Trinta

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Ao meu redor, naquela mesa, estavam alguns dos homens mais poderosos de toda a América do Norte

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Ao meu redor, naquela mesa, estavam alguns dos homens mais poderosos de toda a América do Norte. Aquela era uma noite crucial, marcando o início oficial da corrida presidencial da Cúpula.

A atmosfera era pesada, carregada de expectativas e estratégias que iam além das palavras pronunciadas.

Antes da criação da Cúpula, uma reunião como esta seria impensável. As Famílias lutavam entre si, cada uma buscando apenas seus próprios interesses.

Mas naquela época, embora a rivalidade ainda estivesse presente, ela era dissimulada, escondida sob uma fachada de cordialidade e alianças temporárias.

Cada um de nós tinha um interesse evidente em ocupar a presidência ou, ao menos, em apoiar quem o faria, cientes das vantagens que isso traria no futuro.

Para mim, aquela cadeira representava muito mais do que poder. Era uma forma de consolidar minha posição, não só na cidade, mas dentro da própria Cúpula.

Eu sabia que as minhas chances eram mínimas, considerando meu pouco tempo na cidade em comparação aos meus concorrentes.

Mesmo assim, registrei minha candidatura. Sentado à minha direita, Baltazar Salvatore me olhou com seriedade, fazendo um leve gesto com a cabeça, sinalizando seu apoio. Aquilo significava muito, especialmente vindo dele, um dos pilares mais sólidos dessa instituição.

Outros também demonstraram apoio, mas eu sabia que nem todos estavam satisfeitos com a ideia de um novato tão audacioso. Marconi De Lucca, por exemplo, não escondia sua desaprovação. O pai de Anthony De Lucca, que tentou me matar meses atrás, representava um dos maiores obstáculos em meu caminho. Sua presença ali, sua frieza, eram um lembrete constante de que eu não poderia baixar a guarda, nem por um segundo.

Enquanto as conversas seguiam, eu me permiti analisar cada movimento, cada expressão ao redor da mesa. A corrida havia começado, e embora minhas chances fossem pequenas, eu estava preparado para lutar até o fim.

Quando deixei a sede da Cúpula em direção ao meu carro, os pensamentos ainda zumbiam em minha mente, como ecos das discussões e estratégias que dominavam a mesa. Ao meu lado, Dean, sempre imperturbável, guardou o celular após uma última olhada na tela. Seus olhos claros, que costumavam carregar uma leveza, estavam sérios e fixos em mim.

— A senhorita West está na casa do Inspetor Santi nesta noite. — disse ele, com a voz calma e precisa.

Dean sempre foi um enigma para mim, mesmo sendo meu padrinho e alguém que me conhecia desde o meu primeiro dia de vida. Seu olhar penetrante e sua capacidade de entender as coisas sem que eu precisasse dizer uma palavra sempre me deixaram impressionado.

Ele sabia de muito mais do que eu lhe contava, e essa era uma das razões pelas quais confiava tanto nele. Foi Dean quem manteve a comunicação comigo durante todos os anos em que estive na Sicília, garantindo que eu estivesse sempre informado, mesmo à distância.

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