Negligência - Fayeyoko

23. Amar é sobre...

Espero que gostem, curtam, comentem para eu saber como está a fic e abraços em seus corações.

5 meses e 3 semanas para retornar a Tailândia.

[POV Yoko]

Demorei muito para pregar os olhos. Quando Faye passou pela porta, sentia meu corpo clamando para correr atrás dela, pedir para que a mesma ficasse pela milésima vez, para que possamos conversar melhor, ou nem conversar, só dormir comigo, sentindo sua respiração se acalmar até dormir profundamente. Tudo para não sentir o buraco que ela deixa no meu peito.

Depois desse dia, tanto eu quanto ela estávamos ocupadas. Nossa ida a sorveteria não aconteceu, sentia que de alguma forma, ela poderia estar distante propositalmente. Recebia suas mensagens de bom dia, e algumas fotos no salão, no café, mas nossos compromissos não estavam batendo. O que é uma droga! Porque eu estou aguardando uma resposta, mínima que seja, para manter minha ansiedade controlada. Sentia que tinha algo de errado, e isso consome toda a minha atenção.

- Opa! Desculpa! - Digo ao esbarrar em alguém no corredor. Encaro a figura me arrependendo de me desculpar, provavelmente ele se colocou na frente de modo proposital.

- Oi Yoko... Tudo bem? - Thiago pergunta com a voz serena.

- O que você quer de novo?

Dessa vez, o menino está com um olhar diferente, fazendo eu me sentir culpada por respondê-lo de forma tão grosseira.

- Desculpa te incomodar... Eu já vou indo. Tchau - o menino finaliza se afastando, e deixando minha cabeça com mais um sentimento desconfortável! Talvez dessa vez ele não tenha se colocado na frente de propósito... Enfim.

Antes eu conseguia me encontrar com Marissa, tínhamos um tempinho antes da mesma ir trabalhar, mas o horário do café agora é diferente, então nem ela tenho mais comigo... Me sinto completamente sozinha, perdida em meus pensamentos. Por isso decido ir até o café, preciso ver alguém, tentar distrair minha mente.

Chegando na esquina, vejo a figura de Faye dentro do carro de uma mulher, da qual desconheço, sendo que eu literalmente conheço todas as pessoas próximas de Faye. Meu coração para bruscamente dentro do peito, me fazendo levar uma das mãos até ele devido o aperto que sinto, tentando entender o que é esse sentimento. A mulher não me vê, e segundos depois o carro da partida, deixando todos os pensamentos perturbadores consumirem minha cabeça. Respiro fundo engolindo todos eles, afinal não posso sofrer com antecedência, a distância e a falta de diálogo faz a gente pensar coisas que nem existem.

- Ooi - digo animada para a atendente, a mesma me cumprimenta animada - Queria saber qual o horário de café da Marissa?

- Ah... Sim - a mulher encara o relógio - Daqui 30 minutos, posso avisar que você está aqui caso queira esperar.

- Pode ser, obrigada - digo agradecendo e caminho até às mesas.

Mexo no meu celular até o horário chegar, precisava mais do que nunca conversar com alguém, seja para me distrair ou para dizer que não preciso me preocupar. Como não tive muitos relacionamentos, sentir "ciúmes" ou, seja lá qual for esse sentimento, nunca foi algo que tive de entender, tão pouco resolver, e mesmo que tivesse, como entender algo desse tipo quando a pessoa te mantém longe?

- Ooi Yo - Marissa chega praticamente sem ar, a menina está definitivamente cansada.

Apesar de estar consumida por esses pensamentos, não deixo de notar as vestes da minha amiga, rio baixinho para a situação. A menina tem em seu queixo farinha de trigo, e na sua camisa há resquícios de um creme colorido, olhando de primeiro momento, pensaria se tratar de uma criancinha brincando de cozinhar, muito fofo.