Capítulo 11

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Coringa 👻

Ajeitei a corrente no pescoço e joguei meu malback de lei no corpo, 37 anos mas tô morto não fi, peguei meu celular e minha carteira indo em direção ao baile.

01:00 Am

Esse é o melhor horário pra ir para um baile, o fluxo começa depois da 00H ai já sabe né? Só putaria.

Fui andando mesmo, além de ser perto de casa, eu quero encher a cara hoje e voltar pilotando não dar né?

Andei uns minutinhos e já conseguia ouvir o barulho alto do funk, assim que o pai gosta, rendendo pra caraí.

Entrei na quadra e já vi lotadíssima, se der pra passar aqui vai ser um milagre fi, me apertei no meio do povo sentindo uns me tocarem e eu já fechei a cara, encosta não fi.

Demorou mais cheguei no camarote vendo uns conhecidos lá, mano Dedé da penha, Igão do jacarezinho e outros 2 que nunca nem vi na vida.

__ Eae bando de filha da puta - cheguei já estressando eles.

__ Eae cornão - Dedé falou me fazendo fechar a cara e os outros sorrir, filho  da puta. - tenho uns papo pra trocar contigo se ligou? - assenti - mas hoje não, hoje vamo curtir e pegar as novinhas - falou sorrindo olhando lá para a pista, olhei também e nada me interessou.

Não que eu não pegue ninguém, porém sou mais na minha, depois que perdi minha família por conta da minha burrice mesmo eu fico mais na minha e esperando que um dia ela volte.

Demorei muito pra entender que eu estava errado na história e que realmente meus filhos não mereciam viver naquele inferno que era nossa vida, costumo a pensar que o Henrique me ajudou a melhorar, sim a Tatiana teve um filho meu, mas a filha da puta teve o cria e meteu o pé deixou no postinho mesmo e eu que estava em casa fiquei sabendo que ela tinha passado mal, teve a cria e meteu o pé.

Fiquei no ódio com aquela vagabunda mas entendi que ele veio para me salvar de mim mesmo, eu tinha me tornado uma pessoa horrível e dou toda razão a Alana de ter metido o pé, mas eu sinto que ainda vou reencontrar minha família e dessa vez vai ser diferente.

Tirei esses pensamentos de mim e fui curti meu baile, peguei uma brahma de lei e fiquei olhando o movimento.

***

08 Am

Baile ainda tava rolando gostosinho até ouvir fogos sendo lançados no céu, ai é foda fi, correria pra um lado, correria pra outro e eu desnorteado, doidão de md na mente.

Só vi uns cara com colete e camisa cobrindo o rosto subindo atirando em todo mundo, fui puxado para um banheiro que tinha ali na quadra e era os cara.

__ que caralho vey, ia falar sobre isso contigo amanhã, mas não deu tempo né - Dedé debochou - tem porra de x9 no teu morro, não sei quem é mas deu a planilha toda para os caras de sampa, vinheram com tudo caraí - falou putasso.

Bufei passando a mão no rosto, vendo tudo girar, tô doidão caraí.

__ ih ala o outro tá doidão porra - igão falou - fudeu foi tudo - falou.

Do nada começou tudo a escurecer e eu sentir uma pontada no coração, será agora minha hora? Sem nem me despedir dos meus filhos cara.

Meu pensamento foi diretamente no Henrique, caralho ele não merece isso, primeiro a mãe abandona ele assim que nasce e agora o pai morre.

Sei que tenho 3 filhos porém a Clara e o Luan tem a Alana, posso falar tudo dela, menos que não é uma boa mãe, ela faz de tudo por aqueles dois.

Do nada sentir uma dor no peito e apaguei.

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Será agora galera??

Nosso recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora