Pequenos passos, grandes momentos

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Ana Flávia acordou cedo naquela manhã, mas não para se arrumar para ir à empresa. Maria Alice, sua afilhada, estava passando por um resfriado leve e não poderia ir à escolinha. Virgínia e Zé Felipe tinham um compromisso importante, e como a madrinha sempre prestativa que era, Ana Flávia se ofereceu para cuidar da pequena.

Enquanto Ana Flávia preparava o café da manhã, Maria Alice estava na sala, envolta em cobertores, assistindo a desenhos animados. Quando o telefone tocou, Ana Flávia sabia que era Gustavo, preocupado por não vê-la no trabalho.

— Minha vida, tá tudo bem? — a voz de Gustavo soou doce e preocupada do outro lado da linha.

— Tá sim, gato. Só estou cuidando da Maria Alice hoje. Ela tá um pouco doente e não pôde ir para a escolinha.

— Ah, entendi. Mas você não precisa fazer isso sozinha. Que tal trazer a Maria Alice aqui para a empresa? Aposto que ela vai adorar ver onde a madrinha e o padrinho trabalham, e podemos cuidar dela juntos.

Ana Flávia sorriu, pensando em como Gustavo sempre encontrava uma solução para tudo. Com a pequena já empolgada com a ideia, elas se prepararam para sair. Quando chegaram à empresa, Gustavo já as esperava na entrada, com um sorriso caloroso.

— Olha só quem veio me visitar hoje! — ele disse, se abaixando para pegar Maria Alice no colo.

— Padrinho! — Maria Alice gritou, abraçando-o com força.

No escritório, Maria Alice explorava tudo com curiosidade. Gustavo, sempre atento, mostrou para ela como funcionavam algumas coisas, com o cuidado de adaptar a linguagem para a criança. Os funcionários, que já sabiam que ela era afilhada do casal, se divertiam ao ver a pequena encantada com cada detalhe.

Em um momento, enquanto Gustavo conversava com alguns colegas, Maria Alice começou a correr pelo corredor, rindo e brincando com seu ursinho de pelúcia. Em sua empolgação, ela não percebeu um pequeno degrau e tropeçou, caindo e machucando o joelhinho.

— Ai! — ela choramingou, olhando para o joelho arranhado.

Gustavo correu até ela, preocupado, e a pegou no colo. Ana Flávia, que estava próxima, também se aproximou rapidamente.

— Tá doendo muito, minha princesa? — Ana Flávia perguntou, com carinho na voz.

— Tá... — Maria Alice respondeu, com lágrimas nos olhos.

Com todo o cuidado do mundo, Gustavo limpou o machucado com um lenço úmido que tinha na bolsa, enquanto Ana Flávia segurava a mãozinha de Maria Alice e a acalmava com palavras doces. Depois de aplicar um pequeno curativo colorido que tirou de uma gaveta, Gustavo beijou o joelhinho machucado, fazendo Maria Alice sorrir.

— Pronto, agora você tá novinha em folha! — ele disse, tentando animá-la.

Ana Flávia olhou para Gustavo com uma expressão de ternura, admirada pela maneira como ele cuidava de Maria Alice. Eles se sentaram no sofá da sala de Gustavo, Maria Alice aninhada entre eles, ainda segurando seu ursinho de pelúcia.

— Você tem um jeito tão especial com crianças, minha vida — Gustavo comentou, segurando a mão de Ana Flávia. — Eu fico impressionado com o amor que você demonstra por ela.

Ana Flávia sorriu, encostando a cabeça no ombro dele.

— Eu amo essa pequena. E eu amo você também. Ver você cuidando dela com tanto carinho... só me faz amar você ainda mais.

Eles ficaram ali, os três juntos, aproveitando o momento de tranquilidade. Ana Flávia sentiu o coração aquecido pela cumplicidade e pelo carinho que compartilhavam. Mais tarde, quando Zé Felipe e Virgínia chegaram para buscar Maria Alice, a pequena já estava recuperada, brincando com os brinquedos que encontrara no escritório.

— Obrigada por cuidar tão bem da nossa menina — Virgínia disse, abraçando Ana Flávia.

— É claro, ela é nossa afilhada, nossa responsabilidade — Ana Flávia respondeu, sorrindo.

— O que seria de nós sem vocês? — Zé Felipe brincou, piscando para Gustavo.

Depois de se despedirem, Gustavo e Ana Flávia ficaram na porta do escritório, observando o carro de Zé Felipe se afastar. Gustavo virou-se para ela, segurando seu rosto entre as mãos.

— Eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter você na minha vida.

— E eu sou a mulher mais sortuda do mundo por ter você — ela respondeu, antes de se beijarem carinhosamente, com a promessa de muitos mais dias felizes pela frente.

My Boss - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora