𝟎𝟓: 𝐄𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚.

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O vilarejo estava um caos

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O vilarejo estava um caos. Vozes exaltadas se misturavam com gritos de pânico e sussurros nervosos.

A notícia de que Amarantha poderia estar ciente de sua localização havia se espalhado como fogo, e o medo era palpável no ar.

Azaras e Atgas estavam no centro, tentando acalmar a multidão.

— Por favor, todos fiquem calmos! — gritava Azaras, tentando se fazer ouvir acima da confusão. — Estamos tomando medidas para garantir a segurança de todos!

Atgas, ao lado dele, fazia o possível para manter a ordem, mas a situação estava à beira de um colapso.

Os moradores, muitos deles ainda traumatizados pela escravidão sob Amarantha, estavam aterrorizados com a ideia de serem recapturados.

— Como podemos ficar calmos? — gritou alguém da multidão. - Se ela nos encontrar, estamos todos mortos!

—  Precisamos de alguém forte para nos liderar! —  exclamou outra voz, cheia de desespero. —  Quem está no comando aqui?

Azaras trocou um olhar com Atgas, um silêncio tenso pairando entre eles. Era hora da verdade. Ele deu um passo à frente, respirando fundo antes de falar.

— Foi Aella quem salvou todos vocês — declarou, sua voz firme. — Foi ela quem planejou a fuga e arriscou tudo para garantir que vocês chegassem aqui em segurança.

Um murmúrio de surpresa e choque percorreu a multidão.

Olhares incrédulos se voltaram para Aella, que estava parada na frente do grupo, observando a cena com uma expressão séria.

— Uma criança? — alguém gritou, a voz cheia de incredulidade. — Como podemos confiar nossa segurança a uma criança?

— Isso é uma loucura! — exclamou outro, a raiva evidente em suas palavras. — Precisamos de alguém experiente, alguém forte!

Aella sentiu o peso das palavras como um soco no estômago, mas se recusou a recuar.

Ela deu um passo à frente, erguendo a cabeça e encontrando os olhares dos moradores.

— Eu entendo suas preocupações! — começou, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada. — Sei que pareço jovem, mas não subestimem o que sou capaz de fazer. Eu não sou apenas uma garota; sou uma Grã-Ari-Feérica. E não estou sozinha.

O murmúrio na multidão diminuiu, as pessoas se calaram.

— Eu fui criada neste mundo de escuridão e medo. —  continuou. — Sei o que significa sofrer sob o jugo de Amarantha. E foi exatamente por isso que decidi agir. Não porque sou uma heroína ou porque quero glória, mas porque ninguém mais o faria. Não por nós, não por mim.

Ela olhou ao redor, vendo os rostos entristecidos e ansiosos. Sabia que precisaria mais do que palavras para ganhar a confiança deles, mas também sabia que esse era apenas o começo.

— Eu acredito em algo maior. —  declarou. — Eu acredito em um mundo onde não somos definidos por nossas raças ou pelo nosso passado. Eu acredito na união dos Feéricos, Grão-Feéricos, Ari-Feéricos , Grã-Ari-Feéricos e humanos. Juntos, podemos formar algo novo, algo poderoso. Uma nova Corte, que não se curvará diante de tiranos.

A multidão ficou em silêncio absoluto, absorvendo suas palavras. Aella sentia o olhar de todos sobre ela, pesando cada palavra e cada gesto.

Mas, por mais que seu coração batesse forte em seu peito, ela não demonstrou fraqueza.

—  Se vocês quiserem seguir alguém mais velho, mais experiente, isso é compreensível. Eles dirão que é loucura. — disse, olhando diretamente nos olhos dos presentes. — Mas saibam que eu estou aqui para lutar por vocês, para proteger todos que escolherem ficar. E farei isso com ou sem o apoio de todos.

Ela deu um passo atrás, esperando a reação. Por um momento, houve apenas silêncio. Então, uma voz surgiu do meio da multidão.

— Eu estou com Aella! — gritou uma mulher, levantando a mão.

-—  Eu também! -—  declarou um homem, erguendo o punho.

Logo, outras vozes começaram a se juntar, um coro de apoio cresceu aos poucos. Aella sentiu uma onda de emoção e alívio.

Eles estavam começando a acreditar nela, na visão que ela tinha para o futuro.

Azaras e Atgas sorriram para ela, orgulhosos e aliviados. Aella sabia que ainda havia muito a ser feito, muitos desafios pela frente.

Mas, naquele momento, eles tinham dado o primeiro passo.

A esperança estava nascendo, e ela lideraria essa nova esperança com toda a força e determinação que tinha.

O povo estava longe de estar seguro, mas, pelo menos, agora tinham algo pelo qual lutar.

E, enquanto Aella observava as pessoas ao seu redor, sentiu uma renovada sensação de propósito.

A guerra estava apenas começando, o vento sussurrava em seus ouvido, mas ela estava pronta para enfrentá-la.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚........

𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧   ☪︎ 𝟒Onde histórias criam vida. Descubra agora