nossa vida
FanfictionUma coincidência do destino, fazem duas pessoas conhecerem o amor.