Os seus aromas - All for the game

Capítulo 11

Neil não dormiu bem, apesar de estar cercado pela matilha naquela noite.

Seus pensamentos estavam muito confusos e havia alguém faltando no grupo da matilha. Isso deixou uma dor no peito que ele não conseguia mais negar.

Ele provavelmente deveria ter ido até Andrew primeiro com esses sentimentos. Isso o envolvia, então fazia sentido. Mas ele estava assustado e magoado, então ele falou com o resto do bando.

— E quando eu os vi, eu simplesmente senti como se algo tivesse sido arrancado de mim. Eu me senti magoado, confuso e bravo. E eu não sei por que eu senti todas essas coisas. Eu não deveria me importar com quem Andrew está, certo? É porque ele é da matilha? Que eu não o quero com outras pessoas? Tipo, é uma coisa de lobo? – Neil olhou para os três, um de cada vez.

Todos eles evitaram olhar para ele como se soubessem de algo que ele não sabia.

—Bem… – Nicky começou. – É uma coisa de lobo.

Ok, isso significava que era algo que ele podia controlar, certo?
— Ok, como eu paro isso?

Nicky estremeceu um pouco.
— Uhm… Não é exatamente…

Aaron falou então.
— Neil, não é realmente algo que você pode controlar. São seus sentimentos. E seus sentimentos não estão errados.

— Se não estão errados, então por que doem tanto? – Neil torceu as mãos, olhando para seu colo.

Nicky fez uma espécie de som ferido e estendeu a mão para colocar uma mão no ombro de Neil.
— Eles não estão errados, é só que... É culpa de Andrew que eles estejam machucados agora. Normalmente eles deveriam te fazer sentir bem.

— Não é culpa do Andrew. Ele deveria poder ficar com quem ele quiser, certo? –  Neil olhou para eles em busca de confirmação.

— Ele deveria, mas… – Kevin falou. – Aquele que ele quer é-

— Kevin – Nicky interrompeu, olhando para cima, para onde Andrew estava.

— Esperem, ele pode nos ouvir? – Neil perguntou, com os olhos subitamente arregalados.

Os outros ficaram em silêncio, olhando para qualquer lugar, menos para Neil.

Neil esfregou a mão no rosto. Agora, isso era constrangedor. Ele deveria ter ido falar com ele primeiro.

— Olha, você deveria ir falar com Andrew. Vocês vão resolver isso – Nicky sorriu encorajadoramente, mas não alcançou seus olhos.

— Como eles vão resolver isso se Neil nem sabe que eles são... – Aaron se interrompeu.

— Nós somos o quê? – Neil olhou entre eles. – Por que vocês todos continuam falando em meias frases enigmáticas?

— Neil – Kevin disse, direto. – Você gosta de Andrew?

— Vamos, Kevin, ele não- – Aaron tentou.

Neil o interrompeu.
— Claro que eu gosto do Andrew. Ele é meu alfa.

— Mas você gosta dele como algo mais do que o líder da sua matilha? – Kevin perguntou.

Neil pensou sobre isso.
— Acho que gosto de pensar que também nos tornamos amigos.

Aaron passou a mão pelo rosto em frustração.
— Ele nunca vai-...Você quer beijá-lo?

A pergunta direta e aparentemente vinda do nada pegou Neil desprevenido.
— O quê?

Nicky foi com ele:
— Tipo, imagine só. Vocês estão andando pela floresta, é quase pôr do sol, vocês se acomodam na clareira, estão conversando e de repente estão cara a cara. Vocês dois ficam quietos, olham nos olhos um do outro, nos lábios um do outro, e então Andrew se inclina. O que vocês fazem?