Capítulo 5

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Neil não ouvia esse nome há anos. E não estava pronto para ouvi-lo agora.

E então, poucos momentos depois de talvez ser aceito como parte da matilha, Neil correu novamente.

Dane-se a matilha, dane-se sua aparente confiança em Andrew, dane-se os avisos de sua mãe sobre lobos solitários. Ele seria um lobo desonesto, aprenderia a controlá-lo sozinho, não era seguro para ele aqui, não quando sua identidade já era conhecida. Ele precisava dar o fora daqui.

Ele não foi muito longe.

Andrew ainda estava na porta e quando Neil tentou empurrá-lo, ele se mexeu. Andrew rosnou para ele e o empurrou de volta para a sala de estar. Mas Neil não tinha desistido ainda. Ele já tinha catalogado as portas naquela sala e tinha que apostar que a porta à sua direita tinha uma janela. Ele correu naquela direção, abrindo a porta e quase suspirando de alívio quando viu uma janela no fundo da sala, grande o suficiente para Neil passar.

Ele chegou à janela sem contestação e destrancou e abriu. Ele tinha seu torso através dela quando dentes afiados foram repentinamente presos em sua perna e ele foi puxado sem cerimônia para o chão. O ar foi arrancado dele com o impacto e ele tentou recuperar o fôlego. Assim como da última vez que ele correu, foi Aaron quem o alcançou primeiro. Ele soltou a perna de Neil, mas colocou uma pata fortemente arranhada no peito de Neil.

Andrew e Nicky se juntaram a eles no quarto, que agora que Neil teve tempo de olhar ao redor, era um banheiro. Mas Kevin não estava em lugar nenhum.

Nicky, que ainda estava em forma humana, olhou para Neil como se ele fosse louco.
—Que porra foi essa?

Neil ainda estava lutando para recuperar o fôlego e só percebeu que estava em pânico quando pontos pretos começaram a aparecer no canto de sua visão.

Andrew se moveu para trás e suspirou. —Aaron, vá lidar com o ataque de pânico do Kevin. Eu vou lidar com esse.

Aaron saiu de cima de Neil e também se moveu de volta. "
—Mas-

—Eu o peguei –, Andrew disse com firmeza.

Aaron assentiu e saiu do banheiro.

Andrew se agachou ao lado de Neil e Neil sentou-se cuidadosamente. Ele tremia tanto que sentiu que cairia se não estivesse encostado na parede.

— Posso tocar em você, sim ou não? – Andrew perguntou a ele e Neil olhou para ele. Ele honestamente não queria que ninguém o tocasse agora, ele queria estar fora da janela agora, um país longe de tudo isso, de Kevin. Mas ele se lembrava de que sempre que tinha um ataque de pânico na frente de sua mãe, ela o beliscava, dava tapas e o repreendia, e isso sempre o fazia focar no que era mais importante. Correr. Isso o tirou disso. Ele não sabia o que Andrew planejava fazer, mas ele assentiu.

— Sim – ele engasgou.

Então a mão de Andrew estava na parte de trás do seu pescoço, segurando-o firmemente, e Neil sentiu-se inclinar-se para ela. Sua respiração estava falhando em sua garganta e ele ansiava por apenas agarrar uma e forçá-la a sair normalmente.

— Respire – Andrew ordenou e Neil teria rido na cara dele se tivesse fôlego para isso.

Mas então Andrew puxou a cabeça de Neil para baixo, de modo que seu nariz estava na curva do pescoço de Andrew e, na próxima vez que uma respiração atrapalhou seu caminho para sua garganta, ele parou. Ele respirou fundo pela primeira vez no que pareceu horas e relaxou contra a parede atrás dele. Porque o cheiro de Andrew era diferente de tudo que Neil já tinha sentido antes. Era todo menta e café caramelizado, com um toque de cigarro. Era ao mesmo tempo calmante e rejuvenescedor. Era como um copo de água gelada depois de uma corrida. Era uma cama quente depois de estar lá fora no frio. Era algo que Neil não sabia como tinha passado a vida inteira sem.

Os seus aromas - All for the gameOnde histórias criam vida. Descubra agora