6 - Partida

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As arquibancadas estavam lotadas, com torcedores animados aplaudindo e gritando slogans de apoio. A família de Cc estava surpresa com o aumento significativo no número de espectadores naquele ano, o que era evidente no estádio.

No vestiário, a treinadora estava concentrada em dar instruções e estratégias, além de acalmar o nervosismo de algumas jogadoras. Como capitã, Cc tentava mostrar confiança, apesar de também sentir um certo nervosismo. Ela sabia que, como estrela do time, precisava carregar a equipe nas costas, tanto dentro quanto fora de campo.

Cc: Vamos, meninas! — todas se reuniram em um pequeno círculo, gritaram para se animar e saíram para o campo sob os aplausos da torcida.

Após um breve aquecimento, o jogo começou. A pressão das adversárias era intensa e, no início, foi difícil manter a posse de bola. Após cerca de quinze minutos, o time de Cc conseguiu reagir e começou a atacar. Cc fazia passes, se movimentava para evitar a marcação, conforme o conselho de Tr.

Em um dos contra-ataques, Cc foi receber a bola e viu duas adversárias se aproximando para marcá-la. Para surpresa de todos, ela deixou a bola passar entre suas pernas. Com força, a bola chegou a uma companheira que corria pelo lado esquerdo. Aproveitando a vantagem da surpresa, a companheira avançou sozinha e marcou o primeiro gol da partida.

Foi incrível — exclamou sua companheira, abraçando Cc — você foi muito esperta!

Graças a Tn, Cc aprendeu que ser o foco da atenção também pode ter suas vantagens em campo. O jogo continuou com ambos os times jogando em alto nível. No entanto, em três contra-ataques quase idênticos, o time adversário marcou três gols em vinte minutos. O primeiro tempo terminou com a sensação de que todo o esforço parecia em vão.

A treinadora começou a dar orientações sobre como defender. Embora o time não estivesse jogando mal, a atacante adversária era muito alta e seus passos largos lhe davam uma vantagem significativa.

Cc: Tenho uma ideia. É um pouco arriscada, mas pode funcionar — comentou, tentando se desviar do aborrecimento, pois ainda havia toda a segunda parte do jogo.

O segundo tempo começou com uma forte pressão do time rival, que queria marcar mais gols para encerrar a partida o quanto antes. Cc olhou para suas companheiras, que, ao cruzarem olhares com ela, assentiram. A treinadora observava do banco, torcendo para que a ideia funcionasse.

O time adversário passava a bola de um lado para o outro, tentando repetir a mesma jogada. Desta vez, os extremos, incluindo Cc, ajudavam na defesa, pressionando. Em um rápido contra-ataque, marcaram o segundo gol.

Depois disso, os jogadores revezavam-se para apoiar os laterais. Os extremos do time rival tinham força, mas não o suficiente para cruzar a bola de longe. Então, Cc assegurou que todos se aproximassem pelos lados para chegar perto da área. Com as zagueiras e a goleira sempre protegendo, conseguiram cortar os cruzamentos e impedir que a atacante adversária criasse mais perigo.

Os minutos passaram rapidamente para Cc, que começava a se sentir exausta e já não descia tanto para defender. Em uma perda de bola no meio-campo e um passe longo, Amanda, a atacante, aproveitou seu grande alcance e marcou o quarto gol para o time rival.

Cc: Droga — murmurou, xingando ao ver o gol adversário. Suspirou e se aproximou de sua companheira, chamando-a. Esta, ao vê-la, pensou que ia levar uma bronca e pediu desculpas.

Cc: Não se preocupe — disse, para surpresa da amiga. — Se precisar de ajuda, peça. Somos uma equipe — olhou para o relógio — ainda faltam cinco minutos e o acréscimo. Precisamos marcar pelo menos um gol — deu um leve empurrão nos ombros — vamos!

A menina assentiu, séria.

