*Jade*
Passou-se uma semana desde que Maya esteve doente, e eu não poderia estar mais aliviada. Ver minha filha deitada naquela cama de hospital, frágil e indefesa, foi uma das experiências mais assustadoras da minha vida...
Mas agora, ela está de volta ao seu estado habitual: cheia de energia, correndo pela casa com sua risada contagiante e sua curiosidade insaciável. Ver Maya assim, saudável e feliz, é como um peso que sai dos meus ombros, permitindo que eu respire livremente novamente...
Durante os dias em que Maya esteve doente, Paulo André e eu ficamos em alerta máximo, atentos a cada sinal, a cada movimento dela...
PA foi incrível. Ele se dedicou inteiramente à Maya, não apenas fisicamente, mas emocionalmente também. Ele se mostrou o pai que sempre esperei que ele fosse, presente, amoroso, incansável em seus cuidados. Ver o quanto ele estava disposto a fazer qualquer coisa para garantir que nossa filha estivesse bem me fez enxergá-lo de uma maneira que eu não via há muito tempo...
Naqueles dias, observei Paulo André de perto. Vi nele traços que me fizeram me apaixonar no passado: a dedicação, o carinho, o cuidado que ele demonstrou por Maya e, de certa forma, por mim também. Enquanto estava no hospital, segurando a mão de Maya, eu percebi que o Paulo André que conheci, o homem por quem me apaixonei, ainda estava ali...
Ele não era mais o mesmo rapaz impulsivo e confuso que decidiu terminar tudo de forma tão abrupta anos atrás, deixando-me sozinha para enfrentar um mundo de incertezas e desilusões. Agora, ele era um homem diferente, mais maduro, mais consciente de suas responsabilidades e, acima de tudo, mais presente...
E isso mexe comigo...
Desde que Maya nasceu, eu sempre soube que não seria fácil criar uma filha sozinha, principalmente com todas as complicações que vieram junto com o fato de Paulo André não saber da existência dela por tanto tempo...
Decidi criar Maya sozinha, manter nossa vida longe dos holofotes, e proteger minha filha de tudo o que poderia machucá-la. Mas agora, com Paulo André envolvido em nossas vidas, vejo que ele realmente está arrependido, que o homem que abandonou tudo no passado não é o mesmo que está diante de mim hoje...
Eu comecei a vê-lo novamente com aqueles olhos de admiração, como antes. Ele tem sido o pai que Maya merece, e isso faz com que sentimentos antigos voltem à superfície, sentimentos que eu achei que tinha enterrado...
O amor que eu sentia por Paulo André nunca desapareceu completamente; eu o mantive guardado, protegido, para que não me ferisse mais. Mas agora, ele está aqui, florescendo novamente, e eu me pego questionando se isso é bom ou ruim? ...
Por um lado, é maravilhoso sentir essa admiração por ele, vê-lo como o herói que eu sempre imaginei que ele pudesse ser. Vejo o quanto ele se esforça para estar presente, para compensar o tempo perdido, e isso derrete meu coração...
Eu sei que ele é o cara que eu amei mais do que qualquer outra pessoa, talvez mais do que eu deveria. Ver Paulo André com Maya me faz lembrar do motivo pelo qual eu me apaixonei por ele em primeiro lugar. Ele sempre foi carinhoso, protetor, o tipo de pessoa que ilumina o ambiente com sua presença. E vê-lo agora, tentando ser o melhor pai possível, só faz com que esses sentimentos fiquem mais fortes...
Mas, por outro lado, tenho medo. Medo de me deixar levar novamente, de abrir meu coração para ele e acabar machucada. O PA que me deixou no passado ainda está fresco na minha memória, e embora ele pareça ter mudado, uma parte de mim teme que, se eu der uma nova chance, ele possa me ferir novamente...
Eu nunca quis que Maya visse seu pai como alguém distante, e por isso o retratei de maneira positiva para ela, mas ver essa mudança real nele, é assustador. ..
Eu sei que ainda o amo, e essa é a verdade que venho tentando evitar. Não consigo odiá-lo, mesmo que às vezes eu desejei que pudesse...
Ele sempre terá um lugar especial no meu coração, mas a ideia de reviver tudo, de permitir que ele se torne novamente o grande amor da minha vida, me apavora. Eu construí um muro em torno de meus sentimentos para me proteger, e agora esse muro está começando a desmoronar...
À medida que os dias passam e eu vejo Paulo André interagindo com Maya, percebo que ele realmente se arrepende do que aconteceu no passado. Ele demonstra isso em cada gesto, em cada palavra de carinho para nossa filha. Mas essa nova proximidade entre nós me deixa confusa...
Eu não sei se estou pronta para voltar a vê-lo como o homem mais importante da minha vida. Tenho medo de que, se eu permitir que isso aconteça, ele possa quebrar meu coração novamente, e dessa vez, não sei se conseguiria me recompor...
Então, aqui estou eu, dividida entre o medo e o amor, entre a admiração e a insegurança...
Paulo André se tornou uma pessoa muito especial para mim novamente, mas o que eu faço com isso? Como eu posso garantir que não vou me machucar de novo? Eu não tenho as respostas, mas sei que, por enquanto, preciso seguir um passo de cada vez, mantendo meu coração protegido, mas ao mesmo tempo aberto para a possibilidade de um futuro diferente, quem sabe ao lado dele...
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