Jimin
Eu tinha cometido um erro ao achar que JungKook era o mesmo menino brincalhão de antigamente.
Desde nossa troca de e-mails, eu fiz o melhor que pude para manter as conversas com ele nos termos mais profissionais – não que estivéssemos conversando muito.
Durante as semanas seguintes, aprendi muito sobre os Jeon individualmente.
As paredes do quarto da Se-mi eram cobertas pelos desenhos que ela fazia.
Não havia um único dia em que ela não se deitasse de barriga para baixo, balançando as perninhas no ar, desenhando sua próxima obra-prima – com as asas de borboleta nas costas, claro.
A imaginação dela era maior que o mundo.
Com a nossa mente, nós podíamos ir à África do Sul e correr com leões, e então, no segundo seguinte, estar no Havaí, comendo abacaxis frescos.
Se-mi também não tinha medo de ter conversas inteiras com a mãe.
Elas aconteciam diariamente.
Às vezes, eu a pegava conversando com a mãe como se ela estivesse ali, ao lado dela.
Ela também colocava um lugar à mesa de jantar para a Yeji às segundas-feiras, no dia de espaguete.
Espaguete era o prato preferido da Yeji.
Eu adorava isso nela, a maneira como Se-mi mantinha a mãe por perto.
Tínhamos isso em comum – nossas conversas diárias com nossas mães.
E aí tinha a So-Rim, minha nova melhor amiga do tipo “Vai embora, Jimin”.
Era praticamente impossível entender a personalidade dela com base em seu quarto, porque não havia nada lá além do computador.
As paredes estavam vazias, e não havia nada nas prateleiras.
A única centelha de personalidade era a fita de “Não entre” colada na porta do closet, com placas com um alerta firme: MANTENHA DISTÂNCIA.
De certa forma, isso a resumia perfeitamente.
Por fim, havia o JungKook, embora eu mal o visse.
Ele nunca ficava em casa por tempo o suficiente para que eu pudesse analisá-lo.
Eu só tinha minhas lembranças de quem ele costumava ser e, para falar a verdade, quase nunca via aquelas características se manifestarem.
E, mesmo quando as via, eram sutis e espaçadas.
Era como se ele se esforçasse ao máximo para não demonstrar nenhuma emoção e, quando alguma escapava, ele se apressava em guardá-la de volta.
Ele não apenas mantinha distância de mim, como também das meninas.
Mesmo quando ele estava em casa, era como se não estivesse.
Parecia tão alheio à realidade que eu ficava surpreso por ele conseguir cumprir as tarefas profissionais diárias.
Por outro lado, o trabalho parecia ser a única coisa em que ele se sobressaía.
O JungKook era um workaholic e levava esse papel a sério.
Quando estava ao telefone era sempre assunto de negócios.
Ele e a So-Rim eram muito parecidos em vários sentidos, tão frios e distantes, mas a diferença era que So-Rim era cruel, e o JungKook, não.
Ele só estava completamente perdido.
Sempre que a Se-mi e eu comíamos na sala de jantar, eu podia jurar que JungKook e So-Rim faziam de tudo para não ficar perto da gente.
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Love From The Past
FanficA vida era perfeita... Até que deixou de ser, e fomos forçados a seguir caminhos diferentes. Abandonei minha primeira paixão, me agarrei a nossas memórias e sonhei com o dia em que o encontraria de novo. Mas, quando meu sonho se tornou realidade, nã...