𝟐𝟑: 𝐀𝐭𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨.

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No dia seguinte, o sol ainda não havia rompido completamente o horizonte quando Aella foi acordada por um mensageiro da Corte dos Pesadelos

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No dia seguinte, o sol ainda não havia rompido completamente o horizonte quando Aella foi acordada por um mensageiro da Corte dos Pesadelos.

Amarantha a havia convidado para um almoço privado, um gesto que parecia inusitadamente pessoal, dado o contexto de sua chegada tumultuada.

Aella preparou-se com cuidado, vestindo-se de maneira que não revelasse totalmente seu corpo. Uma calça preta coberta atrás com um longo tecido vermelho, cuturnos altos. A camisa era negra com detalhes, vinha um pouco aperta, enquanto seu cabelo caia em uma cascata ondulada.

A mulher respirou fundo apertando as unhas no braço enquanto lentamente apagava sua raiva. Embaiou a espada na cintura e ergueu a cabeça.

Lentamente ela desceu as escadas, Aella se deparou com uma mesa elegantemente posta, com vista para o jardim.

Amarantha estava sentada, sua presença fria realçada pela luz suave da manhã.

Seus olhos verdes brilharam ao ver Aella entrar, e um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto.

—  Bem-vinda, Aella. Por favor, sente-se. Estou ansiosa para conhecê-la melhor.

Aella se aproximou e se sentou com uma elegância calculada.

Por dentro, ela estava lutando para manter a compostura e controlar suas emoções.

O que se passava em sua mente era uma confusão pela raiva, dor e um profundo desejo de manter sua verdadeira missão.

— Obrigada pelo convite, Amarantha. É um prazer estar aqui.—  ela sorriu.

Durante o almoço, Aella teve que atuar com o máximo de sutileza e afeto.

Ela respondia às perguntas de Amarantha com um interesse falso, fazendo um esforço consciente para esconder qualquer pensamento ou sentimento que pudesse revelar a verdadeira natureza de sua presença na Corte dos Pesadelos pelo maldito laço.

Cada palavra era cuidadosamente escolhida para criar a ilusão de um interesse genuíno.

— Então, o que acha da Corte dos Pesadelos? Não é fascinante como o reino possui uma beleza própria, apesar de sua reputação? — sibiliou bebendo vinho.

— Sim, é verdade. Cada lugar tem sua própria forma de encantamento. A Corte dos Pesadelos tem um charme sombrio que é bastante intrigante. —  repondeu. — Mas não acha que um humano é exagero?

Amarantha a encarou.

— Então você a notou? Pensei que seus olhos só estivessem nos meus. — ela arrastou a voz em uma tristeza falha.

Aella riu baixo.

— E como não notar aquele ser imundo jogado aos pés do trono? Ela fedia a carne morta.

A ruiva sorriu mordendo os lábios. Suas mãos deslizaram pela mesa até as mãos da Grã-Ari-Feérica.

Aella sentiu o poder negro acariciar seus dedos, e por impulso, seu corpo renegou o toque, deixando suas veias nos dedos se tornarem douradas.

Amarantha retirou a mão quando um choque de dor percorreu sua pele. Ela a encarou.

— O que foi isso?

Aella abaixou as mãos sobre o copo da calça.

— Diga-me você.... a magia negra é sua, não minha. Por tanto, meu corpo irá nega-la. Se você não tentar invenenar meu poder com escuridão, ele não irá reagir de forma defensiva.

Amarantha cruzou as pernas e arrastou as unhas pela mesa até a taça.

— Então você é sazonal? Puff. Mas que situação. —  seus olhos escureceram. —  Como me deixará lhe tocar como quero?

Ela levantou passando as unhas até chegar aos ombros de Aella e os apertou.

Em um único movimento.

A cadeira foi ao chão. O vinho caiu sobre a mesa e as mãos de Amarantha estavam acima de sua cabeça, enquanto magia segurava sua cintura contra o corpo daquela mulher.

Aella sorriu colocando o joelho entre as pernas quase nuas da ruiva, apenas cobertas por um vestido longo e vermelho com uma abertura na perna.

Amarantha engasgou sentindo seu coração parar, suas mãos tremerem enquanto seu rosto se transformava em um vermelho vivo.

— 𝑂𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑎....

—  𝑆ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖. —  Aella tocou seus lábios com sobrar dos seus. Amarantha amoleceu sentindo os pelos se arrepiarem. —
𝑁𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑞𝑢𝑒, 𝑟𝑢𝑖𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎.

Por um momento, Amarantha havia se esquecido de que era uma Rainha.

—  𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑛𝑎̃𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑖𝑚. —  sussurrou —  𝑇𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑒𝑛𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑣𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑚𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑖𝑎. —  um pequeno rosnando escapou de seus lábios. — 𝑀𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐̧𝑎 𝑚𝑒𝑢 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑎̃𝑜 𝑣𝑎𝑖 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑔𝑜.

Amarantha tentou se soltar, mesmo sendo segurada por apenas uma mão.

— Eu sou mais velha... — ela rosnou.

Aella se aproximou perigosas.

— Eu sou mais alta.

Amarantha mordeu os lábios frustrada e envergonhada.

— Me solta. —  ordenou.

Aella a soltou e sorriu se virando de costas.

A irritação que sentia por ter que fingir não ajudava, mas a situação exigia que ela se mantivesse calma e controlada.

— Você é bem inteligente e, corajosa.

Aella, forçou um sorriso.

—  Às vezes, o destino nos leva a lugares e pessoas inesperadas. Porém, não podemos dizer se devemos sim ou não matá-las.

Amarantha se calou.

O almoço seguiu com mais conversas superficiais, enquanto Aella lutava para manter a fachada e evitar qualquer pensamento ou emoção que pudesse trair seus verdadeiros objetivos.

Amarantha parecia satisfeita com a conversa, completamente alheia ao que se passava por trás da máscara de cordialidade de Aella.

Quando o almoço chegou ao fim, Aella levantou-se com um sentimento de alívio misturado com frustração.

A interação foi um jogo de dissimulação e estratégia, e ela estava grata por ter acabado.

—  Espero que tenha desfrutado da refeição. Fico feliz em ter tido a oportunidade de conhecê-la melhor. — ela sorriu felina.

Aella se curvou e sorriu.

—  O prazer foi meu. Vejo-lhe mais tarde, minha rainha.

Ao se afastar, Aella sentiu o peso de seu coração se intensificar. Manter o disfarce e agir como se estivesse interessada em Amarantha era um desafio doloroso, mas era necessário para garantir que seu plano desse certo.

Ela não podia a amar, correto?

Amarantha destruiu Lyra.

Matou sua família.

Amaldiçoou as Cortes.

Escravizou o povo e os Grão-Senhores.

Amá-la? Não. Isso estava fora de cogitação.

Matá-la? Hum.......

Mas, ela era sua parceira, e não rejeitaria o laço.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚............

𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧   ☪︎ 𝟒Onde histórias criam vida. Descubra agora