The Rivals (Rebeca Andrade & Simone Biles)

8. Training Season's Over

Boa noite, meus amores! Apareci de novo para a felicidade de vocês, gostaram?

Aviso que esse capítulo é extenso, eu fiquei com receio de postar ele inteiro pensando que poderia ser cansativo para vocês, mas não tem problema, eu sou teimosa e resolvi postar mesmo assim. Eu gosto de detalhes e pra mim quanto mais melhor, não sei se vocês pensam o mesmo.

Como sempre não esqueçam a estrelinha, os comentários, porque ser escritora não é fácil, gente e eu preciso dos feedbacks de vocês.

Sem mais enrolação, aproveitem esse capítulo e boa leitura pra vocês!

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Paris, França
Sexta-Feira, 02 de Agosto 10:25 PM

Biles estava sentada na cama de seu quarto na Vila Olímpica, o ambiente ao seu redor um contraste gritante entre a simplicidade funcional do mobiliário e o peso das expectativas que pairavam no ar. O celular estava firmemente preso entre sua orelha e o ombro, enquanto seus dedos dançavam distraidamente pelas dobras do edredom, traçando padrões invisíveis que pareciam espelhar a complexidade de seus pensamentos. Do outro lado da linha, a voz familiar e reconfortante de Shilese Jones ecoava, uma âncora sonora que a conectava com casa, com normalidade, em meio ao turbilhão de emoções e pressões que os Jogos Olímpicos inevitavelmente traziam.

O quarto, embora espaçoso pelos padrões da delegação, parecia pequeno demais para conter a magnitude dos sentimentos que a americana experimentava. As paredes, decoradas com pôsteres motivacionais e bandeiras americanas, pareciam observá-la silenciosamente, testemunhas mudas de suas reflexões mais íntimas. A janela entreaberta deixava entrar uma brisa suave, carregando consigo os sons distantes de outros atletas, risadas e conversas em diversas línguas, um lembrete constante do ambiente único e extraordinário em que ela se encontrava.

"Eu ainda não consigo acreditar que você não está aqui." Biles disse, sua voz era uma mistura complexa de exaustão, melancolia e uma ponta de frustração que ela tentava, sem muito sucesso, mascarar. "Faltou alguma coisa na equipe. E não foi só porque você é incrível nas barras assimétricas." As palavras saíram carregadas de emoção, cada sílaba pesando com a força de memórias compartilhadas e sonhos momentaneamente adiados.

A risada de Jones do outro lado da linha era como um bálsamo, um som que atravessava quilômetros de distância para aquecer o coração da garota. Era uma risada que carregava anos de amizade, de desafios superados juntas, de vitórias celebradas e derrotas enfrentadas lado a lado. "Eu vi o que vocês fizeram" Jones respondeu, sua voz em uma mistura de orgulho e uma pontada de tristeza que não conseguia esconder completamente. "E não tinha como vocês não levarem o ouro por equipes. A sincronia, a execução, tudo estava simplesmente perfeito." Ela fez uma pausa, e Simone podia quase visualizar a amiga ajustando sua posição, talvez sentada em seu próprio quarto, cercada por troféus e medalhas que contavam a história de sua própria jornada na ginástica. "Mas sim, estou morrendo de saudade de competir com vocês. Assistir de longe é uma tortura, sabe? É como estar presa do lado de fora de uma festa incrível, podendo apenas imaginar como seria estar lá dentro. Mas..." sua voz ganhou um tom mais suave, quase reverente, "eu sabia que você ia arrasar, Simone. Você sempre faz."

Biles suspirou profundamente, recostando-se na cabeceira da cama. O metal frio contra suas costas era um contraste bem-vindo com o calor emocional da conversa. "Foi difícil. Mais difícil do que eu imaginava que seria" ela admitiu, permitindo-se uma vulnerabilidade que raramente mostrava em público. "Não sei como explicar, mas tudo pareceu mais... pesado, sabe? Como se cada movimento carregasse um significado maior, não só para mim, mas para todas nós." Ela fez uma pausa, as memórias dos últimos dias passando por sua mente como um filme em alta velocidade. "Suni também estava incrível, ela realmente se superou nas barras e na trave. Mas senti sua falta especialmente nas barras. Não foi a mesma coisa sem você lá, sem aquela nossa troca de olhares antes de cada apresentação, sem a sua energia contagiante nos momentos de tensão."