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RAFAELLA
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Gizelly e eu estávamos oficialmente namorando. Parecia estranho,não só porque era algo que eu jamais pensei que aconteceria, mas também porque para o mundo exterior, nada havia mudado. Aos olhos deles, éramos um casal o tempo todo. Eu postei minhas fotos do Havaí depois que voltamos para o Brasil, e nossas fotos de casal eram ótimas, como esperado. Eu ainda estava
atualizando meu Instagram, embora minha atenção agora estivesse dividida entre isso e minha linha de moda. As únicas pessoas que sabiam que nosso relacionamento pré-Havaí não era real eram Gizelly, eu e minhas amigas, que receberam meu anúncio com muito menos surpresa do que a bomba anterior. De acordo com Manu, tinha sido ‘inevitável’ com base em como
estávamos olhando uma a outra em sua casa. Gizelly e eu tivemos nosso primeiro encontro de verdade uma
semana depois que voltamos do Havaí. Nós nos levamos para nossos lugares favoritos. – o Jardim Botânico escolhido por mim, e o cristo redentor por ela.
Correção: um vendedor específico no cristo, escolhido por ela.

— Sra, Gizelly.- O rosto do vendedor se enrugou com um sorriso banguela quando viu Gizelly. — Bom te ver de novo! E com uma senhorita adorável ao seu lado também.- Ele piscou para mim. — O que você está fazendo com uma ogra como ela?.- Ele apontou o polegar para Gizelly que balançou a cabeça.

— Beleza não é tudo.- Eu acariciei a mão de Gizelly. — Ela tem outras grandes qualidades.

O vendedor riu enquanto minha namorada suspirava de exasperação, embora um brilho de humor surgisse em seus olhos.

— Rafa, conheça o Gedeon. Aspirante a comediante e marceneiro extraordinário..- Ela bateu um quebra-cabeça na mesa. — Esta é a
única razão pela qual eu aguento ele.

— Tenho mais sabedoria do que você no seu dedo mindinho.- Gedeon retrucou.

Um sorriso abriu caminho em meu rosto enquanto eu examinava suas mercadorias. — Estas são incríveis.
A mesa ostentava os mais intrincados trabalhos em madeira que eu já tinha visto, incluindo modelos de veleiros, telas dobráveis em miniatura e uma seleção de quebra-cabeças incompreensíveis.

— Obrigado.- Orgulho brilhou no rosto de Gedeon. — Isso me mantém ocupado agora que estou aposentado.
Gizelly e eu conversamos com ele por um tempo até que outros clientes o puxaram para longe. Acabamos comprando dois quebra-cabeças e um conjunto de lindas pulseiras esculpidas.

— Eu diria que nosso primeiro encontro foi um sucesso.- Balancei minha sacola de compras enquanto caminhávamos para um restaurante próximo para jantar.

— Claro que foi. Eu o planejei.
Minha boca caiu. — Olá? Você se esqueceu do jardim antes? Nós
duas planejamos o encontro.

— Sim, mas eu nos conduzi o dia todo.

— Não é assim que o planejamento funciona!

Gizelly riu enquanto eu levemente empurrava seu braço. Além de seu hábito irritante de levar crédito pelos encontros que ambas planejamos, Gizelly era uma ótima namorada. Marrenta e mal-humorada às vezes, especialmente depois de um dia estressante no trabalho, mas atenciosa e solidária quase o tempo todo. Eu quase me mudei para o quarto dela e transformei o quarto de hóspedes em um closet. Ela trabalhava em casa duas vezes por semana para que pudéssemos passar mais tempo juntas e, embora
passássemos a maior parte desses dias fazendo nossas próprias coisas –
ela em seu notebook e eu em meus planos para a minha marca, era bom tê-la por perto. Em suma, eu não poderia ter pedido um relacionamento real mais perfeito. Ainda assim, levei mais duas semanas depois do nosso primeiro
encontro antes de convidar Gizelly para se juntar a mim em uma visita à Catarina. Eu nunca tinha trazido ninguém para vê-la antes, e a perspectiva me deu nos nervos. E se ela não gostasse de Gizelly? E se Gizelly não gostasse dela? E se ela ficasse agitada e...

Obsessão (Girafa) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora