Capítulo 11

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Jimin

Quando chegou o dia da sexta sessão de quimioterapia da minha mãe, as aulas já tinham recomeçado.

Eu nunca pensei que diria isso, mas voltar à escola era o tipo de atividade de que eu precisava naquele momento.

Eu me distraía da preocupação, e precisava de um tempo daquela preocupação.

Taehyung e JungKook também garantiam que eu mantivesse a cabeça ocupada.

Eles iam até a minha casa, liam livros comigo e me faziam companhia durante o almoço.

Falavam sobre tudo e sobre qualquer coisa para me fazer rir.

JungKook se mostrou o mestre das piadas ruins que não faziam sentido nenhum, mas que eram, de certa forma, engraçadas mesmo assim.

Até nos dias em que eu não estava muito animado, conseguia dar uma risadinha com eles.

Quando ao Taehyung não verificava como eu estava, JungKook entrava em ação, pedindo atualizações.

Eu precisava disso.

Precisava da atenção deles para lembrar que eu não estava sozinho.

Em um sábado à tarde, eu estava sentado na frente do computador fazendo pesquisas sobre câncer.

Meus pais haviam me dito que não pesquisasse mais nada na internet, mas eu não conseguia evitar.

Era como um vício estranho do qual eu não conseguia me livrar.

Embora me deixasse ainda mais triste, eu continuava apertando o enter na barra de buscas.

A campainha tocou, e eu me endireitei um pouco quando minha mãe gritou meu nome.

Corri até a sala de estar e dei um passo atrás quando vi JungKook parado ali de terno e gravata, com um corsage na mão. 

— Oi, Minie — falou ele com aquele sorriso torto característico.

Ergui uma das sobrancelhas.

— Oi...? — Abaixei a sobrancelha. — O que está acontecendo?

— Ah, eu só estava passando pelo bairro e queria ver se você quer ser meu par no baile de boas-vindas. 

— Hum... o baile é hoje — ponderei, confuso. 

— É. Comprei os convites há algumas semanas, mas não quis te contar porque tinha certeza de que você encontraria uma forma de se safar. Então agora é tarde demais pra recusar e, como já estou de terno, você vai ter que ir comigo.

Minha mãe deu um risinho enquanto eu me mexia sobre o piso acarpetado. 

— Não posso ir ao baile com você. 

— Por que não? 

— Sei lá, só não posso. Pra falar a verdade, estou ocupado pesquisando umas coisas. 

— Pesquisando o quê? — quis saber minha mãe. 

— Nada — respondi prontamente, sabendo que ela teria me matado se descobrisse o que era. — Além disso, eu nem tenho um terno. 

— Você pode usar um do seu pai — sugeriu minha mãe, sorrindo para mim. — Eu te ajudo a se arrumar.

— Mas e se você precisar de alguma coisa? E se você e o papai precisarem da minha ajuda?

Esse era meu maior medo: que acontecesse alguma coisa quando eu não estivesse por perto.

— Eu estou bem, Minie. Ainda estou aqui — respondeu minha mãe, andando até mim. — Agora acho que você precisa dar uma resposta a esse bom rapaz. Você vai ao baile com ele?

Love From The PastOnde histórias criam vida. Descubra agora