CAPÍTULO 13

319 50 28
                                    

— Vovô! Vovó! — Gritou Léo ao correr em direção ao casal. Ele e Valentina haviam ido passar o final de semana na casa de Catarina e Marcos, pais da arquiteta.

— Amor da minha vida! — Exclamou a mais velha ao abrir os braços e aconchegar aquela animada e sorridente criança em um terno abraço.

— Vai deixar um pouquinho pra mim? — Resmungou o senhor Marcos, a fim de roubar a atenção do neto para si.

— Seu vovô está com ciúmes — sussurrou Catarina, recebendo um risinho do neto com a mão sobre a boca.

— Também quero seu abraço, vovô! — Comentou ao deslizar-se de um para o outro. — Mamãe disse que vamos dormir aqui — verbalizou com um sorriso aberto.

— Oh sim, estamos sabendo e muito felizes com isso — respondeu o mais velho, carinhosamente, enquanto afagava os cabelos do neto.

— Já havia me esquecido de como é duro dirigir tantas horas até aqui. — Valentina fez o comentário no mesmo instante em que depositou a mão contra a lombar. — Acho que estou fora de forma — continuou a dizer. — Tempo demais em frente ao computador está me deixando enferrujada — riu.

— Ah Valentina... Eu sempre digo que você deveria trabalhar menos e curtir mais a sua vida. Tirar um tempo pra se cuidar e vir nos visitar mais vezes — disse seu pai ao esboçar uma expressão apelativa.

A arquiteta acomodou uma pequena mala de mão no quarto em que se hospedaria naquele final de semana e começou a desfazê-la. Nela havia algumas poucas peças de roupas pertencentes a ela e o filho. Vestiu Léo e a si mesma com vestimentas confortáveis e caminhou junto a ele para a cozinha. O almoço estava prestes a ser servido. Seu pai foi o responsável pela excelência à mesa. Marcos Albuquerque era um cozinheiro de mão cheia.

— Sua comida está muito saborosa, pai. Não está, Léo?

— Sim! — Respondeu contente, com sua face manchada de molho. Todos à mesa, riram.

— Estávamos morrendo de saudades sua, filha. — Agora foi a vez de Catarina se manifestar. — Desde que voltou a San Lumiar quase não vem nos ver — lamentou, com um suspiro escapando dos lábios e um triste semblante.

— Ah mãe, reconheço que deveria vir visitá-los mais vezes. Mas você não imagina o quão ocupados são os meus dias. Até mencionei com a Milena sobre a falta que me fazem. Muitas vezes passo os finais de semana em casa, olhando pra tela do notebook enquanto adianto assuntos do trabalho.

— A gente sabe, minha filha. — Catarina apoiou a mão sobre a da arquiteta e acariciou-a. — Não é cobrança, é saudade...

— Eu sei, mãe, não se preocupe, eu entendo — sorriu e depositou a mão livre entendo sobre a de Catarina, prendendo-a entre suas duas mãos.

— Por falar em trabalho, como andam as coisas na empresa? — Perguntou seu pai, antes de levar o garfo à boca.

— Maravilhosamente bem! Continua em ascensão. Com isso, a demanda de trabalho é maior e eu adoro. Gosto do que faço, da empresa e da minha equipe.

— E aquele rapaz que sempre dá em cima de você, ainda trabalha por lá? — Perguntou o homem, provocando uma pequena risada em Valentina.

— O Augusto? Sim. Ele é bastante insistente, mas muito respeitoso.

— Você deveria dar uma oportunidade a ele, parece um bom sujeito. Ele é deslumbrado por você, pude perceber quando estive no seu trabalho — sugeriu Catarina, com suavidade em sua voz.

— Ah mãe... Sem chances. Augusto é um colega bacana e engraçado, mas não me desperta nada.

— Mamãe teve um encontro — soltou Léo, repentinamente, enquanto mastigava um pedaço de almôndega. O garoto esboçava uma expressão tranquila enquanto sacudia as pernas na cadeira e observava o copo de plástico do homem aranha onde havia sido servido seu suco. Ele não possuía a menor ideia da bomba que havia soltado sobre a mesa.

Me apaixonei sem te verOnde histórias criam vida. Descubra agora