Cibelle é uma estudante universitária residente no Rio de Janeiro, estagiando em comunidades da cidade com a saúde pública negligenciada pelo Estado. Claramente, não é o lugar mais seguro do mundo para se trabalhar. O crime, o tráfico, a violência...
Certamente, me decepcionei um pouco. Sabe quando você coloca expectativa demais em uma coisa, chega lá e não é o que você esperava? Foi isso. Minhas expectativas foram derrubadas, pela reação do Roberto. Só ficou me olhando, com uma cara de tacho, sem fazer nada, nem sorrir ele sorriu. Mas tá bom.
O ônibus que eu esperava apareceu e parou no ponto, me levanto para entrar no veículo. Me dirijo a um assento, e olho pela janela novamente, encontrando nossos olhares de novo, antes do ônibus partir. Talvez minha mente esteja querendo alimentar um desejo desconhecido, improvável.
Vamos esquecer isso. Ás vezes eu quero voar alto demais. O ônibus começa a fazer seu trajeto contínuo de rotina. Para voltar pra casa, preciso pegar dois ônibus: esse, e outro, que segue direção ao meu bairro.
[...]
Abrindo a porta da entrada para minha casa, jogo minhas coisas no sofá e rapidamente vou para meu quarto, me jogo na cama, suspirando. Fecho o olho e sinto uma leve agonia do meu corpo, me sinto suja, depois de passar o dia na rua, então decido tomar outro banho - especificamente gelado.
Entrando no banheiro, tiro minhas roupas e as jogo no cesto de roupas sujas. Prendo o cabelo, porque já lavei ele de manhã, e não quero molha-lo de novo. Deixo a água gelada purificar a oleosidade do meu corpo, me sentindo mais leve e mais relaxada - não há nada melhor!
Aproveito a paz, e resolvo até esfoliar meu corpo, removendo as células mortas, para renovar a pele - famoso "banho premium". Me enxáguo uma última vez, e saio do banho, indo ao meu quarto trocar de roupa.
Mais uma noite comum se iniciava. Aos finais de semana, quando fico sozinha, gosto de cozinhar para mim mesma. Visto uma camisola de seda rosa choque, e calço uma pantufa fofinha que gosto de usar á noite.
Seguindo o habitual, decido cozinhar um macarrão comum, à bolonhesa, e obviamente, com um vinho seco para acompanhar.
Aciono uma das bocas do fogão, colocando uma panela cheia de água para esquentar. Enquanto espero esquentar, já procuro um vinho em minhas gavetas na cozinha, para iniciar os trabalhos. Decido ligar para a minha mãe.
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- Oi, mãe? - Falo sentada na cadeira da mesa de jantar mini, tomando uma taça de vinho.
- Oi, minha filha! Tudo bem com você?
- Tudo. E aí? O que fez hoje?
- Dia de faxina e vigiei a sobrinha da Judite, a vizinha aqui da frente. O filho dela tá desaparecido desde de manhã, e ela foi procurar ele.
- Que horror, mãe...
Fomos batendo papo, enquanto eu esperava a água esquentar. De vez em quando, eu me levantava e verificava a água. Quando estava em um estado considerável, peguei a massa de macarrão Farfalle, e joguei na panela para cozinhar. Meu celular estava apoiado na bancada da cozinha, enquanto fazia isso.
