Como prometido, estamos encerrando com chave de ouro. Esse capítulo retrata a primeira vez deles, e que ninguém melhor que a fada dos hots para fazer para nós. Obrigada de novo, C.
Aproveitem a leitura.
Filipe.
"O Pedro acabou de sair daqui, ele não reagiu muito bem, mas eu não estou arrependida. Fica tranquilo, eu estou bem e estou segura. Sinto muito sua falta, volta logo pra mim."
Aperto meu celular com uma força tão grande que sinto que meus dedos ficarão marcados.
"Ele não reagiu muito bem."
Releio a frase e respiro fundo, tentando me concentrar em todo o resto, tentando pensar no quanto esperei por essa notícia, por vê-la me dizendo que não está mais comprometida com outro, que não há mais nada que me impeça de tê-la completamente para mim, que não existe mais nada que nos impeça de sermos um do outro como já somos há muito tempo. Clico em seu contato e, por um minuto, penso em iniciar uma chamada de vídeo, mas sei, dentro de mim, que não será suficiente.
Preciso vê-la, toca-la, checar com meus próprios olhos e com minhas próprias mãos se ela está realmente bem, se ele não fez nada com ela. Sem pensar muito, encho uma mochila com algumas coisas e saio, o aplicativo buscando um carro para me levar até o aeroporto, onde espero conseguir um voo que me leve o mais rápido possível até ela. Aviso meus pais e minha irmã por mensagem, digo que estou indo ao Rio para resolver algo inadiável e que não sei ainda quando voltarei para São Paulo, até porque algo dentro de mim me diz que dificilmente isso acontecerá, é como se eu já soubesse e só precisasse da confirmação dela pra decidir que meu lugar agora é a cidade maravilhosa.
Ou melhor, é onde Rayssa está. Encontro pelo celular, ainda dentro do carro, um voo que partirá em uma hora. Checo o gps do motorista que indica que em vinte minutos estaremos no aeroporto, então compro a passagem e me permito respirar aliviado. O trajeto até o Rio de Janeiro é tranquilo, sou eu porém, que estou agitado. Quanto mais perto fico dela, mais nervoso pareço ficar, como um adolescente que vai encontrar a primeira namorada.
Quando desço do carro de aplicativo já na entrada de seu prédio, minhas mãos estão tão suadas que molham minha calça na tentativa de secá-las. Digo ao porteiro, o mesmo da noite em que a beijei pela primeira vez, que vou ao apartamento da Rayssa e ele apenas assente com a cabeça, me liberando a entrada prontamente. Assim que entro no elevador e aperto o botão para o quinto andar, percebo que não pensei no que ia dizer para ela, nem ao menos avisei que estava vindo ou respondi sua mensagem. Antes que eu possa pensar em qualquer outra coisa, vejo a porta se abrir e um corpo vir de encontro ao meu com tamanha força que dou um passo para trás.
— Filipe. — Ouço a voz que domina meus pensamentos e respiro fundo, seu cheiro floral me dominando por completo e eu relaxo. Finalmente cheguei em casa.
— Como você sabia? — Pergunto, colocando meus braços ao redor dela e virando o nariz para absorver ainda mais o cheiro em seu pescoço.
— Seu Marcelo me interfonou e disse que você estava subindo. — Ela responde, se arrepiando pelo contato de meu nariz gelado em sua pele quente. — Eu mal acreditei, tava morrendo de raiva por você não responder minha mensagem. — Levanto a cabeça e olho em seus olhos, eu deveria saber que ela ficaria brava pela falta de resposta.
— Que tal a gente sair do elevador? — Digo antes de me explicar. Ela olha ao redor e, pela sua cara, nem se lembrava que estávamos ainda nessa caixa de aço. Ela pega minha mão e me puxa para fora, me guiando até seu apartamento. Coloco minha mochila em um canto qualquer no chão e olho ao redor, entrar ali me traz lembranças demais, posso sentir o gosto dela novamente em minha boca e só essa memória já me faz salivar de vontade.
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Aliança.
Hayran KurguTudo que sabemos sobre o amor é paradoxal, mutável e diverso. É possível se apaixonar perdidamente por uma pessoa que já "pertence" a outra pessoa? Mais do que isso, é possível entender o turbilhão de sentimentos e emoções que permeiam nossas mentes...