Clone, capítulo 7

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Eu não poderia imaginar, nem nos meus sonhos mais selvagens, que o cara do aplicativo com quem eu tinha um encontro marcado poderia ser o meu vizinho irritante, e que agora ele está prestes a me levar para casa

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Eu não poderia imaginar, nem nos meus sonhos mais selvagens, que o cara do aplicativo com quem eu tinha um encontro marcado poderia ser o meu vizinho irritante, e que agora ele está prestes a me levar para casa. 

Algumas pessoas atraem coisas positivas quando são otimistas, mas o universo parece estar de brincadeira com a minha cara, e tudo o que ganhei foi uma rasteira sorrateira que me fez cair de cara no chão. 

O que posso dizer do meu vizinho? Ele continua sendo irritante, irônico e sarcástico, como todas as outras vezes que nos encontramos; suas piadinhas provocativas me deixam queimando de raiva, mas confesso que o jantar não foi tão ruim assim. Pelo menos pude desfrutar da culinária do país que sou descendente, e o vinho estava divino. Claro que o fato de eu ter gostado um pouquinho dessa noite tem tudo a ver com a comida, e nada a ver com meu vizinho insuportável. Não mesmo. 

Eu poderia ter ido embora a qualquer momento, e ainda estou tentando entender o motivo que me fez ficar. Talvez eu estivesse mesmo com fome, e achei que seria um desperdício ter me produzido toda para nada. Mas isso acaba aqui. As regras daquele aplicativo idiota mencionam três encontros, mas nem ferrando que vou sair com meu vizinho mais uma vez, não importa que ele seja bonitinho e tenha um sotaque incrível, nem que Victoria coloque uma faca no meu pescoço e ameace me torturar até a volta de Jesus. Vou aceitar a carona de Weston porque é prático para ambos, e depois disso, acabou. 

Caminhamos em silêncio até o carro dele, só que não é um carro, e sim uma moto monstruosa e preta que brilha intensamente diante da noite sem estrelas. 

Tá de sacanagem, né? 

Olho pra ele com a sobrancelha levantada. 

— Que foi? — pergunta ele, se fazendo de desentendido. 

— Essa coisa aí é o seu meio de transporte? — Aponto para a moto, perplexa. 

— Essa "coisa" — dá para ouvir as aspas no seu tom de voz — é uma Harley-Davidson 883 Iron, edição especial. Então, por favor, um pouco mais de respeito — reviro os olhos para o seu tom ofendido. — E sim, esse é o meu meio de transporte.  

Balanço a cabeça, me afastando.

— Sem chance. Não vou subir nessa coisa

Ele abre um sorrisinho. 

— Quem diria que a inabalável Regina George tem medo de motos. 

— Não tenho medo de motos — revido, na defensiva. — Tenho medo de quem está no controle dela. E eu nunca andei de moto antes. 

É a vez dele erguer a sobrancelha. 

— O que acha que vou fazer? Não tem como te atacar em cima de uma moto. E eu sou enfermeiro, fiz um juramento de proteger a vida a qualquer custo, então não faria nada que nos coloque em perigo. — Ele faz uma pausa e me lança um olhar penetrante. — É sério que nunca andou de moto? O que você fez durante toda a sua vida? Está perdendo uma experiência incrível. 

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