Os minutos seguintes pareciam segundos. Cc tentava driblar duas adversárias, mas sempre apareciam mais. O restante do time estava cansado, assim como o time rival. Chegando a uma boa posição fora da área, Cc chutou com toda a força. A bola ia forte e a meia altura, e parecia que seria gol, pois a goleira não alcançava. Mas, no último segundo, uma zagueira rival tocou na bola, enviando-a para o escanteio.

Cc... — chamou sua companheira — o que fazemos?

Cc: Algo pouco arriscado — respondeu.

Cc: A goleira é muito alta, assim como a atacante... se cruzarmos, provavelmente perderemos a bola e não conseguiremos evitar o quinto gol — explicou.

Certo, vamos arriscar. — Disse sua companheira.

Para surpresa de todos os presentes, Cc foi cobrar o escanteio. Pegou impulso e passou a bola por baixo da companheira, lançando-a para o canto da área. Angelica devolveu a bola perfeitamente e, da sua posição, Cc deu um chute com efeito e altura. Apesar da altura da goleira, ela não pôde fazer nada e a bola entrou no ângulo.

O público rugiu eufórico com o gol.

Você é a melhor, Cc! — disseram suas amigas.

O time rival fez o reinício e tentou uma jogada, mas o tempo não permitiu. O jogo terminou 3-4. Cc sabia que ainda havia o jogo de volta. Teria adorado empatar, mas era melhor isso do que uma desvantagem de dois gols. As meninas foram aplaudir a torcida por todo o carinho e apoio demonstrado naquele dia.

Treinadora: Meninas — começou —, vocês jogaram muito bem. Ainda temos 90 minutos, será um jogo longo, então vamos preparar-nos bem.

Elas se animaram e encorajaram umas às outras, não deviam desanimar agora que haviam chegado tão longe. Tomaram um banho e esperaram a treinadora lhes dar algo para comer. Ela saiu por um momento e, quando voltou, verificou se todas estavam vestidas.

Tn: Olá — saudou tranquilamente — Cc, podemos conversar? — Ela assentiu e ele saiu para esperá-la lá fora.

Todas as meninas assobiaram para chamar sua atenção.

Cc saiu com um pequeno sorriso.

Tn: Você jogou muito bem, aquele primeiro gol foi graças a deixar a bola passar — parabenizou.

Cc: Isso foi graças a você, você me ensinou muito bem — disse, sorridente.

Tn: Eu te ensinei bem... até demais — fez uma expressão séria antes de rir.

Cc: Aquela atacante é boa...

Tn: Sim, tem força e habilidade. Quem sabe, talvez ela jogue ao seu lado no futuro.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

Cc: Você acha que podemos reverter? — perguntou, preocupada.

Tn: Claro que sim, isso é futebol. Mas será difícil. O primeiro passo é sair com força e surpreender com um gol cedo ou no final do primeiro tempo para começar a segunda parte do zero.

Continuaram conversando até que se olharam nos olhos por um momento.

Cc: Tn... eu... — ela se aproximou dele e seus dedos tocaram os dele.

Ambos, há algum tempo, desejavam falar sobre um assunto.

Tn: Ei — disse, dando um leve toque na cabeça dela, para surpresa dela — mantenha a mente no jogo — disse, sorridente. — Depois conversamos...

Cc: Ok — sussurrou, olhando-o nos olhos.

Cc apertou sua mão, mas então os pais da garota chegaram para parabenizá-la pelo jogo. O jovem cumprimentou os pais dela e se despediu, pois precisava fazer algumas coisas.

Tn: Vou elaborar uma estratégia até o próximo jogo — comentou. — Tchau, Cc e família.

Tchau, Tn — disseram os pais de Cc.

Cc: Tchau — sussurrou, com um olhar triste por perder uma oportunidade. Mas Tn tinha razão; primeiro ela precisava ganhar o torneio e cumprir seu sonho... por ambos.

Continuará...

O Futebol Nos Uniu - CC Walker x TnOnde histórias criam vida. Descubra agora