Capítulo 46

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Thiago | Coringa 👻

2 semanas depois

Hoje faz duas semanas que Alana se mandou com meus filhos e eu tô surtando real, me sentindo sozinho nesse caralho, ninguém pra conversar além do cuzão do André e do mano Igão.

Levantei lavando o rosto na pia da boca mesmo pra tirar o estresse que empreguinou em mim desde que Alana desceu a favela com as crias, puta que pariu que inferno de vida.

Olhei os pivetes embalar a maconha e o pó, e sorrir fraco vendo o lucro que a favela tá tendo nos últimos tempos, bagulho tá fluindo valendo.

__ chegou cuzão. - falei vendo o André entrar.

Dedé: tenho novidades. - falou e olhou para os pivetes.

__ vaza. - falei para os pivetes sair e eles saíram deixando as maconhas embalada aí. - 15 conto cuzão. - falei quando vi o André pegando uma, ele riu e colocou no bolso. - fala logo cuzão.

Dedé: calma Mozão. - debochou. - descobri quem deu o tiro na tua cria. - abrir maior olhão, faz duas semanas que estava atrás e nada. - é um tal de Gabriel da BOPE, tá pra subir de cargo, pra conseguir subir para coronel tem que pegar tua cabeça. - bufei com ódio.

__ filho da puta, o bagulho é minha cabeça caraí não a da minha filha. - falei puto. - quero a cabeça desse filho da puta Dedé caraí.

Dedé: também né assim não filhão, precisamos de um plano pô. - assenti pensativo e caralho nada passava na porra da cabeça, como eu iria matar um policial da BOPE?

__ manda um informante pra lá e vamos ver no que dar.

Dedé: informante não vai dar muito na cara não? Tá manjado isso aí já.

__ então vamo invadir esse caraí, seleciona os melhores homens e vamo, precisamos saber o horário de troca de turno. - falei pensantivo, antes da minha família chorar, a dele chora fi.

Ficamos quase o dia todo lá tentando entender como íamos fazer esse bagulho, tava em uma adrenalina da porra, queria acabar com isso tudo logo, era 8 ou 80, ou dava muito bom, ou dava muito errado e por minha família eu vou até no inferno, não fui eu que mexi com caralho nenhum, tava de boa na minha e um cuzão desse entra na favela dos outros pra atirar em criança caralho, comigo não tem vez, eu posso morrer mas ele eu levo comigo.

Dedé: então é isso pô, vamos invadir amanhã às cinco da tarde, Jae?

Assenti e acendi um finin, já tava na neurose, não posso deixar ninguém mexer com minha família, não posso vacilar desse jeito.

__ seleciona teus melhores homens lá que eu seleciono os meus aqui, vai dar bom pô, além de matar o cuzão vamos pegar uns armamentos massa.

Ele se animou me fazendo sorrir.

Dedé: K2 tá fazendo uma resenha lá no morrão, vai brotar não?

__ vou só em casa me trajar e broto lá. - ele assentiu fazendo toque comigo e saiu, terminei meu finin e levantei saindo também, tava tão na noia que nem peguei a moto, só desci andando vendo o movimento do morrão, vendo como minha favela é bonitona, as luzes acesas, os piscas piscas já preparado para o natal que tá perto, se pá eu nem gostava do natal quando não tinha com quem comemorar, agora que tenho, tô felizão querendo que chegue logo pra eu curtir em paz com minha família.

Cheguei em casa rápidão e fui tomar meu banho, nem demorei muito, coloquei minha bermuda jeans com uma blusa da Lacoste branca, uma opaca cinza nos pés e minhas correntes, passei desodorante, perfume e já tava pronto, escovei os dentes e sair de casa, pegando minha moto que já estava aqui na frente, algum vapor trouxe.

__ Eae pivetada, como tá o bagulho por aí? Tão gostando? - mandei um áudio no grupo da família que a Madu criou comigo, a mãe e os irmãos dela, uma palhaçada esse grupo.

Guardei o celular e guiei com a moto para o morro do Dedé, vendo minha escolta vindo atrás.

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