O vizinho, capítulo 1

671 82 33
                                    

Eu

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Eu. Odeio. Ele.

Normalmente, eu me considero uma pessoa extremamente passiva. Consigo lidar muito bem com as pessoas, mesmo que elas sejam particularmente difíceis de se conviver, isso devido ao fato de que sempre acreditei que a violência, seja ela física ou verbal, nunca nos leva a lugar nenhum.

Mas bem que eu gostaria de dar um soco nele agora.

De quem estou falando?

Ah, bom, é uma história engraçada… não nos conhecemos, de fato, mas eu sei que ele está sempre lá. O idiota, mais conhecido como o meu vizinho, mora no apartamento ao lado do meu, e mesmo que nunca tenhamos nos encontrado cara a cara, parece que ele sente prazer em transformar a minha vida em um inferno diário. Ou noturno, pra ser mais exata.

O problema é que meu vizinho, cujo não sei o nome, é um pouco — muito — barulhento. E com "barulhento", eu quero dizer isso mesmo que você deve estar pensando. Parece que o apartamento ao lado é um bordel, porque é impossível alguém transar quase todos os dias da semana com uma garota diferente a cada vez — digo isso porque, de vez em quando, tenho a infelicidade de tombar com essas mulheres saindo de lá pela manhã —, e ser considerado normal. Isso não é normal. Não mesmo.

E pra piorar, o quarto do desgraçado parece ser colado com o meu, porque consigo ouvir, quase a noite toda, a cabeceira batendo contra a parede, como um terremoto prestes a acabar com tudo.

Faz semanas que não consigo dormir direito. Tudo isso por causa daquele libertino safado que parece estar em época de acasalamento. Minha paciência está se esgotando, e tudo isso somado ao estresse do dia-a-dia e as noites mal dormidas me faz tomar uma decisão que, em outras circunstâncias, eu não tomaria.

Vou falar com ele. Mesmo que seja um pouco constrangedor aparecer na porta de um estranho para discutir a sua vida sexual, eu não tenho outra escolha, porque essa merda está passando dos limites.

— Então esse é o seu grande plano? Confrontar o seu vizinho bonitão?

Olho para Vicky, com um vinco entre as sobrancelhas.

— Você não sabe se ele é bonitão.

A minha melhor amiga sorri com o ar de quem sabe das coisas.

— É meio óbvio, não? Se o cara transa com tanta frequência quanto você diz, ele deve ser o Aquiles em pessoa. Pessoas feias não pegam ninguém; é por isso que estou na seca há tanto tempo.

Sinto vontade de gargalhar.

Victoria é uma das mulheres mais belas que já vi na vida, e não digo isso porque somos amigas e estou tentando levantar a autoestima dela. A mulher é realmente exuberante; ela tem o tipo de beleza que, literalmente, é capaz de parar o trânsito. Uma vez um pobre coitado caiu da moto ao se distrair enquanto ela passava na faixa de pedestre, e um senhor tropeçou na calçada porque estava ocupado demais olhando para a bunda dela. Victoria atrai esse tipo de atenção com seus um metro e setenta e cinco, corpo violão e seus traços europeus. 

QUERIDO VIZINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora