Capítulo 4 - A verdade por trás da Redenção

26 5 21
                                    

Akemi Leonel

Assim que deixei o garoto do lado de fora, me dirigi para a sala, observando da janela ele parado lá. Ficou estático por um tempo antes de se despedir do cavalo e ir embora. Apenas então me permiti suspirar e ir para os fundos da casa.

Cada passo descendo a pequena escadaria era uma roupa minha sendo tirada, até estar no subsolo, onde o vapor e cheiro de eucalipto predominavam meus sentidos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Cada passo descendo a pequena escadaria era uma roupa minha sendo tirada, até estar no subsolo, onde o vapor e cheiro de eucalipto predominavam meus sentidos. Prendi meus cabelos em um coque, entrando na piscina quente, totalmente nua. Aqui é um lugar reservado ao meu lazer, e, de acordo com Henrick, bem estar espritual. Vai saber que merda é essa. O mesmo estava logo atrás de mim, segurando as vestes que antes eu havia deixado para trás, no chão.

Henrick - Precisa de alguma coisa, senhorita? - A minha nudez não o incomodava, nem o afetava de forma alguma. Ele me viu crescer, é como um segundo pai para mim e eu, como a filha que ele nunca teve.

Akemi - Vinho. Traga aquele Português, afinal de contas eu tenho que comemorar a conquista do meu brinquedinho novo, não - Pouco depois ele retornou, colocando vinho em minha taça. - Pode encher, hoje eu quero dormir bêbada. - Senti seu olhar repreensivo, mas não me importei, estou muito feliz e só quero me embebedar o suficiente para sonhar acordada com o que é a minha futura nova aquisição.

Shu Kurenai sabe como mexer com a minha cabeça, e com o meu corpo. Ele nem precisa estar aqui para eu estar lembrando de cada detalhe dele. Estendi a minha mão, agarrando a taça e bebendo tudo em vários goles seguidos, sentindo a bebida doce, porém amarga, descer pela minha garganta. Lambi meus lábios. Realmente valeu a pena esperar para degustar esse vinho, afinal, é mais gostoso esperar amadurecer antes de beber. Após terminar o vinho, nadei pela piscina calmamente, não me importando nada em ser observada.

Henrick - Senhorita, me desculpe a intromissão, sei que detesta ser questionada mas... estou curioso, qual é o propósito disso tudo com o Shu Kurenai? Poderíamos arrumar treinadores mais competentes e capacitados para tornar o Spryzen um campeão de verdade. Por que deixar um amador como ele tomar conta de um cavalo tão importante e com um valor sentimental tão significativo para a senhorita? - Parei de nadar, me apoiando na borda da piscina.

Akemi - É uma longa história... mas... aquele Spryzen Requiem é só um pretexto para fazer Shu Kurenai se aproximar, e sem o Kurenai... o Spryzen não tem um valor sentimental para mim. - Brinquei com a taça.

Henrick - Esse garoto... deve ser mesmo importante para a senhorita.

Akemi - Ele é sim. - Senti um sorriso involuntário crescendo em meus lábios.

Antes da época do Red Eye...

Eu estava muito insegura, lembro-me vagamente da discussão que tive com os meus pais no dia anterior ao meu primeiro dia na escola nova. Eles queriam me colocar em uma espécie de internato em tempo integral e na minha cabeça isso era apenas uma forma de se livrar de mim. Estive tão furiosa, que no dia seguinte, bem cedo, eu fugi. Foi um ato estúpido, afinal, o que uma garota de 10 anos poderia fazer andando sozinha pelas ruas. Provavelmente, seria alvo de bandidos ou tarados. Sempre fui medrosa, até demais. Andava pelas ruas desertas, com minhas mãos minúsculas agarradas firmemente às alças de minha mochila, que eu tinha enchido de biscoitos, doces e salgadinhos. Não sei nem como eu esperava viver com aquilo. No entanto, ao cruzar uma esquina, me deparei com um grupo de fumantes. Por mais que emanacem um cheiro terrível, o parque estava logo naquela única saída do beco, eu tinha que passar por eles. Meus passos eram acanhados, manti minha cabeça baixa na esperança deles não se importarem comigo, mas não foi o que aconteceu. Eles me notaram sim, e ao invés de me ignorar puxaram a minha mochila.

DARK REDEMPTION - Shu KurenaiOnde histórias criam vida. Descubra agora