Primeiros sinais

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New York.                                           09:40

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Ana Flávia estava concentrada em seu escritório, revisando os últimos relatórios do dia. A análise do mercado asiático, que Gustavo havia mencionado, acabara de chegar em suas mãos, e ela sabia que precisaria estar preparada para a reunião que marcariam em breve.

Mas, enquanto lia, sua mente vagava de volta àquele encontro. Desde que assumira a posição de CEO, já havia lidado com várias personalidades fortes, mas Gustavo Mioto era diferente. Havia algo nele que mexia com ela de uma maneira inesperada.

O som de uma batida suave na porta a tirou de seus pensamentos. Quando olhou para cima, viu Gustavo parado na entrada, com aquela postura confiante que parecia acompanhá-lo por onde quer que fosse.

Gustavo: "Espero não estar interrompendo, senhorita Castela," ele disse, com um tom que soava mais casual do que o habitual.

Ana Flávia:"Não, claro que não," ela respondeu, tentando manter o controle de sua expressão. "Pode entrar, por favor."

Gustavo entrou na sala, fechando a porta atrás de si. Ele parecia menos formal do que de costume, o que a deixou um pouco desconcertada. Ele se aproximou da mesa, observando os documentos que estavam espalhados.

Gustavo:"Estava analisando os relatórios?"

Ana Flávia:"Sim," ela assentiu, olhando para os papéis. "Queria me antecipar para nossa próxima reunião."

Gustavo:"Isso é ótimo, mas não vim aqui para falar de trabalho desta vez," ele disse, pegando-a de surpresa.

Ana Flávia:"Ah, não?" ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Gustavo:"Na verdade, queria agradecer por sua dedicação e comprometimento," ele começou, com um leve sorriso. "Eu sei que tenho sido exigente, mas é porque acredito no potencial que temos aqui. E ver que você compartilha desse mesmo empenho é algo que valorizo muito."

Ana Flávia ficou um pouco surpresa com as palavras dele. Era raro ouvir elogios vindos de Gustavo, especialmente quando se tratava de algo tão pessoal.

Ana Flávia:"Agradeço suas palavras, senhor Mioto. Eu também acredito no que estamos construindo aqui." Ela tentou manter o tom profissional, mas não pôde evitar que uma leve cor subisse às suas bochechas.

Gustavo:"Sabe, Ana Flávia..." ele começou, hesitando por um momento, como se estivesse escolhendo as palavras cuidadosamente. "Às vezes, é difícil encontrar alguém que compartilhe da mesma visão, da mesma intensidade. Mas acho que, de certa forma, encontramos isso um no outro."

Ela ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que ele havia dito. Não esperava por essa conversa, ainda mais vindo de Gustavo.

Ana Flávia:"Eu... acho que nunca pensei por esse lado," ela admitiu, olhando diretamente nos olhos dele. "Mas talvez você tenha razão. Estamos aqui pelo mesmo objetivo, e isso nos une de uma forma que talvez eu ainda não tenha percebido completamente."

Houve um momento de silêncio entre os dois, uma pausa carregada de significados não ditos. Ana Flávia sentia o coração acelerar, algo incomum para alguém que sempre manteve o controle em situações como essa. Gustavo, por outro lado, parecia estar avaliando cada reação dela, tentando entender o que estava se passando em sua mente.

Gustavo:"Não quero tomar mais do seu tempo," ele disse finalmente, quebrando o silêncio. "Só achei que seria importante expressar isso. E, quem sabe, nos conhecermos um pouco melhor fora das reuniões formais."

My Boss - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora