Capítulo 15

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Thiago | Coringa 😝

Vi meu pivete ficar todo felizinho quando finalmente a feia deu a alta dele, queria muito falar com ela, mas não ia forçar o bagulho, o que tivesse de ser ia ser, no momento dela, porém não ia perder ela de vista novamente, já coloquei uns pivete pra ficar de olho nela, fora do rio ela não pisa mais antes de falar comigo,isso eu posso afirmar.

__ coé Alana, valeu mermo, tu salvou meu pivete.

Alana : não foi nada Thiago, é o meu trabalho, e já aproveitando, você tem que contratar mais pessoas hein, enfermeiros, técnico de enfermagem, atendente, essas coisas, postinho não funciona só com médico não, acaba sobrecarregando os médicos e nem sempre todo mundo é atendido conforme tem que ser. - falou toda mandada, mas botei fé na idéia dela, já tava até pensando em reformar isso aqui e não ser mais só postinho e sim um hospital de emergência, só precisava pensar em como fazer.

__ tava esperando tu pô, sempre soube que tu ia chefiar o hospital aqui, se ligou não? - ela me olhou sem graça e ia sair, mas eu fui mais rápido e puxei ela.

Alana : me solta Thiago, tenho que trabalhar - a voz demonstrava medo e não isso que eu queria passar, soltei ela as poucos mas impedi dela passar.

__ temos que conversar Alana, vai fugir de novo?

Alana : não, mas hoje e aqui não é o momento, aposto que você colocou pessoas na minha cola, nem se eu quisesse daria para fugir, só preciso de mais um tempo para pensar, amanhã é minha folga poderíamos conversar em algum lugar público - olhei pra ela indignado. - que foi? Não confio em você, tenho meus motivos não tenho?

Nem rendi assunto e sair da frente dela, ela passou sem contestar e eu bufei passando a mão no rosto estressado.

Sair daquele lugar e minha cria já esperava no carro.

Henri : demorou hein pai - falou todo curioso.

__ deixa de ser curioso criança, quer almoçar de verdade? Porque esse almoço aí foi do caralho hein, negócio ruim da porra - falei ligando o carro e ele riu assentindo, fui em direção a pensão que tem aqui na favela, pedir duas quentinhas completas e ficamos esperando no carro mesmo.

Henri : pai, você conhece a tia que cuidou de mim?

Ala, num falei, molequinho curioso do caralho.

__ conheço pô, se liga, lembra do papo que te mandei dos teus irmãos? - ele assentiu feliz, doido pra conhecer as crias. - então ela é a mãe deles pô - ele me olhou confuso.

Henri : então meus irmãos estão aqui também? - fiquei calado por que nem eu sabia essa resposta. - vamo lá pai, quero ver eles, será que a Clarinha vai gostar de mim? E o Luan pai, será que já é chato? - falou todo afobado e eu rir, moleque não tem tempo ruim com ele, acabou de tomar um tiro e tá todo hiperativo aí.

__ se controla emocionado, tem muito b.o envolvido nisso, mas logo menos tu vai conhecer eles pô, eles vão se amarrar em tu, vão andar pra cima e pra baixo juntão - ele riu e me abraçou, grudento demais.

Fiquei ali na marola com ele, pensando em tudo, como vai ficar tudo confuso para todo mundo, mas se pá uma família grandona e feliz era tudo que eu queria.

Sair dos pensamentos com a tiazinha trazendo as quentinhas e paguei a ela indo em direção da nossa casa.

__ primeiro tomar banho hein, no banheiro daqui de baixo, por enquanto tu dorme no quarto aqui embaixo, já tá tudo pronto que a mulher ajeitou, então vai para o banho e eu também vou lá em cima - ele assentiu contra gosto mas foi, com ele não tinha estresse, não gosta de desobedecer, se ele não gostar do bagulho, ele faz e depois tenta conversar, mas nunca respondeu mal e nem faz malcriação e eu me amarro nisso dele, todo posturado o moleque, único defeito é que chora demais, mostra muito a fragilidade dele, já tentei mudar o bagulho, mas entendi que ele ainda era uma criança e precisava disso.

Tomei um banho rapidinho e desci vendo ele já tomado banho também, fomos comer e depois dormi, porque assim como eu, ele tava morto de cansado.

Nosso recomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora