Capítulo 7 - O Acidente

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Fui atrás dela nos estábulos. Ela já tinha guardado o cavalo em uma baia sem nome.

Shu - Ele é novo? - Acentiu com a cabeça.

Akemi - Comprei ele para ajudar na reprodução aqui. É um sangue quente, de raça pura. Custou bem caro. Precisei comprar um novo depois que o Storm foi vendido.

Shu - Storm?

Akemi - Era o antigo garanhão daqui, um árabe. Ele estava velho então vendi ele. Agora esse daqui será o encarregado pelas éguas, mas não vai adiantar nada se ele for arisco. Precisa estar treinado. - Ela estava fazendo aquela mistura de banana, aveia e mel, dando para o cavalo em um balde.

Shu - E por que comprou um selvagem? - Abri a baia de Spryzen, o pegando pelo cabresto.

Akemi - É mais barato, um cavalo adestrado sem ser castrado, de uma raça tão boa, além de ser raro é muito caro. Comprando ele selvagem, só me custa um pouco mais de tempo. Se eu o comprasse adestrado me custaria mais alguns milhares de dólares. - Ela sorriu, lavando o balde vazio.

Shu - O que faremos com o Spryzen hoje? - Questiono enquanto levamos ele para o cercado.

Akemi - Hoje faremos um avanço maior que nos outros dias. Primeiramente ele vai aprender a amdar com a corda e depois a ser tocado em todas as partes do corpo, assim vamos tirar a hipersensibilidade dele. - Entramos no cercado e soltei ele. Akemi já estava com a corda na mão. - É só dar um nó no cabresto. Bem aqui. - Apontou para onde era.

Dei o nó e puxei um pouco a corda. Spryzen levantou a cabeça, mas não andou.

Akemi - Ele será teimoso, naturalmente. Mas é algo normal, é só insistir um pouco, mas sem estressar ele. Quando ele obedecer, não force mais, apenas agrade e dê um tempo para ele descansar. Entendeu? - Acredito que eu tenha entendido a maior parte do que ela falou, então começo a puxar ele para andar.

Os cascos dele estavan firmes no chão, inabalável, fiz um pouco de força mas ele levantou a cabeça, se recusando a me obedecer. Parei de puxar por um momento, mas depois de um ou dois minutos o puxei de novo, dessa vez ele deu um passo para frente.

Shu - Isso!

Akemi - Pare um pouco e o recompense. Então tenta de novo.

Fiz como ela mandou, parei de puxar e acariciei seu pelo. Depois, voltei a puxar. Foram horas seguidas nesse mesmo ritmo, demorado, mas estávamos tendo um excelente progresso. Ele já estava andando comigo ao redor do curral, mas eu não o forçava muito para não estressá-lo.

Akemi - Acho que já podemos passar para o próximo passo. - Sorriu, se levantando da cerca em que estava sentada nos observando.

- Senhorita. - Um dos funcionários veio correndo, ofegante. - É o Azazel. Ele fugiu.

Vi o rosto de Akemi tomae uma coloração pálida, ela parecia assustada. Foi a primeira vez que vi aquela mulher assustadora, com medo genuíno estampado em seu rosto.

Akemi - Continue andando com ele no cercado, Shu. Eu volto já. - Foi tudo que ela disse quando saiu correndo pela mata a dentro.

Fiquei andando com o Spryzen pelo que parece, mais uma hora ou talvez duas. Estava cansado de ficar repetindo isso, ele já tinha aprendido a andar na corda. Então lembro-me do que ela falou antes de sair correndo. Ela tinha dito que estávamos prontos para o próximo passo, então por que não?
Me aproximei cautelosamente de Spryzen, tocando sua cabeça e seu pescoço, a única área que até hoje eu tinha tocado. Mas então, conduzi minhas mãos até suas costas. Sem nenhum problema, mas então, quando toquei suas patas frontais, ele as ergueu. Tão alto que eu caí para trás, apavorado.

DARK REDEMPTION - Shu KurenaiOnde histórias criam vida. Descubra agora