— Vovô! Vovó! — Gritou Léo ao correr em direção ao casal. Ele e Valentina haviam ido passar o final de semana na casa de Catarina e Marcos, pais da arquiteta.
— Amor da minha vida! — Exclamou a mais velha ao abrir os braços e aconchegar aquela animada e sorridente criança em um terno abraço.
— Vai deixar um pouquinho pra mim? — Resmungou o senhor Marcos, a fim de roubar a atenção do neto para si.
— Seu vovô está com ciúmes — sussurrou Catarina, recebendo um risinho do neto com a mão sobre a boca.
— Também quero seu abraço, vovô! — Comentou ao deslizar-se de um para o outro. — Mamãe disse que vamos dormir aqui — verbalizou com um sorriso aberto.
— Oh sim, estamos sabendo e muito felizes com isso — respondeu o mais velho, carinhosamente, enquanto afagava os cabelos do neto.
— Já havia me esquecido de como é duro dirigir tantas horas até aqui. — Valentina fez o comentário no mesmo instante em que depositou a mão contra a lombar. — Acho que estou fora de forma — continuou a dizer. — Tempo demais em frente ao computador está me deixando enferrujada — riu.
— Ah Valentina... Eu sempre digo que você deveria trabalhar menos e curtir mais a sua vida. Tirar um tempo pra se cuidar e vir nos visitar mais vezes — disse seu pai ao esboçar uma expressão apelativa.
A arquiteta acomodou uma pequena mala de mão no quarto em que se hospedaria naquele final de semana e começou a desfazê-la. Nela havia algumas poucas peças de roupas pertencentes a ela e o filho. Vestiu Léo e a si mesma com vestimentas confortáveis e caminhou junto a ele para a cozinha. O almoço estava prestes a ser servido. Seu pai foi o responsável pela excelência à mesa. Marcos Albuquerque era um cozinheiro de mão cheia.
— Sua comida está muito saborosa, pai. Não está, Léo?
— Sim! — Respondeu contente, com sua face manchada de molho. Todos à mesa, riram.
— Estávamos morrendo de saudades sua, filha. — Agora foi a vez de Catarina se manifestar. — Desde que voltou a San Lumiar quase não vem nos ver — lamentou, com um suspiro escapando dos lábios e um triste semblante.
— Ah mãe, reconheço que deveria vir visitá-los mais vezes. Mas você não imagina o quão ocupados são os meus dias. Até mencionei com a Milena sobre a falta que me fazem. Muitas vezes passo os finais de semana em casa, olhando pra tela do notebook enquanto adianto assuntos do trabalho.
— A gente sabe, minha filha. — Catarina apoiou a mão sobre a da arquiteta e acariciou-a. — Não é cobrança, é saudade...
— Eu sei, mãe, não se preocupe, eu entendo — sorriu e depositou a mão livre entendo sobre a de Catarina, prendendo-a entre suas duas mãos.
— Por falar em trabalho, como andam as coisas na empresa? — Perguntou seu pai, antes de levar o garfo à boca.
— Maravilhosamente bem! Continua em ascensão. Com isso, a demanda de trabalho é maior e eu adoro. Gosto do que faço, da empresa e da minha equipe.
— E aquele rapaz que sempre dá em cima de você, ainda trabalha por lá? — Perguntou o homem, provocando uma pequena risada em Valentina.
— O Augusto? Sim. Ele é bastante insistente, mas muito respeitoso.
— Você deveria dar uma oportunidade a ele, parece um bom sujeito. Ele é deslumbrado por você, pude perceber quando estive no seu trabalho — sugeriu Catarina, com suavidade em sua voz.
— Ah mãe... Sem chances. Augusto é um colega bacana e engraçado, mas não me desperta nada.
— Mamãe teve um encontro — soltou Léo, repentinamente, enquanto mastigava um pedaço de almôndega. O garoto esboçava uma expressão tranquila enquanto sacudia as pernas na cadeira e observava o copo de plástico do homem aranha onde havia sido servido seu suco. Ele não possuía a menor ideia da bomba que havia soltado sobre a mesa.
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Me apaixonei sem te ver
FanficE se você encontrasse o amor da sua vida nas páginas de um livro? Luiza se apaixona pela arquiteta Valentina após iniciarem uma comunicação através de um livro que, inicialmente, pensam ser "mágico". Tudo se torna ainda mais enigmático quando descob...