13 - Primeira Parte

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O estádio rugia com grande intensidade, parecia que a qualquer momento iria desabar. Ambas as torcidas já estavam em seus assentos e a expectativa era alta; todos queriam que a final começasse logo para ver quem sairia vitorioso. O time de Cc estava revisando as táticas que Tn havia enviado à treinadora, que percebeu que eram muito melhores do que as suas, além das anotações para todas as jogadoras.

Colega: Com esses conselhos, com certeza ganharemos! — disse, animando o time. — Que namorado você tem, Cc!

Cc: Meninas, já chega! — disse, envergonhada. — Sim, ele nos ajudou muito.

Treinadora: Não sei o que estou fazendo aqui, na verdade — comentou, sentindo-se superada pelos conhecimentos da jovem.

Cc: Bem, vamos sair e ganhar esse jogo! — disse, firme. — Unidas, podemos vencer e levantar o troféu.

Todas: SIM! — gritaram, animadas.

Após a foto, o cumprimento e outras formalidades, se posicionaram em campo. Cc suspirou para acalmar seu corpo, como Tn havia recomendado. No ano anterior, aquele mesmo time havia vencido por 7 a 2, e agora tinham a chance de revanche.

Cc: Vamos! — tocou o rosto para se concentrar.

O apito deu início ao jogo, e logo ambos os times começaram a pressionar. A bola não parava e nenhum dos times conseguia chegar à área adversária. Cc tentava atravessar as linhas com passes longos, mas os adversários pareciam adivinhar suas intenções, roubando a bola no momento certo ou cortando a jogada. Ela também estava sendo mais marcada do que o restante do time, afinal, era a jogadora estrela.

Em um passe longo, uma das companheiras fez um cruzamento. A goleira do time de Cc tentou afastar, mas a bola caiu nos pés de uma rival, que a chutou e, devido à força do rebote, foi direto para o gol.

Cc: Droga! — xingou, chutando a grama. — Calma, ainda há muito tempo.

O time adversário diminuiu um pouco a intensidade; agora era a vez de Cc pressionar. Ela fez algumas paredes, mas com os outros jogadores tão recuados e todos na área, não havia muito o que fazer. Em um arremesso lateral, uma das companheiras se aproximou de Cc.

Colega: Cc, lembra da tática 5? — perguntou, e Cc arregalou os olhos.

Cc: Sim, vamos fazer isso.

Em uma série de passes, Cc movimentava a bola de um lado para o outro. O time adversário pressionava um pouco antes de recuar para não perder a marcação. Em um segundo, ela correu para um ponto, deixou a bola passar para uma companheira, se desmarcou e recebeu a bola de volta. Era perfeito. Cc chutou de longe com muita força.

Com tanta gente na frente, a goleira não conseguiu ver a bola até ser tarde demais, e Cc marcou um golaço que fez o estádio vibrar.

Comentarista: GOOOOOOOOOOOOOL! — gritou. — CC WALKER, A ESTRELA DE SEU TIME, EMPATOU COM UM VERDADEIRO GOLAÇO!

Tn estava no carro com um artigo, ocupando o lugar de copiloto e assistindo ao jogo pelo celular. Não conseguiu evitar gritar ao ver o gol da sua garota. O susto foi tão grande que o motorista quase saiu da estrada devido ao grito.

Tn: Desculpe!

Empolgada e com a energia renovada pelo gol, Cc sentia que precisava carregar o time nas costas. Tentava várias jogadas, mas quando se livrava de uma marcação, apareciam duas novas. Apesar disso, estava perfeito, pois ao fazer um passe longo por baixo das pernas, sua companheira tinha toda a lateral para si, criando oportunidades de gol com seus cruzamentos.

O jogo estava muito equilibrado, com chances para ambos os times. A torcida soltava suspiros e sons de desapontamento quando a bola acertava a trave ou a goleira fazia uma grande defesa, salvando o gol. O time adversário era muito bom e estava impressionado com a grande melhoria desde a última vez que se enfrentaram. Não pensavam que seria fácil, mas também não esperavam que fosse tão equilibrado.

Tn chegou ao estádio quando restavam apenas dois minutos do tempo adicional para terminar o primeiro tempo. Sentou-se com a família de Cc, um pouco nervoso.

Em um contra-ataque, Cc avançou pela lateral e foi direto para a área, esperando um cruzamento, um rebote ou qualquer coisa que pudesse resultar em um gol. Sua companheira fez o cruzamento e a jovem saltou.

A goleira, que havia saído para tentar o afastamento, colidiu com Cc, que caiu com força no chão. Ela ficou estendida no gramado, tonta e com dor na cabeça.

Todos: CC! — toda a família e Tn se levantaram dos assentos.

A jovem foi retirada do campo enquanto os dois minutos restantes eram jogados. O primeiro tempo terminou empatado, o que foi uma sorte, pois jogar esse tempo restante com uma jogadora a menos era muito perigoso.

No vestiário, Cc estava sendo atendida e começava a recuperar a orientação. Sentia dor na região e estava tonta.

Treinadora: Cc... Você sofreu um bom golpe.

A jovem tentou dar alguns passos antes de vomitar. Sua companheira limpou, mas ela estava tão debilitada que mal conseguia se mover.

Tn: Cc — disse, entrando no vestiário com permissão e a examinando.

Após alguns minutos observando-a...

Tn: Você deve ser substituída — disse, para surpresa de todos.

Treinadora: O que você está dizendo? — perguntou, sem acreditar.

Tn: Nesse estado, pode ser um perigo para ela. Se sofrer outro golpe... além disso, podem surgir outras consequências mais tarde — explicou.

Cc: Não, não quero ser substituída, eu quero... jogar... — disse, um pouco fraca e tentando se levantar.

Tn: Não vou permitir que você coloque sua saúde em risco.

Cc se levantou.

Cc: Não posso desistir da final! — gritou, irritada, puxando forças de onde pudesse.

Tn: E eu não posso te perder — replicou, irritado. — Não quero perder você também, já perdi tudo na minha vida; o único que tenho é você.

Todos olharam surpresos com a cena. Não sabiam se era pela comoção ou se havia algo mais, mas Cc se aproximou e deu um pequeno beijo em Tn.

Cc: Deixe-me jogar — disse quase em um sussurro, enquanto virava o rosto. — Só preciso me recuperar um pouco, você pode fazer isso?

Ele assentiu.

Tn: Se eu ver que você está em perigo, não hesitarei em obrigar a treinadora a te substituir — avisou.

Cc: Entendo — disse, abraçando-o.

Treinadora: Bem, Tn, estamos nas suas mãos para salvar nossa estrela. Continuo achando que não tenho nada a ver com isso.

Tn usou todo seu conhecimento para tratar da lesão: gelo, massagem e água fria na região. Cc estava começando a se sentir melhor, mas o tempo para voltar ao campo estava se esgotando.

Colega: Espera, pegue — ela tirou um capacete de futebol para proteção.

Tn: Obrigado! — disse, colocando-o em Cc. — Isso pode te proteger, mas ainda assim deve ter muito cuidado.

A loira assentiu e todas saíram para o campo para ganhar o jogo.

Tn: Boa sorte — disse, olhando para o vestiário, o mesmo onde ele deveria estar naquele dia. — Que ironia — comentou, antes de se afastar.

Continuará...

O Futebol Nos Uniu - CC Walker x TnOnde histórias criam vida. Descubra agora