O vilarejo estava um caos. Vozes exaltadas se misturavam com gritos de pânico e sussurros nervosos.A notícia de que Amarantha poderia estar ciente de sua localização havia se espalhado como fogo, e o medo era palpável no ar.
Azaras e Atgas estavam no centro, tentando acalmar a multidão.
— Por favor, todos fiquem calmos! — gritava Azaras, tentando se fazer ouvir acima da confusão. — Estamos tomando medidas para garantir a segurança de todos!
Atgas, ao lado dele, fazia o possível para manter a ordem, mas a situação estava à beira de um colapso.
Os moradores, muitos deles ainda traumatizados pela escravidão sob Amarantha, estavam aterrorizados com a ideia de serem recapturados.
— Como podemos ficar calmos? — gritou alguém da multidão. - Se ela nos encontrar, estamos todos mortos!
— Precisamos de alguém forte para nos liderar! — exclamou outra voz, cheia de desespero. — Quem está no comando aqui?
Azaras trocou um olhar com Atgas, um silêncio tenso pairando entre eles. Era hora da verdade. Ele deu um passo à frente, respirando fundo antes de falar.
— Foi Aella quem salvou todos vocês — declarou, sua voz firme. — Foi ela quem planejou a fuga e arriscou tudo para garantir que vocês chegassem aqui em segurança.
Um murmúrio de surpresa e choque percorreu a multidão.
Olhares incrédulos se voltaram para Aella, que estava parada na frente do grupo, observando a cena com uma expressão séria.
— Uma criança? — alguém gritou, a voz cheia de incredulidade. — Como podemos confiar nossa segurança a uma criança?
— Isso é uma loucura! — exclamou outro, a raiva evidente em suas palavras. — Precisamos de alguém experiente, alguém forte!
Aella sentiu o peso das palavras como um soco no estômago, mas se recusou a recuar.
Ela deu um passo à frente, erguendo a cabeça e encontrando os olhares dos moradores.
— Eu entendo suas preocupações! — começou, sua voz cortando o ar como uma lâmina afiada. — Sei que pareço jovem, mas não subestimem o que sou capaz de fazer. Eu não sou apenas uma garota; sou uma Grã-Ari-Feérica. E não estou sozinha.
O murmúrio na multidão diminuiu, as pessoas se calaram.
— Eu fui criada neste mundo de escuridão e medo. — continuou. — Sei o que significa sofrer sob o jugo de Amarantha. E foi exatamente por isso que decidi agir. Não porque sou uma heroína ou porque quero glória, mas porque ninguém mais o faria. Não por nós, não por mim.
Ela olhou ao redor, vendo os rostos entristecidos e ansiosos. Sabia que precisaria mais do que palavras para ganhar a confiança deles, mas também sabia que esse era apenas o começo.
— Eu acredito em algo maior. — declarou. — Eu acredito em um mundo onde não somos definidos por nossas raças ou pelo nosso passado. Eu acredito na união dos Feéricos, Grão-Feéricos, Ari-Feéricos , Grã-Ari-Feéricos e humanos. Juntos, podemos formar algo novo, algo poderoso. Uma nova Corte, que não se curvará diante de tiranos.
A multidão ficou em silêncio absoluto, absorvendo suas palavras. Aella sentia o olhar de todos sobre ela, pesando cada palavra e cada gesto.
Mas, por mais que seu coração batesse forte em seu peito, ela não demonstrou fraqueza.
— Se vocês quiserem seguir alguém mais velho, mais experiente, isso é compreensível. Eles dirão que é loucura. — disse, olhando diretamente nos olhos dos presentes. — Mas saibam que eu estou aqui para lutar por vocês, para proteger todos que escolherem ficar. E farei isso com ou sem o apoio de todos.
Ela deu um passo atrás, esperando a reação. Por um momento, houve apenas silêncio. Então, uma voz surgiu do meio da multidão.
— Eu estou com Aella! — gritou uma mulher, levantando a mão.
-— Eu também! -— declarou um homem, erguendo o punho.
Logo, outras vozes começaram a se juntar, um coro de apoio cresceu aos poucos. Aella sentiu uma onda de emoção e alívio.
Eles estavam começando a acreditar nela, na visão que ela tinha para o futuro.
Azaras e Atgas sorriram para ela, orgulhosos e aliviados. Aella sabia que ainda havia muito a ser feito, muitos desafios pela frente.
Mas, naquele momento, eles tinham dado o primeiro passo.
A esperança estava nascendo, e ela lideraria essa nova esperança com toda a força e determinação que tinha.
O povo estava longe de estar seguro, mas, pelo menos, agora tinham algo pelo qual lutar.
E, enquanto Aella observava as pessoas ao seu redor, sentiu uma renovada sensação de propósito.
A guerra estava apenas começando, o vento sussurrava em seus ouvido, mas ela estava pronta para enfrentá-la.
𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚........
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𝐃𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧 ☪︎ 𝟒
Hayran Kurgu"𝐇𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦 𝐬𝐨𝐩𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚, 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐮𝐦 𝐬𝐮𝐬𝐬𝐮𝐫𝐫𝐨 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨. 𝐄𝐥𝐚 𝐦𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐯𝐚, 𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐦𝐞 𝐨𝐮𝐯𝐢𝐚𝐦." A dor teve que ser deixada para trás. Tudo que a escuridão a mostrou foi o caminho para...