Capítulo 13

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"Por que as pessoas fazem isso?" Sam deixou cair um punhado de doces de Halloween na mesa de Lena antes de se sentar na cadeira extra. Lena a teria chamado de cadeira de visitantes, exceto que nove em cada dez vezes Sam era a ocupante. "A primeira semana de novembro é mortal para minha cintura. Todos os pais querem os doces que seus monstrinhos ganharam nas doces ou travessuras fora de casa, então eles os trazem para o escritório. Eu não tenho filhos. Eu não deveria ter que comer os doces deles."

"Existe uma solução simples para esse seu problema", observou Lena enquanto desembrulhava um Snickers em miniatura.

"Espero que você não recomende nada dramático, como proibir o Halloween. Você é um monstro."

Lena bufou ao ver a rapidez com que Sam saltou para a possibilidade mais extrema. "Eu ia simplesmente sugerir que você pudesse passar pelas tigelas de doces grátis e não pegar nenhum."

A testa de Sam enrugou-se enquanto ela considerava esta opção. "Você me conhece, certo? Eu não tenho força de vontade. Você já tentou resistir a um saco de marshmallow bem na sua cara?"

Lena riu. "Você tem razão. Mas se continuarmos comendo essas coisas, vamos ficar doentes."

"É quase meio-dia", disse Sam. "Quer almoçar?"

O coração de Lena deu um pulo. Geralmente era meio-dia quando Kara enviava sua foto diária de Chester. Na verdade, dezessete dias seguidos. Ela não tinha perdido nenhuma desde que Lena deixou Vermont. Lena começou a ansiar pelo ritual como uma viciada ansiando pela próxima dose.

Porque ela adorava cachorros, é claro. Principalmente São Bernardo. Nenhuma outra razão.

"Terra para Lena," Sam disse, estalando os dedos na frente do rosto de Lena. "Você está vai ou não?"

Lena piscou, balançando a cabeça ligeiramente. "Desculpe. Sim, vamos almoçar. Devíamos ir àquela delicatessen na esquina. Como é chamado? Montie's?"

"Não está mais lá." Sam desembrulhou um doce de manteiga de amendoim, alheia à pontada de decepção que sua notícia causou. "Amendoim tem proteína, certo?"

"O que você quer dizer com não está mais lá? O dono não era aquele velhinho. Ah, não..." Lena sufocou a boca com a mão, sussurrando entre os dedos. "Ele ficou doente?"

"Não sei." Sam encolheu os ombros. "Ouvi boatos que uma casa de chá de bolhas está chegando. Eu adoro chá de bolhas."

Lena disparou, ainda tentando processar a notícia de que o Montie's havia fechado. "Havia alguma placa na porta, algum tipo de explicação?"

Sam inclinou a cabeça, dando a Lena um olhar penetrante. "Por que você se importa tanto? Só íamos lá uma vez por mês, quando iamos."

"Mas fazia parte da nossa comunidade", argumentou Lena, sem saber como Sam podia estar tão despreocupada. "E se ele estivesse com problemas? Devemos cuidar dos pequenos negócios. Quando eu estava em Vermont..."

"Eu deveria saber que isso tinha algo a ver com Vermont", disse Sam com um gemido. "Eu odeio dizer isso a você, mas esse lugar está deixando você mole. Aqui é Boston, onde você pode ser esfaqueada por sorrir para alguém no trem."

"Isso é terrível!"

"De jeito nenhum. Em poucas palavras, isso é tudo que adoro nesta nossa grande cidade", argumentou Sam. "Eu prefiro limites saudáveis."

"Ser esfaqueado é o oposto de saudável. E o pobre Montie? Ele pode ter ficado doente e perdido o negócio, e ninguém sabe ou se importa. Quero dizer, ele pode estar morto." Sentindo-se sufocada, Lena parou para engolir enquanto enxugava as lágrimas que ardiam em seus olhos. "Isso não parte seu coração? Só um pouco?"

KARLENA - Tudo, queijo!Onde histórias criam vida. Descubra agora