"Com certeza a melhor noite da minha vida", era só o que eu conseguia pensar. Não só simplesmente porque transar com a doutora foi de outro mundo, mas também porque mesmo tendo um dia ruim, pelo menos algumas coisas me deixaram feliz. Ou melhor: uma pessoa me deixou feliz.
Sorridente, lembrando dos momentos do sexo, fixo minha visão na mesa em que Cibelle está, onde está indo pegar sua bolsa. Estou esperando ela para dar carona.
Longe, avisto um homem alcoolizado se aproximando de Cibelle. Ele não parecia que ia machucar ela, mas que sua presença estava a incomodando, isso é muito óbvio. Sinto necessidade de ajuda-la.
Ando até Cibelle, ficando ao lado dela. Achei até engraçado quando cheguei ali - percebi que o rapaz era muito mais baixo do que eu, e por isso, ele ficou me olhando com uma cara de medinho.
- Algum problema aqui?
- Aush...... Quem é tu, 'misera'? - Falou o moleque, com cara de vento.
- Te interessa não, rapaz. - Olho para Cibelle, que me olha como se eu estivesse salvando a pátria. - Quer ir embora?
- Ei! Que isso coroa? 'Que que você pensa que tá fazendo? - Comentou incomodado.
- Quero sim, vamos.- Belle segura em meu braço, e me puxa a ficar de costas para o rapaz, andando a caminho da saída, lentamente.
Enquanto íamos embora, podia ouvir o rapaz ainda proferindo palavras espalhadas.
- Bellinha...! Volta pra mim, meu amor, por favor! Eu prometo que dessa vez eu não vou te decepcionar, eu te amo! Volta comigo! - Gritava, perdendo seu tempo, totalmente ridículo.
Inevitavelmente, a situação ia gerar curiosidade em qualquer um que estivesse fora do contexto - claramente, eu ficaria curioso a respeito também. Quando saímos do restaurante, Cibelle soltou meu braço.
- Desculpa pelo transtorno, ele é assim mesmo.
- Imagina. É ex?
- ...Sim.
- Ah.
É, ficou um clima. Avisto meu carro na rua e o ligo pela chave.
- Pode entrar, fica á vontade.
- Obrigada...
Em um instante, me toco que ela está tímida junto comigo. Acho engraçado. Lá no banheiro, não tava tímida não... Entramos no carro e dou a partida, saindo da rua.
- Você sabe aonde eu moro? - Perguntou confusa.
- Claro que sei, já estive na rua, lembra?
- Verdade!
[...]
Estaciono o carro em frente à sua casa, e desço do carro, junto com ela. Cibelle anda para perto da porta de seu prédio, e ando até a calçada, de frente para ela.
- Não precisava ter saído do carro, Beto.
- Mas eu queria, e aí? O que vai fazer? - Respondi rindo de modo levemente sádico, colocando minhas mãos nos bolsos da minha calça.
- O que eu vou fazer? Eu vou pegar um bisturi e correr atrás de você até você se cansar!
- Coitada... Acha que vai funcionar.
- Fica na sua! - Disse rindo, e olhando para baixo. - Obrigada pela carona. - Me olhou de novo, e sorriu meigamente.
- Por nada, doutora. Precisando, a gente se tromba por aí.
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⊹ ࣪ ˖. .ᐟ𝑪𝒆𝒎 𝑪𝒉𝒂𝒏𝒄𝒆 ִ ࣪𝜗𝜚 - Capitão Nascimento
أدب الهواةCibelle é uma estudante universitária residente no Rio de Janeiro, estagiando em comunidades da cidade com a saúde pública negligenciada pelo Estado. Claramente, não é o lugar mais seguro do mundo para se trabalhar. O crime, o tráfico, a violência...