𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 ☪︎ 𝟒

𝟏𝟒: 𝐑𝐞𝐬𝐠𝐚𝐭𝐞.

Aella estava na praça central do Reino, rodeada por crianças mais novas, com quem brincava alegremente.

Seus olhos dourados brilhavam de felicidade enquanto girava as crianças em volta, fazendo com que rissem com o vento que bagunçava seus cabelos.

Era um momento raro de paz em meio às preocupações constantes.

Mas, de repente, uma rajada de vento mais forte soprou ao redor, trazendo um sussurro que apenas ela podia ouvir.

"𝓞 𝓶𝓪𝓵 𝓸𝓼 𝓬𝓪𝓬̧𝓪....."

Aella parou abruptamente, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.
Ela olhou para o horizonte, onde as montanhas se encontravam com as florestas escuras.
O vento, seu eterno aliado, havia trazido um aviso. Sem perder tempo, Aella forçou sua mente em Atgas.

_ 𝐴𝑡𝑔𝑎𝑠! 𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎 𝑖𝑟 𝑎𝑙𝑒́𝑚 𝑑𝑎 𝐵𝑎𝑟𝑟𝑒𝑖𝑟𝑎, 𝑡𝑒𝑚 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜! 𝑂 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜.... 𝑒𝑙𝑒, 𝑒𝑢 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑒𝑖 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑟! 𝐴𝑙𝑔𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑣𝑖𝑛𝑑𝑜!

_ 𝑁𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑜𝑐𝑢𝑝𝑒, 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎ𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑖́𝑟𝑖𝑡𝑜𝑠. 𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑛ℎ𝑜. 𝑄𝑢𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑎 𝑎𝑚𝑒𝑎𝑐̧𝑎 𝑛𝑜𝑠 𝑖𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑟.

_ 𝑉𝑜𝑢 𝑟𝑒𝑢𝑛𝑖𝑟 𝑜𝑠 𝑔𝑢𝑒𝑟𝑟𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎.

Sem mais palavras, Aella se despediu das crianças e comunicou os guerreiros.

Os illyrianos seguiram acima enquanto outros Grã-Feéricos faziam uma corrente ao redor da floresta.

Aella ficou para trás, observando preocupada. Ela sabia que os inimigos eram criaturas de Amarantha, criadas para aterrorizar e destruir.

Eram monstros gigantescos, com corpos deformados e olhos brilhantes de malevolência, capazes de rasgar a carne com suas garras afiadas e lançar feitiços de medo em suas vítimas.

A Grã-Ari-Feérica entendeu que eram aqueles seres, o cheiro que vinha do vento era de morte e enxofre.

Enquanto Atgas e os espíritos avançavam pela floresta, os sons da batalha começaram a ecoar.

O rugido dos espectros e os gritos de pavor das pessoas fugindo eram claros como o dia.

Atgas, com sua velocidade e agilidade, era uma sombra avermelhada que se movia entre as árvores, eliminando qualquer ser que encontrasse.

Seus olhos alaranjados brilhavam com uma fúria flamejante, cortando os monstros com suas espadas gêmeas.

Aella, em um mexer, suas asas douradas foram abertas em toda a sua extensão. Liderava os guerreiros Illyrianos em ataques aéreos coordenados por cima da floresta.

Eles mergulhavam com uma precisão letal, suas espadas reluziam enquanto perfuravam as cabeças dos demônios, suas garras e dentes não eram páreas para sua força e habilidade.

Em meio ao caos, eles finalmente encontraram o grupo de refugiados.

Eram homens, mulheres e crianças, todos em pânico, fugindo dos seres que os perseguiam implacavelmente.

Atgs e Aella rapidamente formaram uma barreira protetora, lutando para manter as criaturas afastadas enquanto guiavam as pessoas para um local seguro.

—  Sigam-nos! Levaremos vocês para um lugar seguro, longe dessas bestas! - gritou Atgas

—  Não se preocupem, não deixaremos que nada aconteça com vocês. Estamos aqui para ajudar! - Aella fechou as asas e as abriu de uma vez soltando várias penas de ouro em todas as criaturas.

Enquanto o grupo corria, Aella sentiu o vento mudar novamente.

Eles conseguiriam atravessar com aquelas pessoas, mas a preocupação com o que viria a seguir não a deixava em paz.

Amarantha estava furiosa, e isso significava problemas maiores no horizonte.

Myria ao Sul, Azaras ao Oeste, Tryan e Afryd ao Norte. Ela mordeu os lábios deixando a preocupação afundar em sua mente e coração.

Finalmente, todos retornaram, trazendo o grupo salvo para a segurança do castelo.

As pessoas estavam exaustas e assustadas, mas agora estavam seguras.

Aella, aliviada, agradeceu aos soldados por sua bravura.

— Foi por pouco. Esses monstros são terríveis. Precisamos estar preparados para mais ataques como esse.- Atgas murmurou.

Aella o olhou e concordou.

—  Amarantha não vai parar por aqui. Precisamos fortalecer nossas defesas e nos preparar para o que vier.- sugeriu olhando as pessoas machucadas.

Aella assentiu, sabendo que a paz que buscavam ainda estava distante.

Mas, por enquanto, haviam salvado vidas e mostrado que, mesmo contra todas as adversidades, eles continuariam lutando.

E com o vento ao seu lado, mesmo que ainda não entendesse, Aella sabia que não estavam sozinhos nessa batalha.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚.....