Ela não melhorou.
Seu estado era deplorável e preocupante, por sorte Henrick sabia como lidar com isso. O que ela tem não é de fato uma doença, é algo mais emocional que afeta seu estado de saúde. Henrick contou que ela é assim desde criança, como uma virose, fica vomitando e sem apetite por seu estômago ser frágil, além de indisposição e dores abdominais. Quando o médico veio consultá-la constatou que era de fato algo emocional. Cuidamos dela. Demos remédio e tentamos animá-la de todos os modos, mas o processo estava acontecendo muito lentamente.
Hoje era mais um dos dias que ela nem levantava da cama, estava sentada, agora mexendo no laptop. Me levantei e fui até a cozinha pegar algo que eu tinha preparado de manhã. Brownies. Soube por Henrick que é um dos seus doces preferidos então preparei alguns para ela. Voltando para o quarto, abri a porta e rapidamente fechei quando vi que ela estava em reunião. Será que eu atrapalhei? Esperei algum tempo do lado de fora do quarto.
Akemi - Pode entrar, Shu. - Abri a porta, calado. - Não se preocupe, já acabou. - Sorriu. Observei com pesar seu estado. Ela perdeu muito peso, até seu rosto estava mais magro pelas 2 semanas em que esteve doente.
Shu - Eu te trouxe brownies, soube que gosta. - Coloquei o potinho que continha 4 unidades de brownies. - Foi a minha primeira vez fazendo essa receita, como me saí? - Questionei esperançoso quando ela levou o doce até a boca.
Akemi - Maravilhosamente bem. - Sorriu.
Shu - Fico feliz que tenha gostado. - Ela comeu 2 brownies, mas não comeu o restante. - Não vai comer mais?
Akemi - Não sinto fome, mas eles estavam uma delícia, não se preocupe. - Me preocupei, ela não comeu quase nada o dia todo. - Posso te perguntar uma coisa?
Shu - Claro, o que seria?
Akemi - Como são os seus pais? - Me senti culpado por sua pergunta repentina.
Shu - Bem, eles... uhm... meu pai é professsor em uma universidade e a minha mãe é cientista. Eles não eram muito presentes na minha vida por causa do trabalho, mas nunca me deixaram faltar nada, nem dinheiro nem amor. Não éramos ricos, mas éramos o que é considerado classe média, tínhamos alguns luxos, mas nem tanto. Eles me visitam às vezes e eu os visito também, a última vez que fui visitá-los foi nas férias de verão. - Já está se aproximando do natal e agora me lembro que os meus pais queriam vir me visitar para passar o natal e o ano novo.
Akemi - Eles parecem ser legais, você tem foto? - Peguei o meu celular, procurando por uma foto de família. Não foi difícil de achar, eu tenho várias.
Shu - Esse é o meu pai, o nome dele é Kenji Kurenai. - Apontei para o senhor de idade que é quase idêntico à mim, com exceção de seus cabelos negros que estavam começando a terem fios brancos e cinzas. - E essa é a minha mãe Shizue Kurenai. - A mulher tem cabelos brancos, uma cicatriz enorme que cobre metade de seu rosto e apenas um olho violeta bem claro. - Ela sofreu um acidente no laboratório, pouco depois ela se aposentou. Meu pai tem 50 e a minha mãe 43.
Lembro-me da época em que a minha mãe apareceu com aquela cicatriz em casa, eu tinha só 7 anos, não me lembro de como era seu rosto antes de estar coberto de curativos. Ela se odiava ao ponto de nem termos espelhos em casa, mas aos poucos meu pai conseguiu fazê-la se amar de novo, ela superou a vergonha que tinha do próprio rosto.
Akemi - Eles são bonitos como você. - Sorriu.
Shu - Obrigado. Eles estavam querendo me visitar no natal e...
Akemi - Chame-os para virem aqui. Quero muito conhecê-los. - Olhei para seu rosto, seus olhos estavam brilhando muito.
Shu - Eu direi para que venham. - Sorri. - Tenho certeza que vão gostar de você. - beijei sua testa, afagando seus cabelos.
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DARK REDEMPTION - Shu Kurenai
Fanfiction"𝘚𝘦 𝘦𝘶 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘪𝘷𝘦𝘴𝘴𝘦 𝘢 𝘳𝘦𝘦𝘯𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘢𝘥𝘰, 𝘯𝘢𝘥𝘢 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘵𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘪𝘥𝘰." Eu tentei me convencer disso durante meses, mas não importa o quanto eu fugisse, meu passado me condena e me persegue por onde eu vo...