Capítulo 20 - Felicidade de verdade

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Pesadelo.

substantivo masculino

Opressão angustiosa da respiração durante o sono.

Sono mau, opressivo.

Pesadelo é um sonho perturbador associado a sentimentos ruins, como ansiedade e medo.

Muitos fogem dele e quando têm, fazem de tudo para acordar.

No meu caso era diferente. Tudo que eu mais queria agora era estar num pesadelo. Não que fosse algo bom, mas pelo menos, não seria real.

— Onde está a minha mulher?!

— Senhor, você precisa manter a calma...

— ONDE ELA ESTÁ?!

O enfermeiro me olha e suspira com calma:

— Na UTI, o senhor não pode entrar. Uma equipe médica está fazendo procedimentos para restaurar a função cardíaca.

— Eu vou ver a minha mulher e você não vai me impedir!

Caminho pelo corredor do hospital, a procura da sala de UTI em passos firmes. Não demoro para achar, muito menos para entrar.

O ambiente é intenso e controlado, com monitores bipando e a equipe médica trabalhando em torno dela.

Ela está conectada a vários aparelhos que medem sua função cardíaca, respiração e outros sinais vitais.

Ela parece calma, mas o aspecto geral do ambiente é de vigilância e cuidado extremo.

— Meu amor... — me aproximo, sentindo as lágrimas quentes no meu rosto.

— Mas o que é isso?! — uma mulher, aparentemente a médica responsável, pergunta. — Que invasão é essa?!

— É o marido da paciente, tentei impedi-lo, mas ele...

A mulher ergue o braço, e faz um sinal para que eu me aproxime.

Yuna está desacordada, mas está serena e calma.

Isso tudo é culpa minha. Eu devia tê-la protegido.

Era eu quem devia estar no lugar dela.

— Demos um sedativo para que ela não se agite. Precisamos mantê-la estável para continuar com os procedimentos.

— Doutora, ela foi envenenada. — revelo — Minha esposa não tem problemas cardíacos. Ela foi atingida por um veneno de um animal raro, os elementos tóxicos causam parada cardíaca.

— Como sabe disso? — ela pergunta, curiosa e confusa.

Respiro.

— Porque foi dessa forma que meu pai morreu e a mesma pessoa que o matou, tentou matar a minha esposa.

A mulher me olha assustada por alguns segundos, mas eu me mantenho inerte.

— Ela vai ficar bem? — pergunto.

— Como pode ver, ela está sob observação. As primeiras horas são imprescindíveis.

Dou mais alguns passos hesitantes em direção à cama, meu coração pesado com um medo que parece quase físico.

Há uma parte de mim que se recusa a ver a minha esposa assim, fragilizada e vulnerável.

Cada passo é um esforço, uma luta interna para enfrentar a realidade dolorosa que se desenrola diante de mim.

Quando meu olhar finalmente encontra o rosto dela, meu coração se parte.

A dor é tão intensa que parece consumir todo o meu ser.

A Golpista | J-Hope (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora