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- Gally -

A sala de mapas, normalmente um lugar de concentração e estratégia, estava agora mergulhada em uma tensão palpável. O clima entre nós era diferente, pesado com segredos que ainda precisavam ser revelados. Todos já estávamos lá, espalhados pelo espaço, mas a distância entre Minho e Katherine era visivelmente maior que o normal. Minho estava no extremo norte da sala, enquanto Katherine se mantinha o mais distante possível, no extremo sul, como se uma linha invisível os separasse. Era estranho ver os dois tão contidos, especialmente depois de todos os dias de farpas e brigas. Algo havia mudado, e eu sabia que precisava descobrir o que era.

— E sobre aquelas páginas arrancadas do diário da Katherine? — Newt quebrou o silêncio, sua voz ecoando na sala e me tirando dos meus pensamentos. — Precisamos descobrir quem fez isso e por quê.

Katherine respirou fundo e deu um passo à frente, atraindo todos os olhares para si. Eu percebi o leve tremor em suas mãos, mas sua voz se manteve firme.

— Eu sei quem roubou as páginas. — Ela disse, cada palavra carregada de uma certeza que imediatamente prendeu a atenção de todos. — Gally estava certo, foi Teresa.

As palavras pairaram no ar por um momento, e vi Thomas e Newt trocarem olhares intrigados. Minho, no entanto, continuava com a cabeça baixa, os ombros rígidos como se estivesse travando uma batalha interna.

Eu sabia que algo mais estava por vir. Katherine não era de dar passos em falso; ela tinha mais para dizer.

— Mas não é isso o que você realmente quer revelar, não é? — Perguntei, tentando compreender a profundidade do que ela estava segurando.

Ela me olhou por um momento, como se estivesse pesando suas próximas palavras. Depois, finalmente, deu voz ao que todos ali, talvez exceto Minho, temiam ouvir.

— Eu posso ter descoberto como sair daqui.

Imediatamente, os olhos de Minho se ergueram para ela, sua expressão endurecendo. A tensão entre eles era quase tangível, como se estivessem lutando uma batalha silenciosa que ninguém mais entendia.

Eu me aproximei um pouco mais, tentando manter a calma diante do que poderia ser a revelação mais importante de nossas vidas.

— E como exatamente sairíamos daqui? — Minhas palavras saíram mais duras do que eu pretendia, mas a gravidade da situação exigia respostas claras.

Katherine respirou fundo novamente, visivelmente lutando para se manter firme.

— Precisamos morrer. — Ela finalmente disse, suas palavras ecoando na sala como uma sentença.

O choque foi imediato. Vi a incredulidade tomar conta do rosto de Thomas, enquanto Newt parecia congelado no lugar. Mas foi Minho quem me preocupou. Sua expressão, sempre tão controlada, desmoronou por um breve momento antes de ele desviar o olhar para o chão. Ele parecia... com medo.

— Isso é loucura, Katherine. — Thomas balançou a cabeça, a voz carregada de frustração. — Morrer? Como isso nos ajudaria a sair daqui?

Katherine se manteve firme, apesar das reações. Ela sabia que o que estava dizendo não seria fácil de aceitar.

— Não é apenas morrer. — Ela continuou, sua voz adquirindo um tom mais sombrio. — Estamos em uma simulação. Morrer aqui nos acordaria no mundo real, mas o problema é que nem todos os cérebros aguentam a transição. Alguns podem morrer de verdade.

O silêncio que se seguiu foi pesado, quase sufocante. As palavras de Katherine estavam mergulhando todos em uma realidade que ninguém estava preparado para enfrentar.

In My Veins | Maze Runner | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora