No dia seguinte, o sol ainda não havia rompido completamente o horizonte quando Aella foi acordada por um mensageiro da Corte dos Pesadelos.
Amarantha a havia convidado para um almoço privado, um gesto que parecia inusitadamente pessoal, dado o contexto de sua chegada tumultuada.
Aella preparou-se com cuidado, vestindo-se de maneira que não revelasse totalmente seu corpo. Uma calça preta coberta atrás com um longo tecido vermelho, cuturnos altos. A camisa era negra com detalhes, vinha um pouco aperta, enquanto seu cabelo caia em uma cascata ondulada.
A mulher respirou fundo apertando as unhas no braço enquanto lentamente apagava sua raiva. Embaiou a espada na cintura e ergueu a cabeça.
Lentamente ela desceu as escadas, Aella se deparou com uma mesa elegantemente posta, com vista para o jardim.
Amarantha estava sentada, sua presença fria realçada pela luz suave da manhã.
Seus olhos verdes brilharam ao ver Aella entrar, e um sorriso satisfeito surgiu em seu rosto.
— Bem-vinda, Aella. Por favor, sente-se. Estou ansiosa para conhecê-la melhor.
Aella se aproximou e se sentou com uma elegância calculada.
Por dentro, ela estava lutando para manter a compostura e controlar suas emoções.
O que se passava em sua mente era uma confusão pela raiva, dor e um profundo desejo de manter sua verdadeira missão.
— Obrigada pelo convite, Amarantha. É um prazer estar aqui.— ela sorriu.
Durante o almoço, Aella teve que atuar com o máximo de sutileza e afeto.
Ela respondia às perguntas de Amarantha com um interesse falso, fazendo um esforço consciente para esconder qualquer pensamento ou sentimento que pudesse revelar a verdadeira natureza de sua presença na Corte dos Pesadelos pelo maldito laço.
Cada palavra era cuidadosamente escolhida para criar a ilusão de um interesse genuíno.
— Então, o que acha da Corte dos Pesadelos? Não é fascinante como o reino possui uma beleza própria, apesar de sua reputação? — sibiliou bebendo vinho.
— Sim, é verdade. Cada lugar tem sua própria forma de encantamento. A Corte dos Pesadelos tem um charme sombrio que é bastante intrigante. — repondeu. — Mas não acha que um humano é exagero?
Amarantha a encarou.
— Então você a notou? Pensei que seus olhos só estivessem nos meus. — ela arrastou a voz em uma tristeza falha.
Aella riu baixo.
— E como não notar aquele ser imundo jogado aos pés do trono? Ela fedia a carne morta.
A ruiva sorriu mordendo os lábios. Suas mãos deslizaram pela mesa até as mãos da Grã-Ari-Feérica.
Aella sentiu o poder negro acariciar seus dedos, e por impulso, seu corpo renegou o toque, deixando suas veias nos dedos se tornarem douradas.
Amarantha retirou a mão quando um choque de dor percorreu sua pele. Ela a encarou.
— O que foi isso?
Aella abaixou as mãos sobre o copo da calça.
— Diga-me você.... a magia negra é sua, não minha. Por tanto, meu corpo irá nega-la. Se você não tentar invenenar meu poder com escuridão, ele não irá reagir de forma defensiva.
Amarantha cruzou as pernas e arrastou as unhas pela mesa até a taça.
— Então você é sazonal? Puff. Mas que situação. — seus olhos escureceram. — Como me deixará lhe tocar como quero?
Ela levantou passando as unhas até chegar aos ombros de Aella e os apertou.
Em um único movimento.
A cadeira foi ao chão. O vinho caiu sobre a mesa e as mãos de Amarantha estavam acima de sua cabeça, enquanto magia segurava sua cintura contra o corpo daquela mulher.
Aella sorriu colocando o joelho entre as pernas quase nuas da ruiva, apenas cobertas por um vestido longo e vermelho com uma abertura na perna.
Amarantha engasgou sentindo seu coração parar, suas mãos tremerem enquanto seu rosto se transformava em um vermelho vivo.
— 𝑂𝑟𝑎 𝑠𝑢𝑎....
— 𝑆ℎ𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖. — Aella tocou seus lábios com sobrar dos seus. Amarantha amoleceu sentindo os pelos se arrepiarem. —
𝑁𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑣𝑜𝑞𝑢𝑒, 𝑟𝑢𝑖𝑣𝑖𝑛ℎ𝑎.Por um momento, Amarantha havia se esquecido de que era uma Rainha.
— 𝐸𝑢 𝑠𝑒𝑖 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑛𝑎̃𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑖𝑚. — sussurrou — 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑒𝑛𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑣𝑖𝑛ℎ𝑜, 𝑚𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚 𝑠𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑖𝑎. — um pequeno rosnando escapou de seus lábios. — 𝑀𝑎𝑠 𝑓𝑎𝑐̧𝑎 𝑚𝑒𝑢 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟, 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑎̃𝑜 𝑣𝑎𝑖 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑚𝑖𝑔𝑜.
Amarantha tentou se soltar, mesmo sendo segurada por apenas uma mão.
— Eu sou mais velha... — ela rosnou.
Aella se aproximou perigosas.
— Eu sou mais alta.
Amarantha mordeu os lábios frustrada e envergonhada.
— Me solta. — ordenou.
Aella a soltou e sorriu se virando de costas.
A irritação que sentia por ter que fingir não ajudava, mas a situação exigia que ela se mantivesse calma e controlada.
— Você é bem inteligente e, corajosa.
Aella, forçou um sorriso.
— Às vezes, o destino nos leva a lugares e pessoas inesperadas. Porém, não podemos dizer se devemos sim ou não matá-las.
Amarantha se calou.
O almoço seguiu com mais conversas superficiais, enquanto Aella lutava para manter a fachada e evitar qualquer pensamento ou emoção que pudesse trair seus verdadeiros objetivos.
Amarantha parecia satisfeita com a conversa, completamente alheia ao que se passava por trás da máscara de cordialidade de Aella.
Quando o almoço chegou ao fim, Aella levantou-se com um sentimento de alívio misturado com frustração.
A interação foi um jogo de dissimulação e estratégia, e ela estava grata por ter acabado.
— Espero que tenha desfrutado da refeição. Fico feliz em ter tido a oportunidade de conhecê-la melhor. — ela sorriu felina.
Aella se curvou e sorriu.
— O prazer foi meu. Vejo-lhe mais tarde, minha rainha.
Ao se afastar, Aella sentiu o peso de seu coração se intensificar. Manter o disfarce e agir como se estivesse interessada em Amarantha era um desafio doloroso, mas era necessário para garantir que seu plano desse certo.
Ela não podia a amar, correto?
Amarantha destruiu Lyra.
Matou sua família.
Amaldiçoou as Cortes.
Escravizou o povo e os Grão-Senhores.
Amá-la? Não. Isso estava fora de cogitação.
Matá-la? Hum.......
Mas, ela era sua parceira, e não rejeitaria o laço.
𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚............
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𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 ☪︎ 𝟒
Fanfic"𝐇𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦 𝐬𝐨𝐩𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚, 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦 𝐬𝐮𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨. 𝐄𝐥𝐚 𝐦𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐯𝐚, 𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐦𝐞 𝐨𝐮𝐯𝐢𝐚𝐦." A dor teve que ser deixada para trás. Tudo que a escuridão a mostrou foi o caminho para...