23. The Heart Wants What It Wants

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Olá, meus amores! Sentiram saudades de mim? Espero que sim.

Venho agradecer a cada um de vocês que estão acompanhando a fanfic nessa reta e que acreditam na obra de "The Rivals". Digo que tudo está prestes a se acabar, e a continuação das outras obras irão ocorrer com base no engajamento de vocês na fanfic, sendo em curtidas ou comentários, já que é importante.

Trouxe questões importantes nesse capítulo e deixá-lo mais tranquilo para que vocês aproveitem esse final de semana sem depressão, então já sabem. Busquei trazer mais de tudo o que os leitores me pediram, inclusive mais sobre Julese. Espero que vocês gostem.

Sem mais delongas, boa leitura, bebês!


Houston, Texas - EUA
Terça, 03 de setembro 05:30 AM

Simone despertou lentamente de um sono profundo e perturbador, sua consciência emergiu das profundezas de um abismo escuro e silencioso como um mergulhador subindo à superfície de um oceano tempestuoso. O primeiro sentido a retornar foi a audição, com o som rítmico e monótono de máquinas hospitalares invadia seus ouvidos, uma sinfonia mecânica e impessoal que marcava o compasso de seu retorno ao mundo dos vivos. O bipe constante do monitor cardíaco parecia ecoar dentro de seu crânio, cada pulso eletrônico enviava ondas de dor através de sua cabeça, como se seu cérebro estivesse sendo comprimido e expandido no ritmo implacável daquela máquina infernal. A cacofonia de sons hospitalares - o sussurro distante de vozes nos corredores, o zumbido suave do ar condicionado, o tilintar ocasional de instrumentos metálicos - misturava-se em uma tapeçaria sonora que a envolvia, lembrando-a cruelmente de onde estava e por quê.

A luz, quando finalmente conseguiu abrir os olhos, era uma agressão implacável. A fluorescência fria e impiedosa do teto do hospital penetrava suas pálpebras como agulhas, forçando-a a piscar rapidamente, lágrimas involuntárias se formaram nos cantos de seus olhos como uma defesa instintiva contra a claridade invasiva. O mundo ao seu redor era um borrão de branco e cinza, formas indistintas que lentamente ganhavam contornos à medida que sua visão se ajustava. O cheiro asséptico e artificial do ambiente hospitalar invadiu suas narinas, era uma mistura nauseante de desinfetante, medicamentos e aquele odor indefinível de doença e desespero que parecia impregnar cada centímetro de um hospital. Era um cheiro que fazia seu estômago se revirar, trazendo à tona uma onda de náusea que ela lutou para conter.

Conforme seus sentidos iam se aguçando, Biles tornou-se dolorosamente consciente de seu próprio corpo. Cada músculo, cada articulação parecia gritar em protesto, como se tivesse passado por uma sessão de treinamento particularmente brutal. Sua boca estava seca como um deserto, a língua parecendo um pedaço de couro velho colado ao céu da boca. A garganta arranhava como se tivesse engolido cacos de vidro, uma lembrança cruel dos excessos que a haviam levado àquela situação. Uma dor latejante pulsava em suas têmporas, um lembrete constante e implacável de sua fraqueza, de seu momento de descontrole que agora ameaçava desmoronar tudo o que ela havia construído.

À medida que sua visão clareava, finalmente pôde distinguir a figura sentada ao lado de sua cama. Adria, sua irmã, estava ali, uma sentinela silenciosa em meio ao caos de sua vida. O rosto da mais nova era uma máscara de preocupação e alívio, olheiras profundas marcavam a pele sob seus olhos, testemunhas das horas de vigília e angústia. Havia algo no olhar de Adria, uma mistura de compaixão e decepção que fez o coração de Simone se contrair dolorosamente. Era como se, naquele olhar, Biles pudesse ver refletida toda a extensão de sua queda, todo o peso das expectativas que ela havia falhado em cumprir.

The Rivals (Rebeca Andrade & Simone Biles)Onde histórias criam vida. Descubra agora