14. Shadow Of The Day

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Bom dia, bebês! Ou nem tão bom assim depois desse capítulo... Enfim, sentiram minha falta? Com certeza, né?

Passei para deixar esse capítulo pra vocês, e eu espero que gostem, eu não diria que é ruim, mas profundo. Eu busquei transmitir mais das meninas e principalmente do nosso Rebiles. Não deixem de curtir todos os capítulos e de comentar para dar engajamento na fanfic.

Sem perder mais tempo, desejo uma boa leitura pra vocês!


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Paris, França
Segunda, 12 de Agosto 08:20 AM

O sol esgueirava-se preguiçosamente pelas frestas das cortinas de veludo, como um intruso silencioso na intimidade do quarto. Seus raios dourados dançavam suavemente sobre a pele bronzeada de Simone Biles, ainda adormecida, criando um jogo de luz e sombra que acentuava cada curva de seu rosto. O ar estava impregnado com uma mistura intoxicante de aromas: o cheiro reconfortante de lençóis recém-lavados, o perfume floral e adocicado que era a assinatura olfativa de Rebeca Andrade.

Simone piscou lentamente, suas pálpebras pesadas lutando contra a claridade invasiva. Cada movimento fazia sua cabeça latejar, um lembrete doloroso da quantidade de álcool consumida. A ressaca não era apenas física; era emocional, um peso que se instalava em seu peito conforme a realidade da situação começava a se infiltrar em sua consciência ainda nebulosa. Fragmentos da noite anterior dançavam em sua mente: o brilho hipnotizante das luzes da boate, o som contagiante da música que as fez dançar até perderem o fôlego, as risadas compartilhadas, as provocações sussurradas ao pé do ouvido, e finalmente, o momento em que, embriagadas não apenas pelo álcool, mas pela paixão há muito reprimida, elas trocaram beijos sob o efeito do desejo que as consumia.

Um calafrio percorreu a espinha de Simone ao tomar plena consciência de onde estava. O corpo de Rebeca, quente e macio, estava entrelaçado ao seu, suas pernas enroscadas numa intimidade que ia além do físico. O coração de Biles acelerou, uma mistura vertiginosa de êxtase e pânico. Ela permitiu-se um momento para absorver a cena, para gravar na memória cada detalhe deste instante precioso e proibido.

Rebeca dormia profundamente ao seu lado, seu rosto era uma pintura de serenidade. Os longos cílios projetavam sombras delicadas sobre suas bochechas, os lábios ligeiramente entreabertos em um suspiro silencioso. Simone sentiu uma onda avassaladora de ternura ao observar a vulnerabilidade de Rebeca em seu sono. Era uma visão que contrastava drasticamente com a determinação feroz e a força que a brasileira exibia durante as competições. Ali, naquele momento suspenso no tempo, ela era simplesmente uma mulher, despida de medalhas e expectativas, pura e verdadeira em sua humanidade.

O peito de Biles apertou-se dolorosamente com a realização do que estava por vir. O dia que ela tanto temia havia chegado, trazendo consigo o peso esmagador da realidade. As Olimpíadas de Paris, esse sonho febril de glória e superação, tinham chegado ao fim. Com elas, a bolha mágica onde Simone e Rebeca haviam se permitido viver nos últimos dias estava prestes a estourar, deixando-as expostas às consequências de suas ações.

A americana fechou os olhos com força, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Ela sabia que em poucas horas estaria em um avião de volta aos Estados Unidos, de volta para uma vida que já não lhe pertencia mais. Voltaria para um casamento em ruínas, para expectativas que a sufocavam, para uma versão de si mesma que já não reconhecia no espelho. Rebeca, por sua vez, retornaria ao Brasil, carregando consigo não apenas as medalhas conquistadas, mas também o peso de um segredo que poderia abalar sua carreira caso viesse à tona.

The Rivals (Rebeca Andrade & Simone Biles)Onde histórias criam vida. Descubra agora