Capítulo 12 - Calor na Tempestade

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Passei poucos dias no hospital, somente 4 dias de exames e já estava com alta para voltar para casa. Passei o caminho todo de volta pensativo, se agora eu tenho a minha visão novamente, significa que posso voltar a morar sozinho no meu apartamento, certo? Nem notei o tempo passar, e quando percebi já estávamos com o carro parado, a fazenda estava à nossa frente. Akemi ficou tão calada quanto eu e, no fundo, eu sabia que ela estava pensando o mesmo que eu.

Shu - Então eu... irei fazer as malas. - Levei minha mão até a maçaneta do carro, mas estava trancado.

Akemi - Você poderia ficar. - Sugere, atraindo o meu olhar para ela, que olhava fixamente para o volante. - Gosto da sua companhia, essa casa ficaria vazia e sem vida sem você, Shu.

Ponderei sua sugestão por um tempo. De fato, essa casa se tornou meu lar em um mês, coisa que aquele apartamento nunca foi, me sinto em paz e totalmente tranquilo aqui na fazenda. Aqui é uma casa dos sonhos, uma casa que eu gosto de estar, não apenas por ser grande e confortável, mas tem algo... e alguém nesse lugar que me faz querer ficar. No fundo, acho que nunca quis ir embora.

Shu - Eu fico, mas... - Ela me interrompeu com um beijo.

Akemi - Suas exigências ficam para depois. Eu as aceitarei de qualquer jeito. - A mulher afastou-se com um sorriso, eu estava atordoado demais para contestar. Acho que posso me acostumar com isso.

Descemos do carro. Está frio, o chão está barrento pela recente chuva e algumas gotículas ainda caíam do céu. Não era o bastante para nos encharcar, ao menos não até chegarmos na entrada da casa, onde tiramos os sapatos sujos calçando os que estavam guardados na pequena estante ao lado da porta de entrada.

Henrick - Bem vindos de volta. Devo preparar o banho do senhor Kurenai agora? - Questiona assim que chegamos. Normalmente, quando chegamos do hospital das minhas consultas, era Henrick que deixava o meu banho pronto, mas agora, sem minha deficiência visual eu mesmo posso fazer isso.

Akemi - Não será necessário, iremos na piscina.

Shu - Piscina? Que piscina? - Sei que por estar cego, nunca vi a piscina enquanto morei aqui, mas eu ao menos teria ouvido falar em algum momento ou até mesmo conhecido quando ela me apresentou a casa.

Akemi - Eu não tinha te mostrado antes, mas é uma piscina aquecida que temos aqui no subsolo de casa, tinha receio que se machucasse afinal o chão é de pedras, há vapor por todo lado e se eu me descuidasse você poderia se machucar, então preferi não te levar lá antes. Agora que está se recuperando, suponho que a água quente possa te fazer bem, ainda mais nesse tempo frio e chuvoso. Vamos? - Estende a mão para mim.

Aceitei a sua mão, sendo novamente guiado por ela, dessa vez até uma escada que desce para o subsolo. Abrimos a porta, atravessamos e fechamos para que o vapor não saísse dessa sala. A visão fica levemente turva com o vapor, mas como não era muito é possível ver tudo o meu redor, mesmo que não claramente. Descemos os últimos degraus da escada e ela me conduziu até a tal piscina.

Shu - Não trouxemos roupa de banho... - Comento.

Akemi - Eu sempre entro nua na piscina, não há mais ninguém aqui além de nós dois, então não tem problema. - Tirou a blusa, revelando seu sutiã lilás de renda.

Virei-me de costas quase que imediatamente, vermelho de vergonha e também de calor, esse lugar acaba de ficar mais abafado do que estava antes. Senti-me calorento e logo escutei o barulho da água. Quando me virei ela já estava na piscinal, completamente imersa. Sua cabeça saiu aos poucos de dentro da água, seus cabelos estavam molhados e ela passou a mão no rosto para tirar um pouco da água e fios que incomodavam. Estava linda.

DARK REDEMPTION - Shu KurenaiOnde histórias criam vida. Descubra agora