O enfermeiro, capítulo 2

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— Xeque-mate

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— Xeque-mate. 

Olho para o tabuleiro de xadrez, indignado. 

— Não é possível! 

Ann abre um sorriso largo, se vangloriando da sua vitória — mais uma vez. 

— Eu já joguei partidas de xadrez com pessoas ruins antes, mas você, Wes, é uma desgraça — constata ela, em tom risonho. 

Bufo. 

— Você está trapaceando. 

— Você é péssimo, cara. Só aceita. 

Ouço uma risadinha atrás de mim, e vejo a Dra. Moore nos observando com um sorriso no rosto. 

— Ah, você tá achando isso engraçado? — resmungo. 

— Você perdeu cinco partidas seguidas, meu caro. Está ficando meio humilhante — brinca ela, com um sorriso discreto e uma expressão cansada. 

— Ok, eu desisto — jogo minhas mãos para o alto, um sinal de rendição. — Está claro que não sirvo pra esse jogo. 

— Vai amarelar? — Ann provoca. 

— Um homem decente sabe a hora de parar. 

— Podemos tentar cartas da próxima vez. Você não deve ser ruim em todos os jogos. 

Estreito meus olhos para ela, e a pentelha sorri daquele jeito falsamente doce. 

— Dra. Moore — ela se volta para Juliette com aquela expressão de súplica que eu conheço bem. — Será que eu posso passar um tempo lá fora? 

Olho para a minha colega de trabalho, esperando a resposta. Vejo hesitação no rosto dela, mas sei que nem mesmo ela, tão rigorosa, pode negar um pedido desses. Ann melhorou bastante nas últimas semanas. 

Ela suspira, resignada. 

— Muito bem, então. Meia hora lá fora não vai fazer mal — seus olhos se voltam para mim. — Pode cuidar disso, Weston? 

— Claro — respondo na mesma hora, e Ann me lança um sorriso cúmplice. 

— E Weston? — A Dra. Moore me chama mais uma vez, com uma expressão mais dura em seu rosto. — Posso dar uma palavrinha com você lá fora? 

— Claro — concordo. 

Acompanho Juliette para fora do quarto. 

— Algum problema? — pergunto. 

Ela me lança aquele olhar que é capaz de perfurar uma alma. 

— Weston, você é um dos enfermeiros mais dedicados do nosso hospital, e por isso gosto muito de você. Sua presença, carinho e atenção torna os dias dos nossos pacientes um pouco mais suportáveis, mas acho que você está indo um pouco longe demais. 

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