Refúgio

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New York.                                                  09:30

Era uma manhã comum no escritório, mas Gustavo sentia algo estranho. Ele olhava para a sala de Ana Flávia, que ficava ao lado da sua, dividida apenas por uma parede de vidro, e notava que ela não havia aparecido. Era raro ela faltar sem aviso prévio, e isso começou a preocupá-lo.

Tentando entender o que poderia estar acontecendo, Gustavo chamou seu secretário, Marcos, para a sua sala.

— Marcos, a Ana Flávia não apareceu hoje? — Gustavo perguntou, tentando disfarçar a preocupação na voz.

Marcos, sempre eficiente, respondeu de prontidão:

— Ela deixou um recado dizendo que não poderia vir hoje. Disse que precisava resolver algumas coisas pessoais.

Isso só aumentou a preocupação de Gustavo. Ele sabia o quanto Ana Flávia era dedicada ao trabalho, então algo devia estar realmente errado.

Depois que Marcos saiu da sala, Gustavo, ainda preocupado, decidiu ligar para Gabi, uma das melhores amigas de Ana Flávia, já que ele tinha o contato dela por causa do Murilo.

— Oi, Gabi, é o Gustavo. Tudo bem? Desculpa te incomodar, mas você sabe onde a Ana Flávia está hoje? Ela não veio para o trabalho, e eu estou preocupado.

Gabi, percebendo a preocupação na voz dele, respondeu:

— Oi, Gustavo. Tudo bem. Olha, eu não sei exatamente, mas conheço um lugar que ela costuma ir quando precisa de um tempo sozinha. É como o refúgio dela.

Ela então passou o endereço para Gustavo, que agradeceu e foi direto para o local indicado.

Chegando lá, Gustavo encontrou Ana Flávia sentada em um banco de um pequeno parque escondido, cercado por árvores e com uma fonte ao centro. Ela estava olhando para a água, perdida em seus pensamentos. Ele se aproximou devagar, sentando-se ao lado dela.

— Ana, está tudo bem? — ele perguntou, com uma preocupação sincera na voz.

Ela levantou o olhar e, ao ver Gustavo, esboçou um pequeno sorriso, mas seus olhos mostravam que algo a incomodava.

— Não estava me sentindo bem hoje, Gustavo. Precisei de um tempo para mim. Tem dias que tudo parece um pouco pesado, sabe?

Gustavo assentiu, compreendendo.

— Entendo. Quer falar sobre isso? Estou aqui para te ouvir.

Ana Flávia respirou fundo e começou a falar sobre algumas inseguranças e dúvidas que estavam pesando em sua mente, coisas que ela vinha acumulando, mas que não tinha compartilhado com ninguém. Gustavo a ouviu com atenção, oferecendo apoio e palavras de conforto.

— Sabe, Ana — ele disse depois de um tempo —, todo mundo tem dias assim. Mas você não precisa passar por isso sozinha. Eu estou aqui, seus amigos estão aqui. E olha, se precisar fugir de vez em quando, me chama. Eu posso ser uma ótima companhia para esses refúgios.

Ela riu levemente, apreciando o esforço dele em trazer um pouco de leveza à conversa.

— Obrigada, Gustavo. Acho que eu precisava ouvir isso.

Eles ficaram ali por mais um tempo, conversando sobre coisas triviais, enquanto Gustavo fazia de tudo para tirar um sorriso sincero do rosto dela. Com o tempo, ele conseguiu, e Ana Flávia começou a se sentir mais leve.

Antes de irem embora, Gustavo segurou a mão dela e disse:

— Vamos sair daqui e comer alguma coisa? Eu conheço um lugar ótimo para isso. E quem sabe depois, se você se sentir melhor, podemos assistir a algum filme ruim e rir de como somos péssimos para escolher filmes.

Ana Flávia sorriu, sentindo-se um pouco mais segura e aquecida pelo gesto dele. Juntos, eles saíram do parque, prontos para enfrentar o dia com uma nova perspectiva.

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(Não foi revisado )

My Boss - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora