Capítulo 5

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Jimin

Eu estava com meu cardigã de libélulas quando fui para a casa do JungKook na terça-feira.

Era o que eu estava usando da primeira vez que conversamos e pensei nele como um amuleto da sorte.

Não passei maquiagem, porque isso não importava, e também porque eu já estava de saco cheio de ficar acertando o olho com o aplicador de rímel.

Enquanto andava pela rua, eu me esforçava ao máximo para controlar o nervosismo.

A gente só ia sair, afinal de contas, não se casar.

Não havia motivo para complicar as coisas.

Cheguei à varanda da frente da casa do JungKook e toquei a campainha.

Esperei alguns segundos, retorcendo os dedos e batendo o pé no chão, até ele chegar à porta.

Foi o tempo mais longo que tive de esperar alguém atender a porta, mas, de novo, considerando o tamanho da casa do JungKook, era compreensível.

Quando ele abriu a porta, trazia no colo um enorme gato preto e fofo.

Meus olhos se arregalaram de euforia.

— Meu Deus, quem é esse? 

— Esse é o Miau, meu melhor amigo — respondeu JungKook, deixando que eu acariciasse o bichano. — É um velho gorducho, mas é o cara mais legal das redondezas.

Sorri para o felino.

 — Oi, Miau. Eu sou o Minie.

O gatinho miou antes de saltar dos braços de JungKook e voltar para dentro da casa, sem demonstrar o menor interesse em mim.

Não consegui evitar o riso.

— Ele é fofo — comentei. 

— É, sim. Então, está pronto pra ir? — perguntou JungKook, pegando um casaco de moletom com capuz no hall de entrada da casa. 

— Estou. Mas aonde vamos, exatamente?

— Eu tive a chance de ver um pouco do que você gosta quando li aqueles livros, então queria te mostrar uma coisa que eu gosto. A gente vai ao cinema.

— Ah! Qual? — perguntei, enquanto descíamos os degraus da varanda.

— Bem, toda terça-feira, o Cinema Piccadilly passa uns filmes antigos de kung fu. O que está em cartaz essa semana é o Cinco dedos de violência. 

— Você gosta de ver filmes antigos de kung fu? 

— Gosto. Eu via muito com meu avô, antes de ele morrer. Aí depois passei a ir sozinho. — Ele se deslocou para lá e para cá e fez aquele gesto de retorcer os dedos, o que demonstrava um certo grau de desconforto. — Se você odiar a ideia de ir ao cinema, a gente pode fazer outra coisa, tipo tomar sorvete ou coisa assim. Eu só pensei...

Ai, meu coração

Sorri e balancei a cabeça, esfregando a mão esquerda no braço direito. 

— Acho essa ideia perfeita.

Ele sorriu para mim.

— Você devia fazer isso mais vezes, Jun — falei, sorrindo ao repetir as palavras dele.

Fomos até o cinema a pé.

Quando chegamos, ele comprou pipoca e bala.

Eu não conseguia comer nada daquilo direito por causa do aparelho, mas não tinha problema.

Love From The PastOnde histórias criam vida. Descubra agora