7 - Autógrafo

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51, Mercedes --- Toto Wolff
29, Ferrari -- Lyanna Dourado

Sempre sonhei em conhecer o mundo, viajar, conhecer pessoas novas, namorar

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Sempre sonhei em conhecer o mundo, viajar, conhecer pessoas novas, namorar... Estou conhecendo o mundo, mas ninguém te fala como é cansativo, ainda mais quando você só fica por menos de uma semana em cada país, depois mais e mais outro. Acho que estou pegando o ritmo.

O GP da Espanha foi bom, Carlos conseguiu o pódio, todos esses resultados que estamos tentando está nos ajudando muito, mas infelizmente ainda está atrás da Mercedes. Isso está me dando dor de cabeça, Frédéric não para nem por um segundo, quando ele não está conversando com outra pessoa, está comigo.

Estou aprendendo muito com esse esporte, ver 20 milionários correndo em circuitos você aprende alguma coisa. Não é o dinheiro que motiva eles, quando eles botam o capacete e entra dentro do carro, ninguém é amigo de ninguém, todos tem o mesmo propósito mas poucos conseguem. Não basta só ter muito dinheiro, tem que ser louco para piorar esses carros.

E nesse mundo não existe o impossível, tudo é possível. Eles não pilotam para ir de A para B, eles gostam de sentir as reações do carro, a adrenalina nas veias e o sangue nos olhos. O carro mais bonito é o que vence!

Eles te ensinam a sermos determinados e a não trair o nosso time. Por isso que a cor vermelha não é só uma cor, é um sentimento!

Eu não sabia que o Canadá poderia ser tão quente, deve porque aqui está no verão, então faz sentido. O vento ainda está frio, faz meu cabelo dançar para cima, o que faz Frédéric rir do meu cabelo.

Estamos observando os mecânicos trabalharem, já terminamos nossa parte. Frédéric não conseguia tirar o sorrisinho dos lábios por conta do meu cabelo, só estava ventando. Dou um gole do meu café, que já estava ficando frio.

Carlos vem até nós, ele parece animado. Ele tem um sorriso nos lábios e um olhar divertido no rosto. Ele nos comprimento.

- Porque está tao animado? - pergunto.

-Nada, não - ele olhou para trás de mim, mas logo voltou seu olhar para mim. Olho para ele sem entender - Cabelo legal - ele solta uma risada, meus ombros caíram junto com meu rosto. Passo as mãos nos meus cabelos tentando me ajeitar.

- É só o vento, está ventando muito - Vejo Frédéric e Carlos se olharem e rirem.

- Gente não sabia que tinha um furacão por aqui - Charles falou divertido. De onde esse menino saiu.

- De onde você veio? Parece até que saiu do chão - olho para ele.

- Do chão não, mas do seu cabelo talvez - Carlos diz, fazendo Charles e Frédéric rirem. Dou um tapa no seu braço dos três - Aí! Era só brincadeira, não precisava bater - ele passou a mão no braço.

- Sorte a sua que eu peguei essa tua cabeça e não esfreguei ela no chão, e parem de rir no meu cabelo é só a merda do vento! - ele três olham para o chão parecendo chateados. Eu parecia que estava dando um sermão nos filhos e eu era a mãe.

Tento ajeitar meu cabelo, mas só vou conseguir só quando o vento parar, o que eu não queria. O dia está um pouco quente e esse vento está sendo minha salvação. Esse vento parecia querer me trazer alguma coisa.

- Penteado lindo, é a moda no Brasil? - Escuto a voz da pessoa que eu menos queria escutar, ele ainda falou do meu cabelo! Vejo os meninos ficarem parados com os olhos arregalados. Os sussurros deles.

"Ele morreu, já é era" - Carlos

"Deus o receba no céu" - Charles

"Menos um para competir" - Frédéric

Me viro para ele, o sorriso nos seus lábios me irritava. Ele não tem medo de morrer não, como eu havia dito antes, são todos loucos! Minha vontade era pegar os óculos escuros dele e enfiar no olho dele, depois deixá-lo careca. Respiro fundo.

- O que você quer? - Minha voz sai dura da minha garganta.

