Quando mais nova, Yoko ganhou do seu pai um celular, claro que o homem sempre foi muito cauteloso, por isso havia horários específicos para utiliza-lo, e por ser de menor, o celular sempre estava sob o seu controle, desde os sites que a pequena acessava, até os aplicativos que ela poderia baixar, apesar de muito aplicada em seus estudos, no tempo livre acompanhava os artistas ao redor do mundo, fazendo parte de vários fã-clubes e conhecendo várias pessoas, algumas passavam no pente fino do homem, outras nem tanto, mas consequentemente a menina desenvolveu muitas amizades e conheceu culturas de diferentes países. No meio de tantas pessoas, acabou conhecendo Marissa, uma moça do Brasil, que saiu muito nova da Tailândia. As duas conversavam todos os dias, era uma pessoa incrível, muito engraçada e acolhedora, era impossível não querer conversar com ela.
Depois de muito tempo de amizade, Yoko já sabia muito do país, vez ou outra a amiga mandava vídeo dela dançando samba, as vezes em ligação a menina tentava lhe ensinar, mas era bastante difícil.
Seu pai percebeu que era uma amizade muito sincera, além claro da menina representar a sua cultura, então sempre permitia alguns minutos a mais para a interação das meninas, percebendo que era necessário a menina ter amigos, já que a mesma não possuía, mas vez ou outra lembrava a menina que era necessário desenvolver amizade com pessoas do seu próprio país. Afinal... tinha que ser honesto com a pequena, como iria se encontrar com alguém do outro lado do mundo? Não desejava que a filha sofresse com isso tudo.
Por ser muito tímida, a menina se escondia muito atrás dos pais e pouco interagia, por isso o homem lhe comprou um celular, com intuito de facilitar a comunicação entre eles, mas também desejava que isso facilitasse a comunicação com os outros, e ficou feliz ao ver que a filha estava conversando finalmente com outras pessoas, mas a situação estava um pouco fora do controle, já que a interação com quem ela estudava na escola não mudou muito.
- O que isso? - perguntou o pai de Yoko muito confuso ao ver a menina de barriga pra baixo, com os pés levantados em movimentos de vai e vem.
- Ahhh, é a seleção brasileira que está jogando pai.
O homem encara a filha surpreso, a menina está em ligação com a amiga, na tela do celular é possível ver metade ser ocupada por uma janela onde está o rosto de Marissa, e na outra há várias mulheres correndo em campo, estão assistindo a copa do mundo. Ambas conversam em português mal falado, mas se entendem perfeitamente e é possível notar devido as risadas altas, quando o rosto da estranha percebe a presença do mais velho, a moça junta suas duas mãos e lhe faz a saudação do wai, o mais velho sorri para a menina e lhe cumprimenta falando baixinho sawatdee kha. A filha pouco lhe dá atenção, então o homem caminha em direção ao quarto ainda lhe olhando de lado, busca processar essa interação inusitada, mas não consegue deixar de sorrir ao ver sua filha feliz conversando com a amiga, apesar de não ser daqui, era notável a felicidade estampado no rosto da sua casula.
...
Depois de terminar o seu horário de estudo, Yoko se aproxima do pai e lhe pede para assinar um documento da escola. O homem que está muito cansado resolvendo sua própria papelada, não pensa muito a respeito e assina tal documento, sorri pra filha que retribui o sorriso graciosamente, sempre foi uma menina muito graciosa. Sua fofura conquistava a todos a seu redor, era alegre, simpática e possuía um sorriso lindo. A menina dá meia volta saltitando em direção ao seu quarto. O velho franze a testa voltando a sua atenção no caso, esse que lhe incomoda a dias de um empresário, que como sempre, quer negar suas obrigações.
Um mês depois a menina chega feliz para o homem com a mala feita. Ele olha da mala para a pequena, que sorri de forma sapeca de quem venceu Round de Muay Thai, e como uma boa luta o velho recebe o nocaute ao perguntar do que isso tudo se tratava.
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Negligência - Fayeyoko
RomanceYoko pediu para seu pai assinar o documento, o homem assina sem saber o que de fato é, a menina saltita feliz com a sua conquista e espera o tempo passar. - Tchaaau pai estou indo para o Brasil! - Como assim? - Aqui você assinou o documento, não po...