Vinte e Oito

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Uma semana depois, eu deveria estar saboreando o doce gosto da vitória iminente

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Uma semana depois, eu deveria estar saboreando o doce gosto da vitória iminente. Meus planos estavam se desenrolando como previsto; as eleições se aproximavam, e o apoio que eu havia conquistado era impressionante.

Em breve, William Santi seria afastado, e eu estaria no comando da Cúpula, finalmente atingindo o ápice do poder como presidente, apesar de minha curta trajetória como Don.

No entanto, em vez de satisfação, tudo o que sentia era uma crescente frustração. Era como se cada conquista fosse ofuscada por algo que eu não conseguia controlar.

E lá estava ela, Robyn, a poucos metros de distância, sorrindo para William de uma maneira que me deixava insuportavelmente inquieto.

Por mais que eu tentasse me convencer de que estava no controle, de que Robyn não significava mais do que um peão no meu jogo, a verdade era que seu impacto sobre mim era devastador. Cada vez que eu a via com William, a ideia de que ela pudesse estar se afastando mais e mais de mim, e se aproximando dele, me corroía por dentro.

Eu odiava admitir, mas a verdade é que, por mais que meus planos políticos estivessem se concretizando, havia uma batalha dentro de mim que eu estava perdendo.

E essa batalha tinha o nome de Robyn West. Ela era a única peça que não se encaixava no meu quebra-cabeça perfeitamente elaborado, e isso me enfurecia.

Eu deveria estar focado em garantir que tudo corresse bem nas próximas semanas, mas, em vez disso, minha mente estava presa nela — naquela mulher que havia se tornado a personificação de todas as minhas dúvidas e fraquezas. Ela havia se infiltrado em meu pensamento, e, por mais que eu tentasse, não conseguia afastá-la.

A situação com William Santi era, de certa forma, o maior desafio que eu enfrentava. Ele era um obstáculo que precisava ser removido para que eu pudesse avançar em meu plano, mas a proximidade dele com Robyn era um incômodo que ia além de qualquer estratégia. O ciúme, uma emoção que eu considerava inútil e fraca, me envolvia sempre que os via juntos.

Me corrói saber que eu quem os aproximei, meu orgulho tentando provar que Robyn não significava nada além de uma pessoa que o destino me entregou para alcançar meus objetivos.

Mas ali estava eu, incapaz de olhar para qualquer outra coisa, a não ser para o sorriso dela — aquele sorriso que não era para mim.

Merda.

Odiava pensar que ela estava usando aquele vestido vermelho que moldava tão bem suas curvas — as que eu já havia decorado com minha boca e dedos — para que ele tirasse, como eu já fiz tantas outras vezes. Que seus fios, naquela noite alisados, poderiam ser puxados por ele, e que seus olhos estariam em outro homem mais tarde.

Ela parecia não se importar com minha presença ali naquele salão que acontecia o jantar de caridade organizado pelo Centro Histórico de Toronto, ocupada demais com Santi, que tocava sua cintura marcada pelo vestido longo que deixava suas costas nuas.

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