- Como eu disse a você, eu sei de tudo! - Olho para suas mãos, ele está segurando um boné e uma camisa da Mercedes, aí eu me lembrei. Os autógrafos - Podia ter pedido para mim, mas preferiu pedir ao Lewis - ele diz sarcástico.

- É só isso? - pego o boné e a camisa de sua mão rapidamente - Já pode ir - dou as costas para ele.

- Frédéric não sabia que contratava mal-educados - ele olha para Frédéric. Frédéric por outro lado só balançou a cabeça.

- Você quer ouvir um obrigado? - Levanto meu tom de voz, olho novamente pra ele.

- Seria bom, até porque fiz de bom agrado - Aquela voz sarcástica ainda está lá.

- Charles da um obrigado para ele - ele levantou o olhar para mim confuso - Agora!

- Muito obrigado, ela agradece - Ele falou rápido. Os olhos de Torger estão grudados em mim, eu encarava ele de volta, parecia que estávamos nos hipnotizando.

Meu os olhos estão fervendo, e os deles estão duros, pretos assim como os meus. Charles, Carlos e Frédéric assistem tudo calado, olhando um para o outro, até que alguém diga alguma coisa para aliviar o clima tenso.

Eu já não tenho mais um porque de continuar ali, dou minha costas para os homens, mas principalmente para ele. Ele já fez isso comigo muitas vezes, ele me olha com os olhos duros, quando eu falo duro é porque estão zangados, como se eu tivesse feito algo grave.

Entro no meu motorhome, solto um suspiro de alívio. Sempre que estou com ele eu fico tensa, não sei explicar, mas algo se espalha no meu corpo. Ele me deixa mais sensível a todos os meus sentidos, raiva, fúria e tristeza. Há outras coisas mas eu não quero admitir, é como se eu prestasse atenção em tudo nele e o resto do mundo se desligasse de mim.

Ele gosta de me provocar, de ver eu perdendo o controle, gosta de me ver gritando ou me controlando para não perder o controle. Ele gosta de ver eu desequilibrada perto dele, isso não vai mais acontecer. Eu sou uma mulher adulta, que toma as próprias decisões, eu lutei e trabalhei muito para conseguir chegar aqui, não vai ser um homem que vai me fazer perder o controle.

Olho para os objetos autografados, Lewis Hamilton, Torger Wolff e George Russell, as assinaturas deles estão ali. Tiro uma foto e mando para meu pai. Escuto alguém batendo na porta, mandei entrar. Charles entra com o rabo entre as pernas, ele está com medo.

- Já estou calma, não precisa disso tudo - dou um sorriso tranquilizante para ele, sentado ao meu lado no sofá.

- Não custa nada se prevenir - levantou as mãos em rendição - Aquilo que aconteceu lá fora, é só por causa do cabelo? - sua pergunta me faz rir, é claro que não é só por causa do cabelo.

- Não Charles, não é, pode ficar tranquilo - ele balançou a cabeça.

- Vocês dois são muito... - ele dá uma pausa pensando se é melhor falar, eu levantei as sobrancelhas curiosa - Intensos, muito intensos. Parecia que iam se matar.

- Talvez isso aconteça um dia, quando eu fizer ele perder - ele olhou para mim sem entender.

- Perder o campeonato? - falou baixo.

- Perder o controle, ele gosta tanto de comandar, de está acima de tudo. Vou fazer ele perder o controle! - Charles engole o seco, esfregou as mãos nas calças e se levantou.

- Eu já vou Lyanna, só passei aqui para ver como você estava, talvez eu volte aqui para ver se você volta a Lyanna de sempre, você já tá me dando medo - ele diz nervoso.

- Até mais Char - Minha voz sai carinhosa, ele olhou para mim e sorriu.














"Eu não dirijo apenas para ir de A para B. Eu gosto de sentir as reações do carro, me tornando parte dele" - Enzo Ferrari.

"Carro bonito é o que vence corridas" - Enzo Ferrari.

O que vocês acharam?

Ele vai fazer ela perder o controle, ou vai ser ao contrário?


RIVALS IN THE GAME - Toto Wolff Onde histórias criam vida. Descubra agora